Trabalho de campo, lugares geopsíquicos e formação de professores: encontros com a cidade
DOI:
https://doi.org/10.30905/rde.v9i1.1103Palavras-chave:
Trabalho de campo, Lugar geopsíquico, Formação de professores, Escuta, EducaçãoResumo
O artigo problematiza o lugar do trabalho de campo na formação de professores, a partir de uma atividade realizada com estudantes de Licenciatura em Geografia. A questão central é destacar como o trabalho de campo contribui para a formação inicial e continuada de professores a partir da palavra presente nas narrativas sobre a experiência subjetiva e espacial dos participantes. O trabalho de campo é apresentado como uma prática que vai além da exclusividade dos saberes teóricos, permitindo que os estudantes vivenciem a dimensão geográfica de cada um de nós com e na Terra. A partir da Geografia Humanista com a valorização da memória e a imaginação na experiência espacial, o artigo vai ao encontro da Psicanálise e sua prática de escuta e caminho com as palavras através das narrativas e registros de campo. O conceito de lugar geopsíquico é central para leitura das experiências marcadas pelo encontro das dinâmicas psíquicas e terrestres e no modo de reconhecer e incluir a singularidade subjetiva de cada participante para a construção de saberes profissionais.
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