O ensino remoto em Minas Gerais: uma análise pelo ciclo de políticas
DOI:
https://doi.org/10.30905/rde.v0i0.460Palavras-chave:
Política educacional; Ensino remoto emergencial; Ciclo de políticas; Pandemia; Tecnologias digitaisResumo
Este artigo trata do Ensino Remoto Emergencial (ERE) proposto em consequência da pandemia de SARS-CoV-2, focando-se no programa Regime Especial de Atividades Não Presenciais (REANP) para a Educação Básica apresentado pelo governo do estado de Minas Gerais. O objetivo do estudo é compreender o cenário do ensino remoto e as possíveis dificuldades relacionadas à sua viabilização e ao seu funcionamento, em especial porque recomendou-se uma soma de esforços para o emprego de mecanismos on-line, televisivos, radiofônicos e/ou impressos. Com o intuito de cumprir o objetivo, inspirou-se teórico-metodologicamente na noção de ciclo de políticas de Stephen Ball. Analiticamente, refletiu-se sobre o contexto de influência proposto por Ball que, no caso do REANP, foi fortemente produzido em consequência às condições sanitárias e ao isolamento social. Tratou-se também dos contextos da produção de texto – relacionando o cenário mineiro com o nacional para a elaboração textual do REANP – e da prática – trazendo aspectos sobre acesso às tecnologias digitais, condições de trabalho, realidades sociais e divulgação de informações por meios on-line sobre o que é o REANP e suas possíveis interpretações em realidades locais. Ao se analisar o REANP a luz do ciclo de políticas, concluiu-se duas coisas: 1) o ensino escolar já apresentava dificuldades que aumentaram durante a pandemia, ficando gritantes as relacionadas à formação de professores, à valorização da profissão docente e às condições materiais para o trabalho com as tecnologias digitais; 2) no pós-pandemia, se as políticas educacionais continuarem a dar a mesma atenção periférica a tais dificuldades, os problemas sociais, políticos e de ensino tenderão a se tornar mais agudos.
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