TECNOPOLÍTICAS DO CORPO PARA MANUTENÇÃO DO ESTADO DE EXCEÇÃO
LIMITES DA EDUCAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.30905/ded.v3i1.129Palavras-chave:
Teoria Crítica e Educação, Educação e emancipação, Tecnopolítica e Dialética do Esclarecimento.Resumo
Em um contexto em que o corpo, que se quer globalizado e homogeneizado, se vê investido como campo de batalha, dentro de uma lógica predador-caça potencializada pela racionalidade neoliberal, como conceber estratégias tecnopolíticas outras no plano educacional e formativo? Perante o atual estado das forças produtivas em que a ciência, a tecnologia e a educação estão subsumidas ao capital e capturadas pela lógica do desempenho; em que as relações de trabalho se encontram medidas pelos pressupostos da flexibilização, polivalência e competências individuais, tudo isso sendo justificado e ampliado via desenvolvimento tecnocientífico, como é possível ainda pensar numa educação que, considerando a corporeidade, possa ser emancipatória? Na sua face de racionalidade instrumental, o esclarecimento no esforço pela matematização do conhecimento e da vida, produz técnicas que permitem organizar, calcular, esquadrinhar o tempo e o espaço. Neste sentido, há que se pensar que o esclarecimento tem suas contradições, ambivalências e limites como analisaram Horkheimer e Adorno na Dialética do Esclarecimento. Nos limites deste estudo, também leva-se em conta a urgência em compreender a atualidade e o alcance do que Foucault designa como “tecnologia política do corpo” e que lições pode-se aprender com essa compreensão para a educação num sentido emancipatório. A partir de um diálogo possível entre Foucault e a Teoria Crítica espera-se refletir sobre os limites da educação frente à manutenção do estado de exceção por meio da continuamente renovada tecnopolítica do corpo.
Downloads
Referências
AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer. O poder soberano e a vida nua I. Trad. Henrique Burigo. Belo Horizonte, Ed. UFMG, 2002
_______. Estado de exceção. Trad. Iraci Poleti. São Paulo, Ed. Boitempo, 2003.
BATISTA, Sueli S. S. Experiência e observação de Rousseau ao Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 37, n. 4, p. 779-792, dez. 2011.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1987, 25a. Ed., p. 141-142.
_______. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (1975-1976). São Paulo: Martins Fontes, 1999.
_______. Nascimento da biopolítica. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
FREUD, Sigmund. O “estranho”. (1919). Obras completas. Vol. XVII. Rio de Janeiro, Imago. Ed., 1976.
GAGNEBIN, Jeanne-Marie (1999). Teologia e messianismo no pensamento de W. Benjamin. Disponível em http://antivalor2.vilabol.uol.com.br/textos/frankfurt. Consultado em 04.02.07.
_______. História e cesura. História e narração em Walter Benjamin. São Paulo, Perspectiva/Fapesp, 1994.
_______. Após Auschwitz. História, Memória, Literatura (o testemunho na era das catástrofes). Seligmann-Silva, M. (org,.). Campinas, Ed. Unicamp, 2003.
HORKHEIMER, M. e ADORNO, T.W. Dialetik der Aufklärung. Gesammelte Schriften Theodor W. Adorno, bd. 3. Frankffurt am Main, Suhrkamp Verlag, 1984.
_______. Dialética do Esclarecimento. Trad. Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro, Zahar Ed., 1985.
Nietzsche, F. Além do bem e do mal. Trad. Paulo César de Souza. 2a. edição. São Paulo, Cia. das Letras, 1996.
_______. Genealogia da Moral. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo, Cia. das Letras, 1999
ROUSSEAU, Jean Jacques. Emílio ou da Educação. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.
_______. O contrato social. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A reprodução, total ou parcial, dos artigos aqui publicados fica sujeita à expressa menção da procedência de sua publicação, citando-se a edição e data dessa publicação. Para efeitos legais, deve ser consignada a fonte de publicação original.