TECNOPOLÍTICAS DO CORPO PARA MANUTENÇÃO DO ESTADO DE EXCEÇÃO

LIMITES DA EDUCAÇÃO

Autores

  • Sueli Soares Santos Batista CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
  • Emerson Freire CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

DOI:

https://doi.org/10.30905/ded.v3i1.129

Palavras-chave:

Teoria Crítica e Educação, Educação e emancipação, Tecnopolítica e Dialética do Esclarecimento.

Resumo

Em um contexto em que o corpo, que se quer globalizado e homogeneizado, se vê investido como campo de batalha, dentro de uma lógica predador-caça potencializada pela racionalidade neoliberal, como conceber estratégias tecnopolíticas outras no plano educacional e formativo? Perante o atual estado das forças produtivas em que a ciência, a tecnologia e a educação estão subsumidas ao capital e capturadas pela lógica do desempenho;  em que as relações de trabalho se encontram medidas pelos pressupostos da flexibilização, polivalência e competências individuais, tudo isso sendo justificado e ampliado via desenvolvimento tecnocientífico, como é possível ainda pensar numa educação que, considerando a corporeidade, possa ser emancipatória? Na sua face de racionalidade instrumental, o esclarecimento no esforço pela matematização do conhecimento e da vida, produz técnicas que permitem organizar, calcular, esquadrinhar o tempo e o espaço. Neste sentido, há que se pensar que o esclarecimento tem suas contradições, ambivalências e limites como analisaram Horkheimer e Adorno na Dialética do Esclarecimento.  Nos limites deste estudo, também leva-se em conta a urgência em compreender a atualidade e o alcance do que Foucault designa como “tecnologia política do corpo”  e que lições pode-se aprender com essa compreensão para a educação num sentido emancipatório. A partir de um diálogo possível entre Foucault e a Teoria Crítica espera-se refletir sobre os limites da educação frente à manutenção do estado de exceção por meio da continuamente renovada tecnopolítica do corpo.

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Biografia do Autor

Sueli Soares Santos Batista, CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

Realizou pós-doutorado no Departamento de História e Filosofia da Educação da Faculdade de Educação da Unicamp (2012). Possui mestrado (1997) e doutorado em Psicologia da Aprendizagem e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (2002). Atualmente é professora e pesquisadora do Mestrado Profissional do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETEPS). Coordena o Núcleo de Estudos em Tecnologia e Sociedade (NETS-Fatec Jundiaí) e o Grupo de Fundamentos da Educação Profissional e Tecnológica vinculado à pós-graduação. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Fundamentos da Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação profissional e tecnológica, cultura e educação; teoria crítica; filosofia da educação, indústria cultural, arte e sociedade.

Emerson Freire, CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

doutor em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas e em Filosofia pela Université de Paris 1 - Panthéon Sorbonne - França, e concluiu seu mestrado em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas em 2002. Realizou pesquisa de Pós-doutorado no Departamento de Sociologia da Unicamp entre 2014 e 2016. Foi ganhador do Prêmio Rumos Pesquisa do Instituto ItaúCultural em seleção nacional, prêmio este destinado ao fomento de pesquisadores em artemídia. Atualmente é professor e pesquisador no Mestrado em Educação Profissional do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETEPS) e na Fatec Jundiaí, onde coordena o Núcleo de Estudos de Tecnologia e Sociedade (NETS). Desde 2003 é pesquisador do Grupo CTeMe (Conhecimento, Tecnologia e Mercado), grupo vinculado à Unicamp. Possui experiência na área de Educação Profissional e Tecnológica, atuando nos temas: tecnologia, educação e sociedade; fundamentos da formação profissional e tecnológica; arte, cultura e educação tecnológica. Interessa-se pelas relações sociotécnicas produzidas no âmbito das produções artísticas que tematizam ou operam com as tecnologias contemporâneas, tendo artigos publicados e participado em eventos nacionais e internacionais sobre o assunto.

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Publicado

2019-05-20

Como Citar

Santos Batista, S. S., & Freire, E. (2019). TECNOPOLÍTICAS DO CORPO PARA MANUTENÇÃO DO ESTADO DE EXCEÇÃO: LIMITES DA EDUCAÇÃO. Devir Educação, 3(1), 89–102. https://doi.org/10.30905/ded.v3i1.129

Edição

Seção

Artigos