Subjetividade encarcerada e o Sertão: a literatura como fonte de categorias para a Filosofia da Educação

Autores

  • Miriam Saiki Universidade São Francisco - USF
  • Allan Silva Coelho Universidade São Francisco - USF

DOI:

https://doi.org/10.30905/rde.v7i1.810

Palavras-chave:

Literatura, Sertão, Crítica da Modernidade, Jagunço, Subjetividade

Resumo

Este artigo se inspira no estudo da obra literária “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa, buscando elementos que colaborem nas reflexões da Filosofia da Educação sobre os fundamentos da formação do ser humano. Compreende-se que a formação do ser humano não se limita à aspectos que o mundo moderno convencionou chamar de educativos e a que a educação é um processo em que o humano se faz na mesma medida em que se constituiu uma leitura específica do conjunto da vida. A obra literária, em sua experiência estética, diferente da abordagem filosófica cartesiana da teoria acadêmica, permite se aproximar de nuances que por vezes perdemos ou não se parece possível de alcançar na argumentação dissertativa, inclusive da formação do campo ético. Neste campo, a partir de um quadro teórico da Teoria Crítica, este ensaio teórico de natureza bibliográfica discute as relações entre o sertanejo e o Sertão na constituição de uma subjetividade encarcerada.

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Biografia do Autor

Miriam Saiki, Universidade São Francisco - USF

Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Mestre em Educação pelo PPGSS em Educação - USF/Itatiba-SP. Doutora em Educação pelo PPGSS em Educação - USF/Itatiba. Especialista em Educação, com área de concentração em Docência Universitária (FAE Centro Universitário). Especialista em Sociologia pela Universidade Candido Mendes. Especialista em Metodologia e Técnicas de Pesquisa pela FGV/RJ. Experiência docente na área de Sociologia, Educação e Linguagens Artísticas e Corporais na Universidade São Francisco. Experiência como Professora de Sociologia, Formação Humana e História no Ensino Fundamental e Ensino Médio na Escola La Fontaine (Jundiaí-SP) e Colégio Bom Jesus - unidade Itatiba (SP). Membro pesquisador do Grupo de Pesquisa TCTCLAE/CNPq/USF.

Allan Silva Coelho, Universidade São Francisco - USF

Graduação em Filosofia (2002) pela Assunção/UniFAI, mestrado (2006) e doutorado (2014) em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), com estágio de pesquisa de doutorado no CEIFR da EHESS/Paris-França (Programa CAPES-PDSE). Realizou pesquisa pós-doutoral (2018-2019) no Centre détudes en sciences sociales du religieux da École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, com a supervisão de Michael Löwy. Foi pesquisador no Programa de Pós-Graduação em Educação da UNIMEP (2015-2020). É professor e orientador de mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade São Francisco USF. Écoordenador da linha de pesquisa "Educação, Sociedade e Processos Formativos" do PPGE-USF. Membro do comitê institucional de Pesquisa e Iniciação Científica da USF. Tem colaborado como assessor do CELAM (Bogotá) e lidera a Rede Interdisciplinar Capitalismo como Religião envolvendo pesquisadores de diversos países. Membro das seguintes associações científicas: SOFIE Sociedade de Filosofia da Educação. Afyl Associación Filosofia y Liberación. Gt 17 da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED). GT Filosofia da Libertação e Latino-Americana da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF). ST 4 Capitalismo como Religião da Associação Nacional de Pós-graduação em Teologia e Ciências da Religião (ANPTECRE). Lidera os grupos de pesquisa CNPQ Fetichismo e Educação; Educação e Religião; Capitalismo como Religião. Membro do grupo de pesquisa Teoria Crítica e Educação. Pesquisa com abordagem filosófica o pensamento crítico latino-americano, em especial a partir das epistemologias divergentes e alternativas, estudando os temas: teoria do fetichismo, dimensão mítico-teológica do pensamento, perspectivas anticapitalistas na educação, concepções de ensino de filosofia, cristianismo da libertação e fundamentos filosóficos das lutas populares pelos direitos humanos, sociedade de consumo e a justiça social e climática.

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Publicado

2023-12-21

Como Citar

Saiki, M., & Silva Coelho, A. (2023). Subjetividade encarcerada e o Sertão: a literatura como fonte de categorias para a Filosofia da Educação. Devir Educação, 7(1), e–810. https://doi.org/10.30905/rde.v7i1.810

Edição

Seção

Dossiê