Disciplina, norma e resistência: a representação da escola de educação infantil pelas crianças
DOI:
https://doi.org/10.30905/rde.v6i1.606Palavras-chave:
Educação Infantil, Constituição da subjetividade, Análise do discurso, Relações de poderResumo
Este artigo tem como problemática investigar as práticas de disciplinarização existentes em uma escola de educação infantil do interior do estado de São Paulo, em conformidade aos ideais normalizadores que pairam sobre a infância. O trabalho está ancorado nas experiências da autora enquanto professora e gestora de escola pública e em desenhos comentados de crianças, de três a cinco anos de idade que frequentaram a unidade educativa no ano de 2019. O estudo, por meio da análise do discurso, aponta para a existência de diferentes modos de objetivação e subjetivação que buscam a constituição da subjetividade dos pequenos durante as ações escolares. Mostra que o processo é de longa data, desde o século XVI, com a existência dos suplícios e prisões, e que os fluxos e as experiências se perpetuam e, ainda, mantém-se enquanto herança do equipamento social. Volta-se para o dispositivo pedagógico e revela como a estrutura escolar, o tempo e a disposição dos ambientes vão ao encontro da manutenção das relações de poder, com vistas ao preparo do pequeno cidadão para viver em sociedade. Porém, o texto se encaminha em defesa da escola pública, para um repensar acerca dos modelos pré-estabelecidos no decorrer do processo histórico e com base em um sistema capitalista. E finaliza colocando em evidência a riqueza dos pensamentos das crianças que, através de seus repertórios imaginativos, subvertem a lógica constituída, que tenta, mas não consegue, assujeitar meninos e meninas.
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