Educação e ética em tempos digitais: uma questão para a filosofia da tecnologia
DOI:
https://doi.org/10.30905/rde.v9i1.1106Palavras-chave:
Ética, Educação digital, Grupos minoritários, Redes sociais, Filosofia da tecnologiaResumo
Este texto consolida resultados de uma pesquisa de iniciação científica realizada no Centro Federal de Educação Tecnológica e foi subsidiada pela Fundação de Apoio à Pesquisa no Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), cujo objetivo principal visa estudar as formas de violências contra grupos minorizados no contexto das redes sociais e, nessa medida, demonstrar as ocorrências desse fenômeno nas redes sociais (TikTok, Instagram e X), categorizando as violências contra grupos minorizados mais afetados por esse comportamento, partindo do pressuposto de que tais condutas refletem dimensões éticas de nossa realidade social. Os grupos minorizados considerados, nesse estudo, são alvo dos comportamentos agressivos nesses contextos digitais e são, em sua maioria, pessoas que se identificam como pertencentes à população LGBTQIAPN+, mulheres, e negros(as). As violências envolvem a divulgação de fotos ou vídeos íntimos, comentários racistas e misóginos ou LGBTfóbicos, direcionados aos grupos minorizados, fomentando a cultura do linchamento e cancelamento virtual em função de seu pertencimento à categoria de minoria social. Como metodologia, pretende-se aplicar a análise documental fundamentada em Figueiredo (2007) e a Análise de Conteúdo, de Lawrence Bardin (1977). Como referencial teórico, adotam-se fundamentos calcados na Filosofia da Tecnologia e da Ética, conforme a obra de Zygmunt Balman, autor que considera as redes sociais “uma armadilha”, além do aparato normativo que assegura os direitos civis desses grupos minorizados. Na perspectiva dos resultados apresenta-se um quadro sinótico que esboça o problema, apresentando-o como questão contemporânea que demanda intervenções de políticas legislativas, jurídicas e formativas.
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