As relações de ensino e as práticas docentes voltadas para a oralidade, leitura e escrita de crianças
DOI:
https://doi.org/10.30905/rde.v8i1.916Palavras-chave:
Criança, Professoras alfabetizadoras, Oralidade, Leitura, EscritaResumo
Este artigo focaliza a análise de produções elaboradas por professoras alfabetizadoras, de uma cidade do interior de Minas Gerais, participantes em um Curso de Formação Continuada Virtual oferecido pela universidade no ano de 2020. Objetivamente, a proposta, composta em 17 diferentes módulos, esteve voltada para a oferta de atualização e vivência de professoras com foco em suas atuações profissionais no âmbito pedagógico. Esta pesquisa centrou a discussão no que foi estabelecido no módulo de alfabetização, que teve duração de dois meses e contou com a participação de, em média, 300 pessoas. Como referencial teórico, as discussões do módulo se basearam em teóricos da alfabetização da perspectiva dialógica (Freire, 1968) e discursiva (Geraldi, 2010, Mortatti, 2000, Smolka, 2012). Este estudo se orientou por esse mesmo referencial teórico e, metodologicamente, adotamos a perspectiva qualitativa, de abordagem documental (Gil, 2002), voltada para a leitura e análise das produções escritas em quatro fóruns de discussão registrados ao longo desse módulo na plataforma Moodle. Pode-se afirmar que as postagens realizadas pelas professoras indicaram diferentes perspectivas de alfabetização, indícios de sensibilização na realização de práticas de leitura literária que consideram a vivência das crianças e o desejo de transformar as relações de ensino mecânicas em relações mais afetivas e dialógicas. Por outro lado, os registros indicaram a predominância de um único método de alfabetização no município, o fônico, e uma certa resistência institucional e, também, individual por parte de algumas professoras no que se refere à implementação das propostas pedagógicas voltadas para uma abordagem dialógica e discursiva.
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