Das contadoras de histórias ao escritor de livros para a infância: narrativas de tradição oral na literatura para crianças brasileiras na primeira república
DOI:
https://doi.org/10.30905/ded.v2i1.61Resumo
O texto apresenta o início da publicação de narrativas de tradição oral no Brasil (contos de fadas e outros) em obras destinadas ao público infantil. Discute-se a transposição de histórias que sempre circularam na oralidade para a forma escrita, em um processo que, de certo modo, tira de cena a figura da contadora de histórias e a substitui pela do escritor/adaptador, contribuindo assim para a formação de um público leitor infantil, que passa a ter contato com as narrativas tradicionais através do livro impresso, e não mais apenas por práticas ligadas à oralidade. O artigo busca inventariar a presença de narrativas da tradição oral na literatura destinada às crianças brasileiras do final do século XIX e início do XX, bem como as estratégias utilizadas pelos escritores e editores para adaptar sua produção a uma sociedade que, a despeito de suas raízes rurais, confere à escrita um lugar de destaque. As fontes utilizadas são uma edição de 1898 de Histórias de Fadas, de Figueiredo Pimentel, e 28 exemplares da coleção Biblioteca Infantil Melhoramentos, publicados entre 1915 e 1925, sob a coordenação do Professor Arnaldo de Oliveira Barreto. A perspectiva teórica adotada contempla contribuições de L. Arroyo, M. Lajolo e R. Zilberman.
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