Contar para quê e contar para quem: diálogo e arquitetônica na leitura, literatura e formação de professores
DOI:
https://doi.org/10.30905/ded.v2i1.34Resumo
O objetivo deste artigo é discutir aspectos da natureza do processo de contar histórias e estabelecer relações com a leitura, literatura e a formação de professores da Educação Básica. Partimos do referencial teórico-epistemológico do Círculo de Bakhtin, para o qual as noções centrais são a de diálogo e alteridade. Nesse âmbito, procuramos situar a contação de histórias dentro do contexto enunciativo: há que se contar em função de uma necessidade interacional com o outro e para esse outro. O conceito bakhtiniano de arquitetônica permite abordar as nuances dessa relação intersubjetiva: no circuito de produção, circulação e recepção de sentidos, há, também um movimento de posições representadas subjetivamente: a do próprio sujeito (eu-para-mim), a do interlocutor (outro-para-mim) e a projeção de como o outro estaria representando o sujeito falante/contante. A literatura pode ser vista constituindo-se como um ato em que os sujeitos se posicionam como testemunhas desse jogo de gestos e projetos de sentido. O papel do professor é se pensar no interior dessa arquitetônica é duplo: sujeito participante desse circuito de produção/circulação/recepção de sentidos e mediador, como quem convida os alunos a dialogarem com ele, com eles mesmos e com o mundo.
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