O lugar dos espaços externos nas diretrizes nacionais para a educação infantil de 0 a 3 anos (1996–2018)

Autores

  • Simoniely Lilian Kovalczuk Universidade Estadual de Maringá - UEM
  • Ednéia Regina Rossi Universidade Estadual de Maringá - UEM

DOI:

https://doi.org/10.30905/rde.v5i2.427

Palavras-chave:

História da Educação Infantil; Cultura material e espaços externos; Instituições de educação infantil: creche; Diretrizes Curriculares Nacionais.

Resumo

O presente artigo objetivou abordar as prescrições legais federais concernentes à organização e utilização dos espaços externos das instituições de Educação Infantil brasileiras, atinentes à faixa etária de 0 a 3 anos. O recorte temporal de análise foi de 1996 a 2018. As fontes analisadas foram os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, os Parâmetros Básicos de Infraestrutura para Instituições de Educação Infantil, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, o estudo propositivo sobre a organização dos espaços externos das unidades do Proinfância e a Base Nacional Comum Curricular. Optou-se pelo método de Análise Categorial Temática de Bardin (2010) e pelo diálogo com aportes teóricos advindos da História Cultural, como Chartier (1991) e Frago (1995). Utilizou-se, ainda, a literatura especializada sobre o tema dos espaços da primeira infância, com ênfase nos espaços externos. Foi possível observar que as prescrições legais buscam sensibilizar os docentes sobre a importância lúdico-pedagógica das áreas externas, assim como os documentos federais prescrevem modos de organização e práticas consideradas ideais. O pátio defendido legalmente é educativo, lugar de práticas desafiadoras, emancipatórias, interativas, democráticas, baseadas no aprendizado ativo e sensorial e, especificamente, na livre movimentação dos corpos e do contato com a natureza. Porém, a literatura recente tem destacado a permanência de históricas segmentações, que marcam a trajetória das instituições educativas.

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Biografia do Autor

Simoniely Lilian Kovalczuk, Universidade Estadual de Maringá - UEM

Mestra em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá – PPG/UEM, na Linha de Pesquisa em História e Historiografia da Educação. Licenciada em História pela Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR). Integrante do Grupo de Pesquisa em História da Educação Brasileira, Instituições e Cultura Escolar (HEDUCULTES). Professora de Educação Infantil da Rede Municipal de Marialva.

Ednéia Regina Rossi, Universidade Estadual de Maringá - UEM

Professora Associada do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá – PPE/UEM. Doutora em História pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2003). Líder do Grupo de Pesquisa em História da Educação Brasileira, Instituições e Cultura Escolar (HEDUCULTES). Pesquisadora visitante na Universidade de Genebra /Suíça (2019-2020). Atualmente é membro associado do "Laboratoire de Recherche Innovation, Formation, Éducation" (LIFE), vinculado à Faculdade de ciências da educação da Universidade de Genebra/Suíça.

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Arquivos adicionais

Publicado

2021-11-27

Como Citar

Kovalczuk, S. . L., & Rossi, E. R. . (2021). O lugar dos espaços externos nas diretrizes nacionais para a educação infantil de 0 a 3 anos (1996–2018). Devir Educação, 5(2), 171–191. https://doi.org/10.30905/rde.v5i2.427

Edição

Seção

Artigos de fluxo contínuo