Devir Educação

Dossiê comemorativo dos 10 anos do núcleo de estudos em linguagens, leitura e escrita - NELLE

Ilsa do Carmo Vieira Goulart — 2024-11-21

Literatura de Infância: constelações infantis

Maria José Palo — 2024-11-21

No contemporâneo, um estudo semiológico sobre a natureza da linguagem, a partir do fundamento da voz, atualiza o lugar da Literatura Infantil no confronto com sua Historiografia. Como um gênero de expressão, essa linguagem sem voz impõe outro modo de pensar sua ontologia pelas ciências da linguagem, ao prever uma resposta à dimensão histórico-transcendental do homem na cisão língua e fala e ao questionar a gênese da mímesis. A Teoria da Infância de Giorgio Agamben (2008) possibilita-nos uma revisão da lógica do discurso de infância sob a dimensão conceitual da potência aristotélica. Nesse não lugar da voz, seu limiar, o confronto da poética com uma filosofia da Infância propicia-nos uma revisão do estatuto do termo infância como medium na experiência de linguagem que elimina a aprendizagem. Uma vez restituídas essas concepções, que expõem um modo mimético de um discurso originário de constelações de signos infantis, significa-se a Literatura de Infância definitivamente.

Metamorfose ambulante: entre o sujeito que pensa (pesquisador) e seu objeto de pesquisa

Norma Sandra de Almeida Ferreira — 2024-11-21

Alguns pesquisadores na área da educação se tornaram, nas últimas décadas, referências bibliográficas no campo da metodologia de pesquisa em cursos de graduação e de pós-graduação, em Educação, no nosso país. Suas obras estiveram disponíveis na forma impressa e mais recentemente em e-books para várias gerações de estudantes e pesquisadores. Mais recentemente, outros livros sobre metodologia de ensino emergiram com o intuito de discutir (sob ponto de vista da metodologia) a produção acadêmica na área da educação e divulgar os princípios e caminhos investigativos que vêm orientando os trabalhos de determinados grupos de pesquisa. Este texto pretende trazer alguns conceitos e modos de operar metodologicamente, além de algumas trajetórias de pesquisa que se constituíram como (olhares e sensibilidades) norteadores dos estudos que vêm sendo compartilhados no Grupo de Pesquisa “Alfabetização, Leitura e Escrita/Trabalho Docente e Formação Inicial” (ALLE/AULA), da Faculdade de Educação, Unicamp.

Ensino da leitura na rotina de turmas de alfabetização: a experiência do Projeto Alfaletrar (Lagoa Santa/MG)

Juliano Guerra Rocha — 2024-11-21

Este artigo objetiva analisar os componentes e metas para o ensino da leitura no cotidiano das turmas de alfabetização de crianças (em específico, do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental), considerando a questão da rotina e do planejamento pedagógico. Para tanto, tomaremos como objeto de estudo o Projeto Alfaletrar, realizado pela rede municipal de Lagoa Santa, em Minas Gerais. A análise buscou responder a duas questões norteadoras deste estudo: de que forma o ensino da leitura se concretiza no cotidiano das práticas alfabetizadoras? Como as redes de Ensino podem orientar a promoção de práticas de alfabetização nas escolas públicas de modo a garantir que todas as crianças sejam alfabetizadas? Longe de estabelecer um caráter prescritivo ou salvacionista para pensar o ensino de leitura no Brasil, ensejamos alargar o debate em torno de ações inspiradoras e concretas para uma “alfabetização com método”, conforme preconizou Magda Soares.

João e Maria e a recepção infantil: do conto de fadas tradicional ao contemporâneo

Renata Junqueira de Souza — 2024-11-21

Os contos de fadas são obras clássicas que permanecem vivas ao longo do tempo, seja por meio de versões originais, adaptações ou releituras. Desde cedo, as crianças estão em contato com os conhecimentos historicamente acumulados pela humanidade, e através da oralidade, elas se conectam com os bens culturais de diferentes sociedades e culturas. Para introduzir, em sala de aula, esse vasto universo cultural e literário, é necessário um mediador mais experiente. Uma das maneiras eficazes de realizar essa mediação é por meio do trabalho com a literatura em sala de aula. Este estudo tem como objetivo analisar uma prática desenvolvida à partir do conto “João e Maria", comparando as versões dos irmãos Grimm e a adaptação brasileira da autora e ilustradora Rosinha. Entendemos a literatura como um direito universal. Ao serem compartilhadas em situações vivenciadas por leitores mais experientes, as crianças podem aprender as estratégias de leitura necessárias para a compreensão dos textos, tornando-se leitores proficientes. Nesse sentido, quanto mais cedo as crianças forem expostas a situações formais, sistematizadas e planejadas que envolvem estratégias de leitura, maior será a probabilidade de elas compreenderem e apreciarem os textos clássicos e suas releituras. A base teórica deste estudo inclui os trabalhos de Colomer (2007), Solé (1998), Girotto & Souza (2010), além de outros autores que fundamentaram nossas discussões, como Abramovich (1993). Portanto, destacamos que o contato com boas obras literárias durante a infância contribui significativamente para a formação leitora das crianças.

As relações de ensino e as práticas docentes voltadas para a oralidade, leitura e escrita de crianças

Vanessa Cristina Girotto Nery — 2024-11-21

Este artigo focaliza a análise de produções elaboradas por professoras alfabetizadoras, de uma cidade do interior de Minas Gerais, participantes em um Curso de Formação Continuada Virtual oferecido pela universidade no ano de 2020. Objetivamente, a proposta, composta em 17 diferentes módulos, esteve voltada para a oferta de atualização e vivência de professoras com foco em suas atuações profissionais no âmbito pedagógico. Esta pesquisa centrou a discussão no que foi estabelecido no módulo de alfabetização, que teve duração de dois meses e contou com a participação de, em média, 300 pessoas. Como referencial teórico, as discussões do módulo se basearam em teóricos da alfabetização da perspectiva dialógica (Freire, 1968) e discursiva (Geraldi, 2010, Mortatti, 2000, Smolka, 2012). Este estudo se orientou por esse mesmo referencial teórico e, metodologicamente, adotamos a perspectiva qualitativa, de abordagem documental (Gil, 2002), voltada para a leitura e análise das produções escritas em quatro fóruns de discussão registrados ao longo desse módulo na plataforma Moodle. Pode-se afirmar que as postagens realizadas pelas professoras indicaram diferentes perspectivas de alfabetização, indícios de sensibilização na realização de práticas de leitura literária que consideram a vivência das crianças e o desejo de transformar as relações de ensino mecânicas em relações mais afetivas e dialógicas. Por outro lado, os registros indicaram a predominância de um único método de alfabetização no município, o fônico, e uma certa resistência institucional e, também, individual por parte de algumas professoras no que se refere à implementação das propostas pedagógicas voltadas para uma abordagem dialógica e discursiva.

A mediação da linguagem na promoção de interações recíprocas no ambiente da sala de aula

Edmilson Francisco — 2024-11-21

O artigo tem como objetivo destacar a importância do uso da linguagem como instrumento de desenvolvimento humano e de transmissão do conhecimento no ambiente da sala de aula e de suas implicações para o ensino e a aprendizagem. A concepção de linguagem é abordada como “instância viva”, utilizada por parceiros (alunos e professores) que a utilizam no jogo da comunicação linguística estabelecida no contexto da sala de aula, por meio da troca de enunciados, em interação, e que, juntos, se constroem mutuamente, mediados por essa linguagem. A discussão é amparada por Bakhtin (2003) e Faiclough (2006), nos quais buscamos alinhar seus conceitos teóricos, referentes à concepção da linguagem como um fenômeno social profundamente enraizado na interação e no diálogo. Intentamos assinalar o quão importante é a linguagem no ambiente da sala de aula, se for utilizada eficazmente como instrumento de desenvolvimento humano e de produção de conhecimentos.

Integração de tecnologias digitais na leitura literária: efeitos sobre a mediação pedagógica

Josiele Vita da Silva Tavares — 2024-11-21

Este artigo, que constitui um recorte da dissertação de mestrado, investigou a mediação docente na leitura literária utilizando tecnologias digitais e recursos multimidiáticos, com o intuito de compreender seu impacto na promoção do letramento literário. A questão central abordada foi como a integração de dispositivos digitais e multimídia influencia a prática pedagógica e o desenvolvimento das competências leitoras dos alunos. O estudo visou explorar novas práticas pedagógicas emergentes do ensino remoto e analisar o papel do professor como mediador neste contexto. Adotou-se uma metodologia qualitativa com características exploratórias e descritivas, baseada em entrevistas semiestruturadas com cinco professoras dos anos iniciais do ensino fundamental em escolas públicas e privadas de Lavras/MG. A análise dos dados foi orientada pelos teóricos Gil (2007), Moreira (2022), Cosson (2021) e pela BNCC (2018), que discutem a mediação pedagógica e a importância das tecnologias digitais na educação. Os resultados demonstraram que a utilização de tecnologias digitais promoveu mudanças significativas nas práticas pedagógicas, aumentando a participação dos alunos e diversificando as abordagens de leitura. Além disso, a presença de um mediador qualificado é fundamental para a integração eficiente das tecnologias digitais ao processo de leitura literária no contexto educacional, assegurando tanto a ampliação da experiência literária quanto o aprimoramento das competências leitoras.

Contribuições formativas do NELLE para professoras da Educação Básica em Goiás: da formação continuada à práxis

Nay Brúnio Borges — 2024-11-21

O artigo apresenta reflexões e experiências de professoras da Educação Básica do estado de Goiás a partir da participação em cursos e estudos sobre leitura, leitura literária e sua mediação, promovidos pelo NELLE– Núcleo de Estudos em Linguagens, Leitura e Escrita. Os encontros síncronos online geraram novas posturas nas práticas pedagógicas no campo da leitura, reverberando nos projetos “Pequeno leitor”, desenvolvido na Educação Infantil em Iporá e “Mergulhando na leitura”, no Ensino Fundamental I em Luziânia. Diante das inquietações sobre leitura, foi realizado ainda um estudo sobre o cantinho da leitura em uma escola de tempo integral de Luziânia. Tais experiências confluem para a produção de outros escritos, cuja divulgação ocorreu em apresentações orais no Congresso Internacional de Literatura Infantil e Juvenil realizado em Ouro Preto em dezembro de 2023. A oportunidade de formação continuada que o NELLE ofereceu ampliou o conhecimento docente e fortaleceu vínculos, mesmo pela internet. Podemos perceber a capacidade da extensão universitária de agregar pessoas e conhecimentos por meio das manifestações concretas nas salas de aula e unidades escolares afetando diretamente a práxis.

Formação de leitores na escola: aspectos relevantes de um projeto institucional de incentivo à leitura

Rita Cassia de Oliveira — 2024-11-21

Este artigo é um recorte de uma pesquisa de mestrado finalizada em 2019, que buscou uma melhor compreensão do projeto de ação promovida pela secretaria de educação de um município do Sul de Minas, cuja finalidade foi a de incentivar as práticas de leitura em sua rede pública de ensino. Questionou-se que ações têm sido realizadas nas redes públicas de ensino que promovam e incentivem à atividade de leitura? Neste recorte realizado, objetivou-se a discussão sobre a relevância da formação docente para o desenvolvimento de práticas escolares que promovam e incentivem experiências leitoras de forma significativa e mais efetiva na formação de leitores. Para tanto, foi feita a análise da entrevista realizada com a equipe idealizadora do projeto institucional e do seu documento descritivo. Como resultado, constatou-se que o projeto institucional enfatizou o trabalho com a literatura e o contato prazeroso com leitura, constituindo-se como inciativa de fomento à leitura que busca o resgaste da atividade leitora por meio da leitura literária, dialogando com as políticas públicas nacionais de fomento à leitura. O projeto considerou os aspectos formativos da literatura, privilegiando esse tipo de leitura. Entretanto, percebemos que a leitura literária muitas vezes é usada para diversos fins didáticos, esquecendo-se os aspectos específicos da própria leitura literária. Isso aponta para a necessidade de se (re)pensar a concepção de leitura, que ajudará no planejamento para mediação de forma significativa nas atividades de leitura e escolhas de atividades mais efetivas para a formação do leitor.

Currículo de leitura na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental: um olhar para o livro literário

Andrea Rodrigues Dalcin — 2024-11-21

O estudo aqui apresentado intenciona discutir a organização de um currículo de leitura em que ler se constitua como mais um dos direitos estabelecidos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na educação infantil e ocupe o lugar de excelência nos anos iniciais do ensino fundamental, pois observam-se práticas de leitura parecidas entre anos distintos que se mantém feita de um só livro, na busca por uma única resposta. Uma leitura oralizada, coletivizada e interrompida mantendo a tradição escolar em suas maneiras de fazer. A proposta traz, o olhar para um currículo de leitura que garanta o direito de ler e escrever do cidadão, desde a mais tenra idade, a partir de critérios e premissas estabelecidos nos quais as experiências e as práticas reverberem em construção de conhecimento, o que requer organização, planejamento, intencionalidade, formação de professores e políticas públicas estabelecidas. Neste tempo histórico, o recorte dado para início da organização curricular em leitura será a leitura literária e suas possibilidades na formação do leitor. O corpus é constituído por práticas de leitura analisadas à época do doutorado e obras literárias para se pensar o currículo. Enquanto operações de pesquisa, a análise da relação existente entre as práticas de leitura, análise de livros de literatura infantil e estudos bibliográficos constituem-se como opção metodológica. A pesquisa está ancorada em contribuições advindas da História Cultural (CHARTIER, 2001), das práticas cotidianas (CERTEAU, 2007), da leitura enquanto política pública (CASTRILLÓN, 2011) para a formação do ser humano e do cidadão (PETIT, 2013) e das relações entre texto, imagem e suporte (NIKOLAJEVA; SCOTT, 2011) e (SALISBURY; STYLES, 2013).

“Se juntar essas letras escreve bola”: um estudo a respeito do que as crianças pensam sobre a leitura e como a realizam

Ilsa Carmo Vieira Goulart — 2024-11-21

Esse trabalho considera ler como um processo cognitivo complexo, que envolve várias atividades intrapsíquicas, como percepção, atenção, memória, inferência, entre outras. As discussões sobre o processo de apreensão da leitura, muitas vezes, aparecem ligadas aos estudos e pesquisas sobre a aquisição da escrita, não sendo tão explorado ou comentado como os aspectos do desenvolvimento cognitivo da criança, na área da educação. Diante disso, essa pesquisa tem como objetivo compreender o que a psicolinguística discute sobre os processos cognitivos da leitura, de modo a identificar as fases evolutivas e quais as características predominantes em cada uma dessas etapas. O estudo se desenvolve a partir da aplicação de atividades de leitura com crianças de 5 anos, de uma turma da educação infantil. Para isso, realizou-se uma pesquisa participante de abordagem qualitativa, tendo como procedimento de produção de dados a aplicação de atividades de leitura e de registros das falas das crianças durante a realização das atividades. A análise apoia-se, principalmente, nos estudos de Ferreiro e Teberosky (1999), Solé (1998) e Smith (1989) sobre a perspectiva da leitura como processo cognitivo. Ao analisar as atividades foi possível identificar características das fases da leitura; da evolução de uma fase à outra no desenvolvimento das crianças, de acordo com os estudos dos autores selecionados para esse trabalho, e a relação entre as fases da leitura com as etapas das hipóteses de escrita considerando os estudos de Ferreiro e Teberosky (1999).

O poder da educação literária: formando leitores críticos e cidadãos transformadores – uma entrevista com o professor Fernando Azevedo

Fernando Azevedo — 2024-11-19

No âmbito das discussões nacionais e internacionais acerca da educação literária, destacam-se os estudos do Prof. Dr. Fernando Azevedo. Nesse contexto, realizou-se uma entrevista com o Professor Associado com Agregação do Instituto de Educação da Universidade do Minho (Braga, Portugal), onde é o responsável pela regência de unidades curriculares da graduação e da pós-graduação nas áreas da Didática da Língua Portuguesa e da Formação de Leitores. Na entrevista o autor aponta diferentes aspectos que envolvem a educação literária, ampliando a compreensão a respeito da mediação literária, da compreensão leitora e de literacia no ensino da literatura nas escolas.

Olhar atento: como incentivar os alunos a aprender por meio da observação

Renata Lima Durães Reis — 2024-10-18

Esta resenha traz uma análise descritiva e crítica sobre o livro "Olhar Atento: Como Incentivar os Alunos a Aprender por Meio da Observação", de Shari Tishman, uma obra que convida educadores a redescobrirem a profundidade do ato de observar. Tishman mostra que a observação cuidadosa é um processo que envolve intensas atividades cognitivas que estimulam pensamento crítico e criatividade e são fundamentais não apenas para a aprendizagem acadêmica, mas para a formação de seres humanos atentos e empáticos. Além disso, propõe estratégias concretas para desenvolver, em sala de aula, essa prática que ela considera essencial para a aprendizagem significativa.

Por que não consigo ensinar com tecnologias nas minhas aulas?

Gabriele Silva Carneiro Batista — 2024-01-10

A presente resenha propõe analisar, de maneira descritiva e crítica, o livro “ Por que não consigo ensinar com tecnologias nas minhas aulas” escrito por Elaine Jesus Alves, essa obra foi resultante dos seus estudos de doutorado em Ciências da Educação, especialidade de Tecnologia Educativa, realizado no Instituto de Educação da Universidade do Minho - Braga, Portugal e, também, de um pós-doutoramento na mesma especialidade realizado pouco tempo depois com a finalidade de afinar e testar o modelo proposto para a formação continuada de professores em literacia digital, intitulado “Formação Integrada, Permanente e Integrada para a Literacia Digital” (FIPELD).

Educação em questão: tendências, estratégias e resistências

Daniella Gualberto Neves — 2024-01-03

Esta é uma resenha da obra Educação em Questão: tendências, estratégias e resistências, lançada em 2021 e organizada pela Rede de Egressos do Programa de Mestrado Profissional em Educação da Universidade Federal de Lavras, pela professora Mestra Cristina Rezende Eliezer e pelos professores Doutores Regilson Maciel Borges e Paulo Henrique Arcas. O manuscrito reúne 17 capítulos que discutem e problematizam temas contemporâneos emergentes do campo da educação e nos convida para um diálogo reflexivo acerca do desenvolvimento profissional docente tanto no nível básico quanto no nível superior de ensino. Os textos, originados de pesquisas, ressaltam possibilidades para transformar a educação e compartilham diferentes saberes que, com certeza, contribuem para um ensino de qualidade.

Apresentação do Dossiê: Meandros, Desafios e Possibilidades Educacionais na Contemporaneidade

Leandro Silva Moro — 2024-01-12

Estado de conhecimento: formação docente com foco na educação inclusiva para aluno surdo

Wagner dos Santos Guimarães — 2024-01-12

Esta pesquisa denominada estado do conhecimento tem como objetivo apresentar um levantamento bibliográfico sobre as produções científicas da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD) sobre a formação continuada na educação inclusiva para aluno surdo. Em um recorte temporal de 2010-2020, o estudo analisou o corpus de 11 trabalhos. Os resultados destacam-se que apenas 11 produções científicas abordam essa temática no marco temporal, sendo que nove dissertações e duas teses, a região centro-oeste apresenta a maior quantidade de produção e a predominância da pesquisa qualitativa. Concluímos que as investigações realizadas nos programas de pós-graduações são extremamente escassas, ressaltando que as duas teses são de programas de ciências exatas. Na área da educação, embora muitos professores atuem com alunos com deficiência, não existe fomento para as investigações científicas.

Uma estética negra em produções da literatura infantil brasileira

Jiselda Meirielly de França — 2024-01-12

Este trabalho almeja nalisar a representação da est[ética negra nas produções da literatura infantuil brasileira, como: "As tranças de Bintou" (2004), de Sylviane A. Diouf, "O Cabelo de Lelê" (2007), de Valéria Belém (2009) e "Betina" (2009) de Nilma Lino Gomes. Com a intenção de atingir os objetivos específicos: a) Mapear as imagens atribuídas aos personagens negros nas Literaturas infantis citadas. b) Identificar os discursos atribuídos aos personagens negros/as nas obras em análise; e c) Discorrer em que medida as obras analisadas apontam para uma ressignificação na literatura infantil com relação a identidade étnico-racial. A metodologia trata-se de uma pesquisa qualitativa que teve como base a luz da crítica literária em consonância com os teóricos. Com base na análise percebeu-se uma repressentação positiva da população negra contribuindo com os propósitos da Lei 10.639/03 e das Diretrizes Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais. Assim, coclui-se que as respectivas obras literárias contribui para ressignificação da população negra.

Revisão sistemática de literatura: linguagem de programação Logo no ensino de geometria matemática

Guilherme Barbosa Biriba — 2024-01-12

Esta pesquisa teve como objetivo analisar as produções científicas publicadas na base de dados do Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), no período compreendido entre 2016 e 2021, na perspectiva de fazer um levantamento do estado do conhecimento que tenha uma relação com o uso da linguagem de programação Logo e o ensino de matemática. Trata-se de um levantamento do tipo revisão de literatura, que busca à identificação e análise qualitativa dos dados a partir dos trabalhos que constituíram o corpus pesquisado.

Uma análise do discurso da pobreza e riqueza no Youtube

Iane da Silva Santos — 2024-01-12

Levando em consideração a discussão de classe na sociedade do século XXI e o predomínio de discursos que são envolvidos nesse contexto, o objetivo desse artigo será analisar discursivamente como esses discursos são construídos nas falas dos sujeitos, através do website Youtube. Partindo de uma percepção inicial, constatou-se uma divergência entre o que ser pobre e ser rico é significado socialmente, percebendo que não possuem as mesmas repercussões e impactos sociais. Baseando-se em autores da Análise do Discurso (AD) de linha francesa como Pêcheux (2002) Orlandi (1996), Maldidier (1997) e Maingueneau (1997), serão utilizados seis vídeos retirados da referida plataforma para analisar como estão sendo disseminados os discursos do pobre como classe cômica ou negativa, em contrapartida com o desejo/comprovação da riqueza e, em decorrência, o fortalecimento do capitalismo.

Prática docente e tecnologias digitais: o que vem sendo discutido a partir da pandemia?

Silmara Cavalcante Oliveira de Araujo — 2024-01-12

No Brasil, a partir da implantação do Ensino Remoto Emergencial, em 2020, devido à pandemia da covid-19, intensificou-se o uso de tecnologias digitais na educação. Dessa forma, tornou-se possível a continuidade do ensino e aprendizagem durante o isolamento social. O presente artigo tem por objetivo, apresentar um estado do conhecimento acerca de publicações de 2020 a 2022, demonstrando a relação dos docentes com o uso das TDIC, a partir da pandemia. Como resultados iniciais, percebemos um conjunto de dificuldades relatadas pelos docentes, mas também, um grau de abertura para os usos e práticas dessas tecnologias no contexto escolar. Por fim, refletimos também acerca da necessidade de atualização da formação docente.

Judicialização das políticas públicas em educação no Brasil: um fenômeno em curso

João Camilo Sevilla — 2024-01-12

O presente artigo visa discorrer sobre o conceito de judicialização e seus efeitos e influência nas políticas públicas, sobretudo nas que integram o campo da educação. No que tange à judicialização, objetiva-se apresentar considerações e reflexões sobre sua origem e sua ascensão no debate público abrangendo políticas públicas de âmbito educacional. Este trabalho pretende também abordar a força exercida pela judicialização no ciclo de políticas públicas e o papel desempenhado pelas instituições do sistema de justiça no processo de judicialização citadas, afinal Defensoria Pública, Ministério Público e Supremo Tribunal Federal detêm potencial para agir e interferir nas questões referentes às políticas públicas. Por último, este artigo mira ampliar a discussão sobre as marcas da judicialização nas políticas públicas de educação apresentando transformações na área educacional impulsionadas pela Constituição de 1988.

Contextualização do ensino de Matemática com Ciências e a aprendizagem baseada em problemas: uma prática no oitavo ano do ensino fundamental

Lisandra Pintos Sabedra — 2024-01-12

Neste trabalho, apresenta-se uma prática de ensino com a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), nas aulas de Matemática em uma turma de oitavo ano do Ensino Fundamental de uma escola pública estadual de Uruguaiana/RS, envolvendo quinze alunos e a professora-pesquisadora, regente do componente curricular. O estudo teve como objetivo verificar as potencialidades e desafios da metodologia ABP no processo ensino-aprendizagem de Matemática, ao oportunizar a participação ativa e a interação entre os estudantes, e como uma alternativa ao método tradicional. A situação-problema com a temática sobre o consumo de energia elétrica residencial foi elaborada de forma a integrar os componentes curriculares de Matemática e de Ciências através do princípio da contextualização. Os resultados mostraram que com a mediação da docente os estudantes realizaram as atividades de forma colaborativa nos grupos, favorecendo a aprendizagem.

A interdisciplinaridade no ensino de química na revista Química Nova na Escola

Éverton da Paz Santos — 2024-01-12

No Brasil há uma forte influência da visão de Interdisciplinaridade defendida pela pedagoga, filósofa e antropóloga Ivani Fazenda, entretanto há estudos norte-americano e francês que precisam ser considerados. Partindo desse contexto, o objetivo desta pesquisa é investigar como e de que forma a interdisciplinaridade no ensino de química é tratada na Revista Química Nova na Escola (QNEsc) nos últimos 11 anos. Estabelecemos dois critérios de busca para esta seleção, primeiro, indicação do termo “Interdisciplinaridade”, ou termos relacionados, no título e nas palavras-chave dos artigos e, segundo a presença do termo “Interdisciplinaridade”, ou termos relacionados, nos resumos dos artigos. Foram selecionados e avaliados 50 trabalhos, sendo este o corpus da investigação. A criação de categorias se fez a partir da Análise de Conteúdo de Bardin (1995). Os resultados apontaram que há uma valorização das práticas interdisciplinares nos trabalhos analisados, embora seja um periódico nacional brasileiro, há uma predominância da visão Francesa sobre interdisciplinaridade, seguida da ótica Norte-Americana e, por último a compreensão Brasileira, defendida por Ivani Fazenda (2011).

TIC e as tecnologias assistivas

Anderson de Araujo Reis — 2024-01-12

Este artigo objetiva refletir sobre os aspectos da Tecnologia de Informação e Comunicação e a Tecnologia Assistiva no processo de inclusão educacional da Pessoa com Deficiência. Seu contexto é constituído dos aspectos extraído durante os desdobramentos da tese de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe defendida em julho de 2021. A proposta do uso das tecnologias está na capacidade de potencializar o aprendizado e a inclusão no ambiente escolar. Dessa forma, o professor que atuará com as tecnologias na escola, deve conhecê-las e saber como utilizá-las. Por isso a importância dos recursos utilizados, aqui se destacam a TA, que deve ser vista como aliada na efetivação e promoção da interação do aluno com deficiência e seu desenvolvimento. É necessário elucubrar sobre os aspectos, no sentido de compreender a pessoa com deficiência como ser humano que possui impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o que, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas, considerando os aspectos fundamentais. É por esses e outros motivos que a evolução da tecnologia revela, a cada momento de sua história, uma profunda interação entre os incentivos e as oportunidades que favorecem as inovações tecnológicas e as condições socioculturais.

Aprender sustentabilidade: caminhos de uma horta comunitária urbana do Sul do Brasil

Lilian Alves Schmitt — 2024-01-12

O artigo aborda a importância da interdisciplinaridade na educação e na promoção de uma cultura de sustentabilidade nas cidades. Destaca as preocupações relacionadas aos riscos ambientais, desigualdade social e injustiça, e reitera a necessidade de lidar com esses desafios em um mundo em colapso ambiental. Explora-se a ideia de atravessar o deserto como uma metáfora para enfrentar os desafios contemporâneos argumentando que este enfretamento envolve a participação em práticas sociais situadas, especialmente em comunidades de prática. As comunidades de prática assim são definidas como conjuntos de relações entre pessoas, atividades e o mundo em que vivem ao longo de um dado tempo. Desempenham papel fundamental na aprendizagem pensada como prática social. A Horta Comunitária da Lomba do Pinheiro é apresentada como um exemplo de iniciativa bem sucedida que promove a educação ambiental, a inclusão social e a produção de alimentos orgânicos. A história e os princípios da horta são destacados, incluindo seu papel na formação de comunidades de prática. Conclui-se o texto enfatizando a importância do apoio das instituições educativas e da articulação política entre diferentes atores para enfrentar os desafios ambientais e sociais contemporâneos.

Proposta para ensinar conceitos de campo elétrico e magnético para estudantes cegos e/ou baixa visão

Rodrigo Pinheiro Teles Vaz — 2024-01-12

A discussão sobre eletricidade, magnetismo e a relação entre eles é fundamental para compreender o desenvolvimento da ciência e tecnologia, bem como é a base para o funcionamento de algumas máquinas e situações do cotidiano. Entretanto, pesquisas indicam que estudantes dominam pouco esse assunto. Considerando essa perspectiva, este artigo propõe modelos pedagógicos para a construção de conceitos de campo elétrico e magnético com estudantes cegos e/ou com baixa visão, utilizando tecnologia assistiva. O material discute as possibilidades das intervenções feitas em sala de aula e poderá ser desenvolvida em turmas do 3º ano do Ensino Médio ou em turmas de áreas especificas da Física. A articulação entre atividades experimentais e práticas investigativas permitirá pensar em diferentes possibilidades de atividades, portanto, favorável à criação em aula de um contexto propício para investigar e construir conceitos de campo elétrico e magnético, em sala de aula.

Taxonomías curriculares y pedagogías críticas

Luis Francisco Bonilla Molina — 2024-01-12

Las taxonomías han construido hegemonía silenciosa marcando la secuencia, orden y jerarquía de los aprendizajes, estandarizando la labor pedagógica. Este ha sido el signo de la despedagogización en los últimos cincuenta años, dinámica asociada al viejo régimen de reproducción y control por biopoder. Las taxonomías de objetivos educativos constituyen un encuadre ideológico que concibe a la mente como una máquina y los aprendizajes como programación. Lo paradójico es que estas taxonomías construyen hegemonía en el ocaso del régimen biopolítico y el emerger del nuevo régimen de reproducción de datos y contenidos que implanta el sistema mundo capitalista como resultado de la aceleración de la innovación científico-tecnológica y la transición hacia la cuarta revolución industrial. En este artículo, revisaremos también los desarrollos taxonómicos recientes en razón de la importancia que vienen tomando para el diseño de las interfaces en plataformas educativas, no solo de la industria tecnológica sino en prototipos financiados por los estados nacionales. Nuestra perspectiva es que estas taxonomías reproductoras resultaron útiles para el sistema mundo capitalista en el campo educativo durante las primeras revoluciones industriales, pero hoy constituyen no solo un problema para la educación emancipadora sino incluso para el nuevo modelo de reproducción del capitalismo de la cuarta revolución industrial. Lejos de desaparecer el interés por el tema taxonómico, hay un resurgir de búsquedas porque los programadores informáticos requieren de una ruta secuencial para sus programaciones e interfaces. Este artículo, junto a otros esfuerzos complementarios desde las pedagogías críticas, procuran contribuir a desatar un big bang epistémico en ese campo.

Educação inclusiva no ensino de Ciências para alunos autistas: experiências de professores em escolas públicas de Valença do Piauí-PI

Allan Diêgo Rodrigues Figueiredo — 2024-01-12

O presente estudo investiga as práticas de ensino de professores do Ensino Fundamental - Anos Finais no município de Valença do Piauí, em relação à inclusão de alunos autistas, notadamente na disciplina de Ciências. A pesquisa problematizou: como as práticas de ensino dos professores do município de Valença do Piauí têm atendido ao ensino e aprendizagem dos alunos autistas? Para isso, optou-se pela abordagem qualitativa, com a aplicação de uma entrevista semiestruturada aos professores. Os dados coletados foram tratados de acordo com Análise de conteúdo para a interpretação dos resultados. Concluiu-se que há avanços com relação ao ensino e inclusão de alunos autistas no município, porém, ainda existem problemas que dificultam a efetiva implementação da modalidade. O desafio principal é a falta de formação continuada para os docentes que atuam nas salas de aulas comuns, pois, para que a inclusão se torne realmente eficaz, deve partir da formação e qualificação constantes dos educadores.

Educação inclusiva no currículo de formação de professores de biologia dos Institutos Federais de Minas Gerais

Juliani Flávia de Oliveira — 2024-12-09

Este estudo analisou a presença da temática da educação inclusiva nos cursos de licenciatura em Ciências Biológicas oferecidos pelos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) de Minas Gerais. Utilizando uma abordagem de pesquisa qualitativa e documental, os Projetos Pedagógicos de Cursos foram examinados conforme a análise proposta por Robert Yin. Dos 11 cursos avaliados, 51 disciplinas abordavam a temática, sendo 96,1% obrigatórias e 3,9% optativas. O curso do campus Inconfidentes do IFSULDEMINAS se destacou na integração dessa temática. Além disso, algumas disciplinas também discutiram preconceito e violência nas escolas. Conclui-se a necessidade de expandir a temática para atividades extracurriculares e entender o impacto dessas discussões nas atitudes e práticas dos estudantes de licenciatura, visando uma formação mais inclusiva e preparada para os desafios da educação contemporânea.

Base Nacional Comum Curricular (BNCC): desafios e reflexos para o ensino da língua portuguesa nos anos finais em Iranduba - AM

Cleonita Lopes Cruz — 2024-11-21

Este estudo teve como objetivo investigar os desafios na implementação da BNCC no município de Iranduba, AM para o ensino de Língua Portuguesa. Foi realizado uma pesquisa de campo, qualitativa, documental utilizando a análise de conteúdo para investigar o texto da BNCC. A pesquisa foi conduzida em 3 escolas do município de Iranduba, AM, envolvendo 7 professores, 2 Gestores, 3 Pedagogos e 1 coordenador. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário online. Dentre os achados de pesquisa destaca-se a notável ausência de formação continuada e o precário conhecimento que os professores têm acerca da BNCC, indicando que o processo de implementação da BNCC é desafiador e que a formação continuada precisa ser incluída em uma agenda de políticas públicas. O aprendizado do componente de Língua Portuguesa para Anos Finais do Ensino Fundamental tal como normatizado pela BNCC exige do professor conhecer o referido texto e, sobretudo, compreendê-lo. Por isso, as dúvidas dos professores e desconhecimento ou insegurança em relação ao documento precisam ser monitoradas e tratadas com atenção.

Saberes docentes necessários para a inclusão de estudantes com deficiência nas aulas de educação física no Ensino Médio Integrado

Fernanda Maurente Machado — 2024-10-29

Este trabalho apresenta uma pesquisa de mestrado, que teve por finalidade abordar os saberes docentes necessários para promover a inclusão de alunos com deficiência nas aulas de Educação Física no Ensino Médio Integrado. O objetivo geral deste estudo foi mapear e descrever os saberes docentes mobilizados pelos professores de Educação Física, a fim de efetivar a inclusão de estudantes com deficiência no Ensino Médio Integrado, dando ênfase ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense. Em termos metodológicos, o estudo privilegiou a aplicação de questionários e entrevistas com professores de Educação Física, que atuam no Instituto Federal Sul-rio-grandense. Como procedimento para análise dos dados, foi utilizada a Análise Textual Discursiva. O referencial teórico do estudo aborda os saberes docentes e a inclusão de alunos com deficiência nas aulas de Educação Física no Ensino Médio Integrado da Educação Profissional e Tecnológica. Como resultados, foram identificadas três categorias: os Saberes da Formação, os Saberes da Experiência e os Saberes dos Desafios.

O uso da mística nas aulas de História do curso de Licenciatura em Educação do Campo (LEDUCARR) da Universidade Federal de Roraima (UFRR)

Alessandra Rufino Santos — 2024-11-05

O movimento de luta pela Educação do Campo tem defendido a importância de construirmos análises a respeito de temas que perpassam a Educação do Campo, e a mística pode ser considerada um desses temas. Nesse sentido, o presente estudo partiu do intuito de utilizar a mística nas aulas da disciplina de História Geral II, no curso de Licenciatura em Educação do Campo (LEDUCARR), da Universidade Federal de Roraima (UFRR), como espaço de aprendizagem, socialização e reafirmação da identidade campesina dos acadêmicos do referido curso. O objetivo da utilização das místicas nas aulas de História, no ano de 2019, foi proporcionar aos estudantes de Educação do Campo reflexões sobre a sua realidade e, desta forma, despertá-los a reivindicarem melhorias para a transformação de suas vidas cotidiana, assim como a transformação dos sujeitos que vivem no campo em Roraima. Além disso, acreditamos que, através da mística, os sujeitos possam ter a possibilidade de refletir sobre o espaço onde estão, sobre quem são e querem chegar? Nessa lógica, as místicas adquirem significados dentro de um determinado contexto e preservam símbolos em tempos de resistência e construção histórica. Desse modo, a metodologia empregada na pesquisa, se deu através de revisão bibliográfica referente a Educação do Campo, a mística e a História, e uso de informações adquiridas na disciplina de História Geral II. Por fim, no que concerne ao aporte teórico, foram utilizados autores que oportunizam a compreensão da temática em questão, tais como Arroyo (2009), Caldart (2002; 2004), Monteiro (2007), Nascimento e Martins (2008), Piatti (2021), Rüsen (2006), entre outros.

Uma análise sobre o agressor no fenômeno bullying

Ana Lydia Soares — 2024-11-05

A temática da violência no âmbito escolar é identificada pelo fenômeno do bullying, que envolve crianças e adolescentes. O presente artigo teve por objetivo identificar, a partir da literatura científica, quem é o autor do bullying, que assume o papel de agressor neste processo. Para tanto, uma pesquisa bibliográfica foi realizada na base de dados Scielo. Foram encontrados trinta artigos inicialmente. Aplicados os critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 10 estudos para compor o corpus de análise. Os resultados revelaram que bullying é entendido como forma de designar comportamentos agressivos praticados pelo agressor, em que haja sofrimento e angústia entre as vítimas. Os envolvidos são a vítima, o agressor e a testemunha. O agressor é envolvido em brigas, insatisfeito com a vida, com dificuldades de relacionamento com pais, além de ser agressivo, apresentar raiva, ter baixo autocontrole e baixa agradabilidade. Os impactos na vida dos envolvidos são grandes, tanto que a violência vivenciada na infância ou na adolescência pode se perpetuar, com casos de assédio moral no trabalho. Há a necessidade de se identificar precocemente a prática de bullying, para evitar a criação de ambiente hostil na escola e prevenir até a prática de crimes e uso de drogas. Ademais, compreende-se que é substancial que novas pesquisas e estudos sejam realizados para ampliar o conhecimento sobre esta temática.

Pedagogia como ciência da Educação e seus desafios na contemporaneidade

Helante Amorim Nogueira — 2024-11-05

A indagação que originou este trabalho teve como base os conceitos e as percepções acerca da Pedagogia como ciência e enquanto campo profissional. Consideramos que a Pedagogia como ciência é uma construtora e reformuladora do conhecimento através da pesquisa e da prática que se dá por intermédio de sua interação com o meio no qual está inserida. Este trabalho tem como objetivos: analisar a Pedagogia enquanto ciência na contemporaneidade; refletir sobre os desafios da Pedagogia como campo profissional; e discutir a Pedagogia e seu uso na prática pedagógica e na docência. Teoricamente, nos embasamos nos autores: Pimenta (2011), Franco (2008), Libâneo (2010), Tardif e Lessard (2008), Silva e Ferreira (2021). O trabalho exposto ancora-se no debate epistemológico sobre a Pedagogia como ciência sendo seu objeto de estudo a educação. Constitui uma pesquisa de caráter qualitativo de procedimento bibliográfico. A Pedagogia passou por transformações ao longo dos anos o que, muitas vezes, contribuiu para que sua natureza científica fosse questionada, razão pela qual dispõe de vasta literatura que define seu conceito historicamente. Muitas críticas que recaem sobre a Pedagogia surgem a partir do questionamento sobre seu objeto de estudo, que delimitamos como educação. Neste âmbito, precisamos nos atentar para outras análises, a fim de compreendermos todo o processo que a Pedagogia tem sofrido e que vem contribuindo para sua (des)valorização.

Brasil e Portugal: políticas públicas de incentivo à leitura

Antonio Artequilino Silva Neto — 2024-10-17

Este artigo analisa as práticas leitoras dos brasileiros e propõe uma discussão sobre a trajetória do Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL) com a finalidade de tentar compreender possíveis conexões entre o comportamento dos leitores e as políticas públicas de estímulo à leitura promovidas pelo governo brasileiro. A análise do corpus compreende o exame de dados importantes da 5ª edição da pesquisa “Retratos da leitura no Brasil. Ademais, com o propósito de delinear prováveis analogias, o presente estudo abarca o percurso e as premissas do Plano Nacional de Leitura (PNL) em Portugal. Os laços históricos, culturais e linguísticos que aproximam os dois países são indeléveis e justificam uma investigação sobre as prováveis similitudes e discrepâncias das suas atuais políticas públicas de incentivo à leitura.

A cultura maker e o CEFR: uma pesquisa-ação articulatória entre esses conceitos

Vânia Cristina Marcon da Rocha Lusa — 2024-10-22

O presente texto expõe a análise de uma pesquisa-ação realizada ao longo do ano de 2022, que resultou na produção de um site de viagens em inglês que faz parte de uma dissertação defendida no programa de mestrado em educação básica (PPGEB) da Uniarp, de Caçador-SC, Brasil. Além disso, pretende estabelecer alguns pontos comuns entre a cultura maker e a Abordagem Orientada à Ação – AoA. A cultura maker combina o uso de recursos tecnológicos com a educação para criar produtos educacionais e a ideia de “fazer juntos”. O AoA, adotado pelo CEFR, proclama que “[...] a aprendizagem de uma língua deve ser orientada no sentido de permitir ao aluno atuar, em situações reais do cotidiano, expressando-se e realizando tarefas de diferentes naturezas” (Council of Europe, 2020, p. 29). Na sala de aula, implementar o AoA significa envolver o aluno no processo de aprendizagem, colocando a educação entre o social e o individual através da interação colaborativa na sala de aula (Council of Europe, 2020). Com base nos resultados obtidos durante a pesquisa, associados à base teórica da cultura maker e do CEFR, este artigo visa articular esses pontos e abrir caminhos para uma transformação na sala de aula, em que os verdadeiros protagonistas sejam os próprios alunos.

Concepção de Educação Integral e democratização do ensino na BNCC: aproximações analíticas à luz da Pedagogia Histórico-Crítica

Mayara da Silva Reis Zotelli — 2024-10-18

O presente estudo tem como objeto as concepções pedagógicas movimentadas pela política curricular da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Responde pelo objetivo de analisar essas concepções à luz dos pressupostos político-pedagógicos da Pedagogia Histórico-Critica. Metodologicamente, recebe o aporte teórico do método do Materialismo Histórico-Dialético. Esse exercício analítico-crítico busca compreender o alcance das concepções de educação, currículo e escola movimentados pela BNCC a partir dos conceitos de formação integral e democratização do ensino. Em caráter conclusivo é possível indicar tanto o caráter reducionista destes conceitos no documento da política da BNCC, quanto seu distanciamento face às proposições político-pedagógicas vinculadas a perspectiva crítica, como a Pedagogia Histórico-Crítica.

O papel da multimodade como contributo para o ensino de línguas

Maria das Graças de Oliveira Pereira — 2024-10-23

A Linguística Aplicada - LA possui um caráter interdisciplinar e considera os contextos e os sujeitos diretamente ligados à realidade social e às ciências interdisciplinares como objeto de estudo. Assim, para o presente artigo, realizamos uma revisão de literatura, tendo como objetivo central discutir os aspectos relevantes da multimodalidade para o ensino de línguas. Como aporte teórico respaldamo-nos em Kress e Van Leeuwen (1996), Sousa (2022), entre outros autores. A metodologia adotada consiste em um trabalho de cunho bibliográfico com abordagem qualitativa. Como resultados deste estudo, concluímos que a multimodalidade é uma abordagem que tem contribuído de forma significativa para o ensino de línguas, assim como para os estudos da linguagem, de modo que nos permite refletir sobre as múltiplas semioses que estão presentes nos diversos espaços e textos realizando a construção de sentidos.

Análise cartográfica de uma educação no Ensino Médio pelas vias da diferença

Guilherme Araújo Soares — 2024-10-17

O artigo visa problematizar o Novo Ensino Médio, tal como apresentado nos documentos normativos, apontando para sua padronização e homogeneização, sem a preocupação de promover uma educação que contemple a diferença, conforme as perspectivas filosóficas de Deleuze. Nessa direção, são traçadas linhas iniciais de discussão sobre a concepção do Novo Ensino Médio e sobre a filosofia da diferença, buscando aprofundar a compreensão desses conceitos. Em seguida, é apresentada a metodologia da pesquisa, que se insere no campo cartográfico, abordando a criação no movimento da pesquisa e apoiando-nos nas perspectivas pós-estruturalista/pós-crítica. A pesquisa reflete sobre aspectos fortemente vinculados à educação, com destaque para a padronização presente nos documentos oficiais, cuja homogeneidade acaba por excluir as singularidades dos indivíduos. Por fim, são tecidas considerações acerca do caráter político que orienta a educação, evidenciando que esta tem sido impulsionada por normas culturais e sociais, demandando um debate mais aprofundado para que se possa estabelecer uma educação pautada na diferença, respeitando as singularidades e subjetividades de cada estudante.

O letramento de gênero e sexualidade na formação docente

Jonathan Machado Domingues — 2024-10-18

O presente artigo tem o objetivo de analisar e apresentar soluções práticas para os educadores, superando desafios culturais e resistências, visando uma educação mais inclusiva e respeitosa. A questão norteadora que direciona esta pesquisa é: como os educadores podem desenvolver e aplicar estratégias no letramento de gênero e sexualidade? A metodologia adotada consistiu em uma revisão de literatura, explorando teorias fundamentais desses temas, proporcionando uma base teórica. Os resultados apontam para a necessidade de uma abordagem inclusiva, reconhecendo a diversidade e as interseções entre diferentes identidades de gênero e orientações sexuais. Estratégias, como práticas pedagógicas dinâmicas e integração curricular, destacam-se como instrumentos eficazes para superar desafios culturais e promover um ambiente educacional mais acolhedor e inclusivo. Em síntese, este estudo destaca a relevância de enfrentar as complexidades do letramento de gênero e sexualidade na prática docente.

Concepções de alunos do Ensino Médio sobre vírus e bactérias

Jussara Freire de Azevedo Santiago — 2024-10-15

A pesquisa objetivou conhecer a percepção de alunos do ensino médio sobre vírus e bactérias em seus aspectos estrutural e ecológico, além de discutir sobre os aspectos sociais, econômicos e políticos que os envolvem, tomando o viés da Ciência e da Tecnologia. A pesquisa de natureza qualitativa, é caracterizada como um estudo de campo, e teve a participação de 90 alunos de três turmas da 2ª série do ensino médio de uma escola estadual de Parnamirim – RN. Os desenhos produzidos pelos alunos a partir dos questionamentos propostos foram agrupados em quatro categorias, sendo: A (sem desenho), B (representações parciais), C (representações escritas) e D (concepções alternativas e erros conceituais). Verificou-se que a maioria dos desenhos produzidos (60%) se encaixam na categoria D. Inferimos, também, que a maioria dos alunos do ensino médio não possuem um senso crítico sobre as possíveis causas negativas do uso da Ciência e da Tecnologia, podendo essa ser a causa para uma concepção reducionista. Isso mostra a necessidade de se trabalhar os conceitos científicos a partir das concepções prévias dos alunos, de forma que possam construir significados e relaciona-los com fatos do seu cotidiano.

A educação para as relações étnico-raciais e a educação infantil: o que diz a legislação brasileira

Crisley Souza Almeida Santana — 2024-10-15

Este artigo tem por objetivo analisar as contribuições das principais legislações e documentos nacionais que contemplem a educação para as Relações Étnico-Raciais na Educação Infantil. A ênfase da análise recai sobre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e sua alteração pelas leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008, como também sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil e a Base Nacional Comum Curricular. Utilizou-se uma metodologia qualitativa de cunho documental. Os resultados das análises evidenciam que as legislações existentes contemplam ações educativas antirracistas, bem como favorecem para o rompimento com o preconceito nos espaços de educação infantil, porém, a Base Nacional Comum Curricular - BNCC revela um ocultamento acerca da temática racial, possibilitando um retrocesso nos avanços já conquistados. Nesse sentido, é de grande importância que os profissionais da educação conheçam e execute toda a legislação e não apenas à Base Nacional Comum Curricular.

Educação das relações étnico-raciais: implicações e desafios no ensino da História

Fernanda de Santos Nascimento — 2024-10-07

Vinte anos de implementação da lei 10.639/03 e as lutas pela inserção da negritude e da cultura afro-brasileira nos currículos ainda se faz importante. Uma verdadeira construção democrática e inclusiva. A legislação foi um grande avanço que vem saldar a dívida dos currículos das escolas brasileiras em relação ao direito de uma parcela significativa da população ter suas histórias incluídas. O objetivo deste artigo é produzir um balanço sobre o tema a partir de um levantamento bibliográfico. A pesquisa parte da hipótese de que, no que se refere ao ensino de História, há dois grandes problemas a serem superados: a formação docente, que reproduz a perspectiva quadripartite de cronologia histórica (idades antiga, medieval, moderna e contemporânea) e o livro didático, que ainda não inclui, em sua totalidade, uma perspectiva epistemológica que priorize um olhar mais plural com relação ao ensino da História. É possível inferir que estas duas questões ainda exercem obstáculos para o completo desenvolvimento de uma educação livre de preconceitos no Brasil. A bibliografia analisada aponta a necessidade de se utilizar perspectivas outras para o ensino da História, sobretudo aquelas menos tradicionais e amparadas em novas epistemologias. Portanto, concluímos pela necessidade de se continuar construindo o caminho para o ensino das relações étnico-raciais em sala de aula, sobretudo, através da consolidação da área de ensino de História como área de pesquisa e também pelo caminho da formação mais completa, tanto no âmbito da Universidade quanto na formação continuada, de professores.

Caminhos de classificações e avaliações na escola: um estudo sobre as taxonomias professorais sobre o aluno

Vinicius Kapicius Plessim — 2024-09-30

O artigo tem como objetivo compreender como as classificações sociais se transformam em classificações escolares através da jurisprudência professoral. Por meio da pesquisa qualitativa, pautada em estudo de campo, foram produzidas oito entrevistas com docentes que atuam na Escola Municipal Expedicionário Aquino de Araújo, instituição localizada na periferia fluminense, em Duque de Caxias. Procuramos compreender como as avaliações se transformam numa lógica impositiva perpetrada pelo medo e coerção social. Nesta lógica, procuramos identificar as principais dificuldades apresentadas pelos alunos em testes e provas aplicadas, bem como as principais estratégias suscitadas pelos educadores na premissa de obter melhorias na aprendizagem do aluno e em suas avaliações. A hipótese aventada é que as avaliações operam numa lógica normatizadora para que a cultura escolar possa se reproduzir socialmente e a produção de como a avaliação escolar acarreta num aumento da exclusão, da seleção e da competitividade no interior do estabelecimento de ensino, permitindo maquiar as desigualdades sociais e econômicas existentes. Também destacamos a importância do professor refletir sobre a sua prática pedagógica na premissa de rever os métodos empregados no processo ensino-aprendizagem.

Gamificando a aprendizagem sobre desobstrução de vias aéreas por corpo estranho a partir de um serviço de formulário online

Suiane Costa Ferreira — 2024-09-25

No ensino superior, os cursos da área da saúde ainda ministram os conteúdos de primeiros socorros em disciplinas com metodologias tradicionais, muito centradas no falar-ditar do professor. Este artigo apresenta como objetivo a elaboração e avaliação de uma atividade gamificada para aprendizagem sobre desobstrução de vias aéreas por corpo estranho a partir de um serviço de formulário online junto a acadêmicos da área da saúde. A gamificação foi estruturada na plataforma Google Forms a partir da técnica de storytelling e de outros princípios básicos da gamificação como, desafio por meio de níveis, a orientação de metas e a definição clara dos objetivos por meio das explicações, as realizações e conquistas por meio dos feedbacks imediatos e a orientação divertida por meio do enredo. Posteriormente esse formulário foi avaliado por estudantes da área de saúde, por meio do Índice de Validade de Conteúdo, alcançando uma boa avaliação geral dos seus itens e subitens, exceto no subitem relacionado a tamanho e fonte adequados para a leitura.

Evidências das categorias da didática histórico-crítica no Programa Residência Pedagógica Pedagogia

Nayane Aparecida Souza Prado — 2024-08-27

Este artigo objetiva identificar a expressão das categorias da didática histórico-crítica nos registros reflexivos de residentes do Programa Residência Pedagógica do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Lavras (UFLA). O estudo caracteriza teoricamente a Pedagogia Histórico Crítica, explora sua unidade com a psicologia histórico-cultural e discute o papel dos registros reflexivos na prática docente. Para tanto, foram analisados os registros reflexivos de quatro residentes participantes do Programa Residência Pedagógica, do curso de Pedagogia, modalidade presencial. A análise dos registros indicou uma aproximação com a Pedagogia Histórico Crítica, evidenciando a dimensão ontológica do fenômeno educativo, a transmissão de conhecimentos e a dialética das relações de ensino-aprendizagem. Os resultados indicam a aproximação da RP nº1/2020 UFLA com as categorias para uma didática histórico-crítica, apontando assim caminhos para a promoção de práticas educativas alinhadas aos pressupostos histórico-críticos. As ações de estudos e práticas empreendidas no contexto da Residência Pedagógica Pedagogia evidenciadas, a partir dos registros reflexivos realizados pelas residentes, denotam a preocupação com a dimensão crítica na aprendizagem da docência e a construção de bases sólidas para o desenvolvimento do ensino na educação básica, reafirmando as premissas da PHC como perspectiva teórico-metodológica que impulsiona práticas de ensino críticas e comprometidas com a realidade escolar e com todos que dela fazem parte.

Saúde mental na universidade pública: um incipiente diálogo entre promoção em saúde e a criatividade humana

Renata Trasse de Olivieria Barbosa — 2024-07-17

O presente ensaio discute a saúde mental dos jovens universitários no contexto da universidade pública mostrando de forma introdutória suas possíveis causas, origens e impacto. Situa a Promoção em Saúde como uma via factível de implantação de políticas públicas saudáveis no meio acadêmico. Apresenta elementos não trabalhados na prevenção de agravos em saúde e qualidade de vida no contexto atual, detentores de possibilidade de combater o adoecimento juvenil, como os projetos de arteterapia, cultura, ciência e inovação de aporte tecnológico. Tais elementos podem ser estímulo à criatividade humana e serem elementos potenciais de promoção em saúde. Conclui que a interface Arte e Ciência poderia ampliar os espaços de interação cultural, de negociação, de trocas afetivas, entre os diversos atores envolvidos nos problemas impeditivos do alcance de parâmetros de qualidade de vida acadêmica.

Afetividade e formação docente: reflexões acerca de uma prática pedagógica no Ensino Superior

Paulo Ricardo da Silva — 2024-08-14

A formação docente no Brasil é realizada nos cursos de Licenciatura, que, apesar de suas especificidades, compartilham uma série de aspectos comuns, principalmente aqueles ligados às questões pedagógicas (teorias de ensino e de aprendizagem, aspectos curriculares da Educação Básica, entre outras). No contexto atual, as questões envolvendo a afetividade (emoções, sentimentos) têm ganhado cada vez mais destaque na sociedade e, consequentemente, no ambiente escolar; entretanto, ainda são abordadas de forma tímida nos cursos de formação de professores. Neste texto, apresento uma possibilidade de discussão desta temática no âmbito de um curso de Licenciatura em Química, sem intencionalidade prescritiva, mas com o objetivo de contribuir para o avanço desses debates na área e ampliação das possibilidades de inserção de práticas formativas vinculadas às demandas apresentadas no campo de atuação profissional de professores em formação inicial.

Jovens escolares negros e perspectiva de acesso ao ensino superior na UFJF: as cotas raciais como instrumento de ingresso

Marcelo Henrique de Sa — 2024-07-18

O referido artigo pretende analisar as perspectivas de jovens escolares negros ao acesso ao Ensino Superior na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), pela política de ações afirmativas, via cotas raciais, buscando entender se o acesso ao Campus da instituição influência nessa perspectiva. A metodologia utilizada baseia-se na pesquisa qualitativa, utilizando de entrevista e narrativa oral no diálogo com os sujeitos. Neste sentido, a pesquisa demostrou que os jovens escolares negros sujeitos centrais desse trabalho tendem em maioria possuir perspectiva de cursar o Ensino Superior na UFJF, porém fica nítido um certo receio e insegurança desses jovens em relação a esse acesso, que pode ser explicada pela falta de conhecimento das políticas de cotas raciais, racismo e o não sentimento de pertencimento ao espaço físico da instituição, vista que os jovens que não frequentam a instituição são os que não possuem perspectivas de acesso ao Ensino Superior na instituição.

Entre a estereotipia e o entretenimento: imagens da docência no Centro de Mídias da Educação SP

Helga Caroline Peres — 2024-07-16

A plataforma do Centro de Mídias da Educação de São Paulo (CMSP) foi criada no ano de 2020, com o objetivo de suprir a demanda escolar que seria interditada frente ao imperativo do isolamento social decorrente da pandemia da COVID-19. A principal estratégia dessa plataforma pautava-se na produção e exibição de vídeoaulas via televisão, sendo estas ministradas por professores da Rede Estadual nomeados de docentes-estúdio. Levando em conta a atuação desta figura central, o presente artigo visa expor uma análise reconstrutiva da performance de docentes-estúdio que apresentaram vídeoaulas direcionadas ao Ensino Fundamental I. Respaldados pela metodologia Hermenêutica Objetiva, conclui-se que o design proposto pelo CMSP produz imagens representativas da docência, balizadas por aspectos exógenos à cena pedagógica habitualmente delineada no espaço da sala de aula, orientados pela lógica do entretenimento. Tal performance, por seu caráter, apresenta implicações para a mediação didática dos conteúdos.

O perfil socioeconômico dos discentes de Licenciaturas na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus do Pantanal (CPAN)

Fabiano Quadros Rückert — 2024-06-11

O artigo analisa o perfil socioeconômico de 120 discentes matriculados em cursos de Licenciatura na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), no Campus do Pantanal (CPAN). Estes discentes representam uma amostra dos acadêmicos que cursam licenciaturas presenciais, na fronteira oeste do Brasil. O conjunto de participantes da pesquisa é composto por discentes que aceitaram responder um questionário disponibilizado na Plataforma Google Forms, no período entre 01 de agosto e 30 de setembro de 2023. O questionário contemplou aspectos como gênero; raça; faixa etária; situação laboral; composição familiar dos discentes; e também registrou informações sobre a trajetória escolar e as suas expectativas em relação à formação recebida no Ensino Superior. A partir dos dados coletados e com o auxílio de pesquisas que abordam o processo de democratização do Ensino Superior, o artigo busca ampliar o conhecimento existente a respeito dos discentes de Licenciaturas que residem na fronteira Brasil/Bolívia.

Ser professor de Educação Infantil: motivações, dificuldades e provisão ambiental

Maria Aparecida de Carvalho — 2024-05-20

Este artigo aborda o lugar do/a professor/a de Educação Infantil, de modo a destacar as motivações da escolha profissional, as dificuldades e as diversas relações estabelecidas entre colegas, família e órgãos reguladores oficiais da Educação. Trata ainda do papel do ambiente e de suas possíveis interferências, ofertando ou não, a sustentação necessária ao cumprimento das tarefas inerentes aos/às educadores/as. Para explanação do tema, foi utilizada a teoria winnicottiana, contribuições de alguns autores que se referem à Educação, bem como excertos de entrevistas realizadas com cinco educadoras de um Centro de Educação Infantil (CEI) da Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP). O/a professor/a ocupa o centro da discussão, na medida em que pode, a partir de cuidados adequados dirigidos à criança, interferir na constituição subjetiva e, assim, prevenir riscos e promover saúde.

Conteúdos locais na proposta pedagógica curricular de Pato Branco/PR: uma análise a partir do componente curricular de história

Talita Vanessa de Matos Gobbi — 2024-06-05

O artigo aborda as relações entre a política do currículo nacional, a paranaense e a municipal de Pato Branco/PR. Toma-se como foco as reformas curriculares iniciadas com a aprovação de Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o Referencial Curricular do Estado do Paraná: princípios, direitos e orientações, o Currículo da Rede Estadual Paranaense (CREP) e, por fim, a Proposta Pedagógica Curricular (PPC) de Pato Branco. O objetivo foi analisar a PPC quanto à inclusão de conteúdos locais no componente curricular História dos anos iniciais do ensino fundamental. A abordagem qualitativa de pesquisa documental, com base nos procedimentos da Análise Textual Discursiva (ATD), consistiu em análises de documentos das políticas de currículo nas esferas nacional, estadual e municipal, bem como de outros documentos complementares. Constatou-se a ausência de conteúdos locais, compreendidos como aqueles incluídos na PPC além dos estabelecidos pelos documentos curriculares de referência do Paraná. A PPC limitou-se a apresentar orientações didáticas a partir da caracterização de uma nova categoria de organização da prescrição curricular, as “Proposições Didáticas”, o que pode resultar no ensino dos conteúdos dos componentes curriculares superficiais ou pouco aprofundados na relação com o contexto social e cultural dos estudantes.

Principais temáticas investigadas nas dissertações sobre a prática docente de professores de Biologia no Ensino Médio entre 2012-2022

FABIO NEVES RIBEIRO — 2024-06-24

Este artigo objetivou apresentar os principais temas abordados por pesquisas em dissertações de programas de Mestrado Acadêmico e Profissional publicados entre 2012-2022 com relação à prática docente de professores de Biologia no Ensino Médio. Com base nesta análise, classificamos os estudos que foram desenvolvidos. Identificamos também quais instituições e programas de pós-graduações publicaram mais sobre o assunto. Além disso, apresentamos os principais resultados obtidos e apontamos temas menos explorados no campo. A metodologia desenvolvida foi a abordagem qualitativa com a utilização de procedimentos técnicos do tipo revisão bibliográfica. Para a realização de análise das pesquisas encontradas utilizou-se a análise de conteúdo, baseada em Bardin (2011). O lócus da pesquisa se desenvolveu por meio de consultas ao banco de dados da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações – BDTD. Os resultados apontaram 38 trabalhos que abordaram temas relacionados com a prática docente em Biologia, sendo classificados em quatro categorias: Metodologia Educacional, Educação em Ciências Biológicas, Aprimoramento Profissional e Avaliação de Recursos Educacionais. A pesquisa demostrou uma multiplicidade de contextos que influencia o processo de trabalho dos educadores, englobando variáveis como a formação inicial e contínua do docente, as condições laborais e os aspectos didáticos inerentes ao processo.

Profissionalização do ensino no espaço público institucional: os agentes do campo educacional na propaganda governamental do censo escolar

Regina Zanella Penteado — 2024-05-20

A partir da transversalidade e do diálogo entre as áreas de educação e comunicação, este artigo analisa o filme da propaganda governamental do censo escolar brasileiro de 2021 e observa os seus elementos estéticos e de linguagem fílmica para obter representações da educação no espaço público institucional e a maneira como nele está construída a ideia de docência como profissão. Ao destacar imagens da propaganda institucional, a abordagem é sobre os elementos cênicos, as padronagens de cores, a construção de personagens, as posturas, os gestos e os figurinos, para transcender a percepção dos detalhes em termos de reflexão sobre o texto/diálogo, metáforas e a simbolização imanente. A análise encontra fundamentação teórica nos aportes conceituais bourdieusianos de campo, agente e habitus. A propaganda governamental, naqueles momentos históricos de autoritarismo, expressa formas de representação (de escola e dos espaços de trabalho escolar; de agentes educacionais; dos relacionamentos que os profissionais da educação estabelecem no campo educacional, dentre outras) que reproduzem violências simbólicas, estereotipias de gênero e relações de dominação, segregação e colonialidade que tensionam a profissionalização do ensino, naquilo que envolve a docência evoluir de uma concepção de vocação para uma de profissão.

A educação como um complexo ideológico em Lukács

Sheila Nunes Pereira — 2024-03-20

O objetivo deste artigo é identificar o vínculo entre educação e ideologia na obra Para uma ontologia do ser social de Georges Lukács (2018), com o intuito de demonstrar que a educação é um complexo essencialmente ideológico. A pesquisa é de natureza teórica, tendo como fundamentos metodológicos os pressupostos ontológicos lukácsianos. Para cumprir com o objetivo proposto, na primeira seção identificamos a essência e a função da educação. Na sequência, apreendemos os aspectos determinantes da ideologia. Por último, analisamos como as determinações da ideologia se vinculam ao complexo da educação na obra do autor. Como resultado desta pesquisa introdutória, observamos que a essência da educação é ser uma mediação entre indivíduo e gênero na apropriação e transmissão do patrimônio histórico-genérico humano. E como função social influenciar os indivíduos frente às novas alternativas para reagirem de modo socialmente desejado. Essas duas determinações da educação confluem tanto para o sentido amplo de ideologia, que é tornar a práxis consciente e operativa, como para o sentido estrito, ser meio para combater conflitos sociais.

O Núcleo Interdisciplinar de Apoio às Unidades Escolares (RJ) e a eleição dos grêmios estudantis em 2018: uma gestão democrática?

Bruno Adriano Rodrigues da Silva — 2024-03-07

O artigo descreve sob uma ótica de gestão democrática a eleição dos grêmios estudantis no ano de 2018 realizada pelo Núcleo Interdisciplinar de Apoio às Unidades Escolares, um órgão da Secretaria Municipal de Educação, da cidade do Rio de Janeiro, tendo como exemplo, os estatutos de duas agremiações em escolas dos anos iniciais do ensino fundamental. A pequena produção científica sobre grêmios estudantis e a própria legislação educacional justificam a realização da pesquisa de natureza qualitativa que utilizou a análise documental como metodologia. Concluímos que houve sim por parte do NIAP uma preparação e organização da eleição das agremiações de estudantes em 2018 sem, contudo, ser essa uma medida administrativa fundamentalmente democrática.

As disputas em torno da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a Pedagogia histórico-crítica

Viviane Margarida Melo Menezes Bernardes — 2024-05-10

Busca-se neste trabalho adentrar nos debates que envolvem a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) publicada em 2018. Apresenta-se inicialmente algumas das perspectivas em que as disputas que envolvem as políticas públicas educacionais podem ser compreendidas, percebendo-as como disputas complexas que perpassam diferentes âmbitos teórico-metodológicos. Posteriormente, explora-se algumas das principais críticas ao documento a partir da Pedagogia histórico-crítica. Nas considerações finais, reflete-se brevemente o enfrentamento às problemáticas apontadas, salientando o papel da Pedagogia histórico-crítica e desafia-se à novas pesquisas sobre as políticas educacionais e as diretrizes da educação escolar no Brasil. A metodologia utilizada foi a pesquisa e a discussão bibliográfica, priorizando-se produções já referenciadas em outros estudos. Espera-se que este trabalho possa contribuir para uma introdução aos debates em torno da BNCC e, assim, na formação continuada dos profissionais que atuam na Educação Básica, buscando perspectivas que caminhe na direção de uma educação transformadora da realidade e promotora da justiça social.

Sociologia da educação: uma outra aproximação

Iael de Souza — 2024-05-09

O artigo pretende servir de material complementar, de apoio, à disciplina de Sociologia da Educação para os cursos universitários de licenciatura. Aborda o surgimento da sociologia aplicada à educação, enfatizando o fato de que não há neutralidade na produção científica. Esclarece o significado da educação numa perspectiva ontológica e sua apropriação interesseira e interessada pelas classes sociais. Evidencia a atuação possível da sociologia da educação na perspectiva do capital e na perspectiva do trabalho, diferenciando-as. Procura, enfim, fortalecer a perspectiva do trabalho na sua luta contra-hegemônica e para além do capital mediante leituras sociológicas histórico-críticas da realidade, permitindo ações organizadas, mais conscientes e eficazes, para sua transformação radical.

Forjando uma pátria nova: a experiência singular das brizoletas no Rio Grande do Sul na segunda metade do século 20

Claudemir de Quadros — 2024-01-15

Por meio deste texto, apresenta-se um estudo relacionado aos prédios escolares denominados brizoletas, os quais foram construídos no Estado do Rio Grande do Sul, no decorrer do governo de Leonel Brizola (1959-1963). Trata-se de um estudo bibliográfico, documental e descritivo, que tem como objetivo demonstrar como as brizoletas têm sido constituídas em monumentos públicos dedicados à comemoração do seu próprio passado. Neste sentido, rastreou-se num conjunto de ações de mobilização, que têm sido desenvolvidas com vistas à conservação e restauração de remanescentes destes prédios escolares. Em termos gerais, percebe-se que, no âmbito dessas ações, destaca-se a difusão de noticiários relacionados às brizoletas; a mobilização da figura do ex-governador Leonel Brizola, enquanto liderança de movimentos pela escolarização; a rememoração dessa experiência singular, enquanto justificativa para a proposição de novas legislações; assim como diferentes usos da experiência e da relação familiar com Brizola, como qualificativo nas disputas políticopartidárias no Estado.

Apresentação Dossiê Comemorativo: 50 anos do PPGE/Unimep

Cesar Romero Vieira — 2024-01-03

Sem resumo

50 Anos de produção acadêmico-científica do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unimep

Cesar Romero Vieira — 2024-01-03

Este artigo traz em suas páginas um breve relato histórico sobre os 50 anos da produção acadêmico-científica do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Metodista de Piracicaba - Unimep. Os dados apresentados são de aspectos quantitativos, em relação à produção científica, mas abrangem também os aspectos qualitativos, ao relatar as diferentes fases de sua existência. Além disso, constitui-se em uma homenagem a todos discentes, docentes e corpo administrativo que nesses 50 anos trabalharam e se dedicaram para que esse fosse um programa de reconhecida excelência de abrangência nacional e internacional, mas que, lamentavelmente, está preste a encerrar suas atividades acadêmicas.

A contribuição formativa e a excelência do PPGE-UNIMEP: memórias discentes

Antonio Filogenio de Paula Junior — 2024-01-03

Por ocasião da comemoração dos 50 anos do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Metodista de Piracicaba (PPGE-UNIMEP), convidamos alguns de seus egressos para que pudessem compartilhar suas vivências e memórias do período em que estudaram e se formaram no curso de mestrado e/ou doutorado. Neste texto, são apresentados os depoimentos de 8 profissionais da área da Educação, que passaram pelo PPGE-UNIMEP e que relatam suas experiências formativas e afetivas em um Programa Stricto Sensu que podemos caracterizar como pluriversal, tamanha sua inserção social nacional e, também, internacionalmente. Os autores dos relatos deixam entrever a relevância das experiências formativas adquiridas no período do curso e que se refletiram em seus diversos contextos de trabalho na Educação.

Narrativas docentes do PPGE-UNIMEP: reminiscências de formação em pesquisa e docência na pós-graduação

Claudia Santana — 2024-01-03

O presente texto é composto por depoimentos de professores e professoras do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Metodista de Piracicaba, alusivos aos 50 anos de existência dos cursos de mestrado e doutorado em educação. Os testemunhos narram a experiência singular e coletiva vivida pelos docentes na pesquisa, docência e formação de mestres e doutores ao longo das cinco décadas celebradas em 2022. Distintos momentos dessa história, desde sua origem, fazem emergir lembranças e marcas de uma experiência acadêmica plena de aprendizado e realizações, proporcionadas pelo ambiente intelectual, profissional e afetivo desse lugar.

As contribuições do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNIMEP para a pesquisa e a educação de pessoas com deficiência

Maria Inês Bacellar Monteiro — 2024-01-03

Este texto tem como tema a pesquisa em Educação Especial realizada por alunos e seus orientadores no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Metodista de Piracicaba desde sua criação, em 1972. Integram as discussões um histórico da construção da Educação Especial como área de investigação no PPGE - UNIMEP e um levantamento de teses e dissertações defendidas entre 2004 e 2021 e disponibilizadas na Biblioteca Digital da UNIMEP. Considera-se a importância de investigar aquilo que foi produzido como forma de contribuir para o (re)conhecimento da história da Educação Especial como campo de pesquisa no Programa e enquanto instrumento e motor para a (re)construção de um futuro plural e possível no tocante à produção científica na área.

Em comemoração dos 50 anos do programa de Pós-graduação em Educação da Unimep

Antônio Joaaquim Severino — 2024-01-03

Ao ensejo do cinquentenário do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Metodista de Piracicaba, o artigo traz algumas análises e reflexões nascidas das lembranças de minha participação nos inícios de sua criação e do acompanhamento que tive de seu desenvolvimento e de sua contribuição à educação nacional, ao longo dessas cinco décadas. Além de compartilhar da merecida homenagem a uma experiência exitosa, busca-se registrar referências históricas de sua trajetória bem como reiterar os desafios para os quais essa comemoração nos alerta, face às mudanças contextuais que envolvem a educação brasileira nos dias atuais.

A voz e a vez de Elaine Xavier Pereira, secretária do PPGE/Unimep

Bruno Pucci — 2024-01-03

Entrevista com Elaine Xavier Pereira, que foi secretária do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE–Unimep) por 26 anos (de 1996 a 2022). Elaine trabalhou com seriedade, dedicação, competência e comprometimento por todo esse período no PPGE, sendo uma das responsáveis pela reconhecida avaliação do Programa junto à CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior): nota 5 desde os anos 2000. Dada sua importância para a história do PPGE, nesse dossiê comemorativo do aniversário dos 50 anos, sua voz não poderia deixar de ser ouvida e nem seu testemunho esquecido, pois a história de Elaine é também parte significativa da história do PPGE e vice-versa. Nessa perspectiva, apresentamos a entrevista realizada com Elaine pelos docentes Bruno Pucci e Thiago Antunes-Souza, no dia 26 de agosto de 2022.

PPGE-UNIMEP 50 Anos: In Memoriam

Bruno Pucci — 2024-01-03

Este pequeno ensaio quer ser uma singela homenagem póstuma aos reitores da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), aos docentes do Programa de Pós-graduação em Educação da UNIMEP (PPGE/UNIMEP) e aos mestres e doutores formados por este Programa, que já deixaram este mundo, uns há mais tempo, outros recentemente, e nos deixaram saudosos e, ao mesmo tempo, gratos pelos testemunhos de suas vidas e obras, pelas suas realizações educacionais e emancipatórias, pela continuidade dos ensinamentos científicos e educacionais recebidos e produzidos no PPGE/UNIMEP. Nessa perspectiva, nossa homenagem se estende a Três Reitores da UNIMEP que muito contribuíram para que o PPGE se transformasse em um Programa Educacional de excelência, a docentes do PPGE que no dia a dia de muitos anos orientaram mestrandos e doutorandos em Educação e a mestres e doutores formados pelo PPGE que muito contribuíram em suas atividades educacionais por uma formação científica, democrática e emancipatória. Que suas histórias continuem a nos inspirar e que nós continuemos com constância e determinação a missão por eles deixada. Resquiecant in pace.

PPGE/UNIMEP 1972: O primeiro Pós-Graduação em Educação do Interior Paulista

Bruno Pucci — 2024-01-03

O Programa de Pós-Graduação em Educação, PPGE/UNIMEP, foi criado em agosto de 1992 e se constituiu como o terceiro mestrado em Educação Paulista e como o primeiro mestrado em Educação do interior do Estado de São Paulo. A partir dos anos 1990, com o apoio da UNIMEP na constituição de um corpo docente experiente e com a contratação de docentes aposentados da Unicamp e da UFSCar, o PPGE/UNIMEP se consolidou como Programa e criou o Doutorado em Educação (1992). Inicialmente, a constituição do processo pedagógico-científico se desenvolvia através de “Áreas de Concentração”. Posteriormente, com a criação do Doutorado passou-se a viger os “Núcleos de Pesquisa”, mais adequados ao processo de ensino e de investigação científica. Do ano 2000 ao ano de 2020, o PPGE foi avaliado com a nota 5, pela CAPES, indicativo de que tinha atingido os principais objetivos de um Programa, com mestrado e doutorado. O PPGE/UNIMEP formou mestres e doutores para 10 Estados Brasileiros e para 5 outros países e pesquisadores seus, a convite dos Coordenadores da Área de Educação, participaram de atividades de caráter nacional, como: membros da Comissão de Avaliação de Programas de Pós-Graduação da CAPES; Acompanhamento Institucional de Programa de Pós-Graduação em Educação de outras universidades; Comissão de Análise e Julgamento do Prêmio Capes de melhor Tese; e Comissão de Avaliação dos Periódicos Acadêmicos da Área da Educação. Em 2021, ao completar 50 Anos de Programa de Pós-Graduação em Educação, o PPGE/UNIMEP tinha sido palco da defesa de 899 Dissertações de Mestrado e 282 Teses de Doutorado, perfazendo o total de 1.181 produções científicas

PPGE/Unimep – 50 Anos Núcleos de Estudos e Pesquisas

Valdemar Sguissardi — 2024-01-03

Resumo

Este artigo teve por escopo, em estudo descritivo-analítico, conceituar e descrever uma das mais importantes atividades curriculares do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unimep denominada Núcleo de Estudos e Pesquisas (NEP), assim como avaliar sua importância para o alcance dos objetivos essenciais desse Programa ao longo dos seus 27 anos de funcionamento. Para tanto este texto inicia-se com um conjunto de questões que pode ser representado pelas que seguem: 1) Em que momento da trajetória do PPGE-Unimep foram constituídos os Núcleos de Estudos e Pesquisas (NEP)? 2) Qual era sua finalidade e como se inseria no Currículo do Programa (Mestrado e Doutorado)? 3) Qual sua relação com as anteriores áreas de concentração e com as ações necessárias para concretizar os dois Eixos Temáticos preferenciais do Programa adotados desde a implantação do doutorado (1992)? A resposta a essas e outras questões foi alicerçada em informações e dados constantes de atas do Colegiado do Programa, de portarias e/ou resoluções, dos relatórios anuais, bianuais, trianuais e quadrienais da Coleta Capes, assim como de Pareceres de Comissões de Visita, enviadas pela Capes, e de decisões deste órgão de regulação e controle sobre o desempenho do Programa.

Palavras-chave: Estudos e Pesquisas; atividades curriculares; orientação coletiva.

Teoria crítica no PPGE/Unimep: trajetória de pesquisas, congressos e publicações

Belarmino Cesar Guimarães da Costa — 2024-01-03

Produzido para a efeméride dos 50 anos do Programa de Pós-Graduação em Educação da Unimep, comemorados em 2022, este artigo propõe evidenciar as contribuições do GEP – Grupo de Estudos e Pesquisa “Teoria Crítica e Educação”, criado na UFSCar, em 1991, e que passou a funcionar também na Unimep, a partir de 1996, destacando: I – Os projetos de pesquisa vinculados à teoria crítica da sociedade; II – Os congressos científicos realizados em Piracicaba sob a orientação da teoria crítica; III - A teoria crítica nas dissertações e teses do PPGE-Unimep e demais produções científicas. O artigo rememora as atividades de fundação do Grupo de Pesquisa, em São Carlos, quando buscava empreender leituras e projetos sobre a importância histórico-filosófica do Instituto de Pesquisa Social, fundado em 1923, em Frankfurt, e seus principais pensadores, notadamente Theodor W. Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin e Hebert Marcuse, com a perspectiva de apropriação e atualização de suas contribuições teóricas e metodológicas, de modo a desvendar suas potencialidades formativas. O artigo menciona a ampliação do Grupo de Pesquisa em outras sedes, com destaque para Piracicaba, trazendo a contemporaneidade do pensamento teórico-crítico em temas de transversalidade da educação com outras áreas de saber, notadamente a filosofia, a estética, a tecnologia, a psicologia, a política cultural, a comunicação e a ética, em suas imbricações inesgotáveis nas teses, artigos e livros publicados, congressos, reuniões de leitura, em meio a encontros culturais e muito diálogo. Destaca que o sentido freiriano de a educação estar contida no afeto atravessa as experiências, as pessoas, os lugares, desses 25 anos de Teoria Crítica no PPGE/Unimep.