O uso de repositórios
educacionais e a prática docente no contexto do ensino remoto
The use of educational repositories and teaching practice in the context
of remote learning
El uso de
repositorios educativos y la práctica docente en el contexto del aprendizaje a
distancia
Flávia Cristina de Araújo Santos Assis[1]
Joselma Silva[2]
Ramon Gomes Costa[3]
Resumo
No atual contexto educacional, imerso nas mídias digitais, a prática
docente exige novas adaptações e inovações de forma a promover a qualidade do
processo de ensino e aprendizagem. Neste sentido, o papel do professor é fundamental no que
se refere à motivação, à orientação e à mediação para o alcance do conhecimento
do aluno. Diante disto, este estudo tem
como objetivo ressaltar a relevância da formação docente de modo que os
recursos digitais sejam instrumentos de contribuição para a prática pedagógica
do professor em suas aulas. Para isso a reflexão da temática, propõe-se a
análise de uma pesquisa realizada com professores que atuam na educação básica de
escolas públicas e privadas, localizadas na região do Campo das Vertentes. Para
coleta dos dados, foi realizada uma pesquisa de opinião pública com
participantes não identificados. Para tanto, o presente artigo trata-se de investigação qualitativa do tipo
exploratória, Sampieri, Collado e Lucio (2013). Utilizou-se de questionário de
autopreenchimento e de forma assíncrona por meio do aplicativo Google Forms. O suporte teórico constituiu-se dos estudos
referentes ao uso dos repositórios para o trabalho docente, como Tarouco et al
(2014), Malheiros (2014) em articulação com autores que discutem a prática
docente, como Tardif (2014), Alves; Bortoluzzi (2018) dentre outros. Os
resultados indicam, por um lado, que o uso de recursos como livros, quadro, giz
e atividades lúdicas em ambientes físicos fizeram parte da prática docente
durante o ensino remoto. Por outro, o estudo destacou que o uso de recursos
digitais são condição “sine qua non” para as práticas de ensino em tempo de
pandemia.
Palavras-chave: Repositórios Educacionais; Prática docente; Ensino remoto.
Abstract
In the current educational
context, immersed in digital media, teaching practice requires new adaptations
and innovations in order to promote the quality of the teaching and learning
process. In this sense, the teacher's role is fundamental with regard to
motivation, guidance and mediation for the achievement of the student's
knowledge. Given this, this study aims to emphasize the relevance of teacher
training so that digital resources are instruments of contribution to the
teacher's pedagogical practice in their classes. For this the reflection of the
theme, it is proposed the analysis of a research carried out with teachers who
work in basic education in public and private schools, located in the Campo das
Vertentes region. For data collection, a public
opinion survey was carried out with unidentified participants. Therefore, this
article is about qualitative exploratory research, Sampieri,
Collado and Lucio (2013). A self-completed
questionnaire was used asynchronously through the Google Forms application. The
theoretical support consisted of studies referring to the use of repositories
for teaching work, such as Tarouco et al (2014), Malheiros (2014) in conjunction with authors who discuss
teaching practice, such as Tardif (2014), Alves; Bortoluzzi
(2018) among others. The results indicate, on the one hand, that the use of
resources such as books, blackboard, chalk and recreational activities in
physical environments were part of teaching practice during remote teaching. On
the other hand, the study highlighted that the use of digital resources is a
“sine qua non” condition for teaching practices in times of pandemic.
Keywords: Educational Repositories; Teaching practice;
Remote teaching.
Resumen
En el contexto educativo actual, inmerso en los medios digitales, la
práctica docente requiere de nuevas adaptaciones e innovaciones para promover
la calidad del proceso de enseñanza y aprendizaje. En este sentido, el rol del
docente es fundamental en cuanto a motivación, orientación y mediación para el
logro de los conocimientos del alumno. Ante esto, este estudio tiene como
objetivo enfatizar la relevancia de la formación docente para que los recursos
digitales sean instrumentos de contribución a la práctica pedagógica del
docente en sus clases. Para ello la reflexión del tema, se propone el análisis
de una investigación realizada con docentes que laboran en educación básica en
escuelas públicas y privadas, ubicadas en la región Campo das Vertentes. Para
la recolección de datos, se realizó una encuesta de opinión pública con
participantes no identificados. Por tanto, este artículo trata sobre la
investigación exploratoria cualitativa, Sampieri, Collado y Lucio (2013). Se
utilizó un cuestionario autocompletado de forma asincrónica a través de la
aplicación Google Forms. El soporte teórico consistió en estudios referentes al
uso de repositorios para el trabajo docente, como Tarouco et al (2014),
Malheiros (2014) en conjunto con autores que discuten la práctica docente, como
Tardif (2014), Alves; Bortoluzzi (2018) entre otros. Los resultados indican,
por un lado, que el uso de recursos como libros, pizarrón, tiza y actividades
recreativas en entornos físicos formaron parte de la práctica docente durante
la teleeducación. Por otro lado, el estudio destacó que el uso de recursos
digitales es una condición “sine qua non” para las prácticas docentes en
tiempos de pandemia.
Palabras clave: Repositorios educativos; Práctica docente;
Enseñanza remota.
Introdução
Vivemos
em um mundo onde o conhecimento é mais facilmente expandido para alunos e
professores que possuem o acesso à internet, tendo em vista que tal recurso tem
se instalado gradativamente de modo a intermediar o processo de ensino e
aprendizado nas escolas. Atualmente, os alunos estão inseridos em uma realidade
à qual a maioria dos seus professores não estão habituados às transformações em
suas práticas pedagógicas, demonstrando-se resistentes as transições
metodológicas. Essa resistência se vincula a uma série de fatores e um deles se
constitui na formação do docente, conforme Tardif (2014) baseada numa atuação egocêntrica
que se considera autossuficiente.
Para
tanto, é necessário refletirmos sobre as formas de ensino tradicionais que
estes alunos deparam quando chegam ao ambiente escolar, uma vez que os mesmos
estão inseridos no mundo tecnológico por meio de mídias, redes sociais, dentre
outros meios de comunicação. Sendo assim, quando eles chegam à escola e se
defrontam com professores utilizando sempre os mesmos materiais, como, quadro
negro e giz, eles acabam perdendo o entusiasmo, pois, segundo Ribeiro (2020)
com o avanço dos recursos digitais na educação, os alunos percebem que muitas
formas de aquisição da aprendizagem já não condizem mais com o tempo em que
vivem. Desta forma, a Tecnologia Digital da Informação e Comunicação (TDIC)
possibilita a inserção de recursos digitais na educação, de modo a auxiliar a
prática docente.
Em decorrência da rápida transmissão do
vírus coronavírus, foi necessário
algumas medidas emergenciais no mundo todo, no sentido de preservar vidas, uma
vez que a doença poderá ser atenuada por
meio de vacinação. Contudo, enquanto pesquisadores iniciaram seus estudos na
batalha contra a doença, uma das ações foi o distanciamento social, o que levou
ao fechamento de muitos estabelecimentos e instituições, especificamente as
escolas, em seus âmbitos municipal, estadual e federal.
A partir das condições
sociais de isolamento ocasionadas pela pandemia Covid-19[4], no ano de 2020, houve a
necessidade de uso de recursos digitais para a continuidade das atividades
escolares, com isso ocorreu a apropriação e o uso de repositórios educacionais
e objetos de aprendizagem.
Para
tanto, a situação provocada pela Covid-19 está posta até os dias de hoje, em
2021, sendo implantado o formato de ensino remoto nas instituições escolas.
Neste sentido, é que problematizamos o repensar do professor sobre o uso das
tecnologias necessárias para os seu planejamento, elaboração e resolução de questões
relacionadas ao ensino e,
consequentemente, à aprendizagem,
pois ele estará lidando com alunos que sabem tanto quanto ele a respeito dessas
novas tecnologias.
Dessa forma, a respeito do uso da
TDIC, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) ressaltam que devemos “(...)
entender o impacto das tecnologias de comunicação e informação na vida, nos
processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social”
(BRASIL, 2002, p. 132). Partindo
deste pressuposto, todos nós estamos inseridos em um contexto de uso de
diferentes recursos tecnológicos, seja por meio de computadores, celulares, televisão, iPod
ou tablets. As tecnologias têm como objetivo facilitar
nossas ações cotidianas, logo, não é uma alternativa correta repudiar o seu uso
nas escolas: “a problemática se encontra nas formas de seus usos e não nos fins
de sua criação” (BRASIL, 2002, p. 132). Nesta ideia, é extremamente importante
que os professores mostrem aos seus alunos que estes recursos tecnológicos
podem ser utilizados para fins escolares e não somente para acessar as redes
sociais, ouvir músicas, entre outros.
Os
documentos sobre o ensino com o auxílio das tecnologias apresentam “(...) que
as tecnologias da comunicação e informação e seu estudo devem permear o currículo
e suas disciplinas” (BRASIL, 2002, p. 134). Sendo assim, os currículos
escolares devem ser mediados pelas tecnologias e são os professores que
direcionam os alunos a fazerem bons usos destes meios. A Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) menciona entre as competências gerais da educação básica o
uso da TDIC:
[...] compreender, utilizar e criar tecnologias
digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva
e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se
comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver
problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. (BRASIL,
2018, p. 9).
Diante
desta perspectiva e sobre a responsabilidade do professor, Belloni (2012)
afirma que este profissional deve orientar os alunos pela busca do conhecimento
para que não esperem uma resposta pronta, sendo que em tempos atuais o acesso à
informação está mais alcançável com o advento da internet.
Tanto
os professores, quanto os alunos devem se adaptar às novas exigências que vão surgindo neste mundo dominado pela
tecnologia. Cabe ao professor, como mediador do conhecimento, motivar e
orientar sua turma para que a aprendizagem seja alcançada de forma inovadora e
motivadora.
Vale
ressaltar que, o presente artigo busca ressaltar a relevância da formação docente de
modo que os recursos digitais sejam instrumentos de contribuição para a prática
pedagógica do professor em suas aulas visando
a incorporação de novas práticas dos docentes através da utilização dos
recursos tecnológicos no cotidiano escolar. Para isso, conta com uma discussão
acerca da prática pedagógica e dos recursos tecnológicos utilizados para o
processo de ensino e aprendizagem, objetos de aprendizagem, e o uso dos
repositórios educacionais na prática docente. Além disso, apresenta o resultado
de uma pesquisa de opinião com participantes não identificados, acerca do uso e da importância dos recursos educacionais virtuais. De acordo com a Resolução CNS 510/2016:
Art. 1o Esta Resolução
dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais
cujos procedimentos metodológicos envolvam a utilização de dados diretamente
obtidos com os participantes ou de informações identificáveis ou que possam
acarretar riscos maiores do que os existentes na vida cotidiana, na forma
definida nesta Resolução. Parágrafo único. Não serão registradas nem avaliadas
pelo sistema CEP/CONEP: I – pesquisa de opinião pública com participantes não
identificados;[…] V - pesquisa com bancos de dados, cujas informações são
agregadas, sem possibilidade de identificação individual”. (BRASIL, 2016, p.44).
Ainda, de acordo com a Resolução CNS
510/2016:
Art. 2o Para os fins
desta Resolução, adotam-se os seguintes termos e definições: […] XIV – pesquisa
de opinião pública: consulta verbal ou escrita de caráter pontual, realizada
por meio de metodologia específica, através da qual o participante, é convidado
a expressar sua preferência, avaliação ou o sentido que atribui a temas,
atuação de pessoas e organizações, ou a produtos e serviços; sem possibilidade
de identificação do participante. (BRASIL, 2016, p.44).
Partindo
desta dimensão, as discussões neste estudo abordam acerca de reflexões sobre a importância de uma formação continuada em
concomitância com a prática docente,
tendo em vista a articulação com os recursos tecnológicos disponíveis em cada
realidade escolar, afim de que as aulas
se tornem mais dinâmicas e que os alunos aprendam com êxito.
Repositórios Educacionais
Com
a criação dos objetos educacionais, surgiram os repositórios educacionais. Os
repositórios educacionais são ambientes que permitem o armazenamento, a
pesquisa e a reutilização de objetos educacionais, Tarouco et al (2014). Com o estabelecimento
dos recursos digitais na educação, bem como o atual contexto educacional
forjado pelo quadro pandêmico, o uso dos repositórios educacionais oferecem
suporte pedagógico aos professores para consulta, sugestão e acesso a objetos
de aprendizagem, de modo a apoiar a elaboração das práticas de ensino em
diferentes contextos.
Cabe
mencionar que a escolha de um repositório educacional deve ser minucioso, sendo
preciso levar em consideração a confiabilidade, a segurança além da finalidade
de uso. Há inúmeros repositórios disponíveis
na Web, mas focaremos em três mais importantes, são eles: Educopédia[5]·, Domínio Público[6], Portal do Professor[7] e EduCapes[8].
Todos estão disponíveis na internet gratuitamente.
Plataforma
Educopédia
A
Educopédia foi criada pela Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura do
Rio de Janeiro. Este repositório educacional está organizado de acordo com as
diretrizes curriculares e dividido de acordo com cada ano escolar.
A
página inicial da Educopédia está dividida por anos do ensino fundamental. Neste
repositório educacional podemos encontrar materiais para a Educação Infantil,
Ensino Fundamental, Jovens e Adultos (EJA), Educação Especial, que trazem em
suas propostas links para acesso aos objetos de aprendizagem, além de cursos
para professores. Para isto, é importante criar uma senha ou entrar como
visitante.
Portal Domínio Público
Criado
em 2004, o repositório Domínio Público tem como objetivo a coleta, preservação
e o compartilhamento gratuito de obras literárias, literatura infantil,
poesias, hinos brasileiros, trabalhos diversos (artigos, teses, dissertações),
além de vídeos e áudios disponíveis para downloads.
A página inicial traz interfaces para pesquisa de acordo com o tipo de mídia e
as categorias, seja pelo nome dos autores, pelo título e ou idioma. Este repositório apresenta como um
dos mais populares da atualidade.
Portal do Professor
O
Portal do Professor foi criado em 2008, com o auxílio do Ministério da Educação
e o Ministério da Ciência e Tecnologia. Este Portal conta com conteúdos, sugestões
de projetos, aulas, multimídias, notícias sobre a educação, cursos de
capacitações, hiperlinks e outros.
Umas das vantagens do Portal do Professor é a ferramenta de autoria,
proporcionando a alimentação do portal por professores que divulgam suas ideias
e experiências, além de evidenciar a diversidade de práticas pedagógicas das
diferentes regiões do país.
Portal EduCapes
A
EduCapes é um portal que disponibiliza milhares de objetos de aprendizagem como
livros, textos, videoaulas, áudios e imagens. Todo o material está disponível
para estudantes e professores desde a educação básica até pós-graduação de
forma a compartilhar e se apropriar de novos conhecimentos.
Vale
destacar que os repositórios educacionais apresentam um ponto em comum: eles têm como objetivo disponibilizar
diversos recursos pedagógicos, como: vídeo-aulas, livros, multimídias, entre
outros. Tudo isto a fim de que o professor possa aprimorar seu plano de aula e
otimizar o seu tempo. Muitos professores que argumentam sobre a falta de tempo
para buscar materiais na internet, podem utilizar estes repositórios de forma
organizada para auxiliá-los.
Objetos de
Aprendizagem
No
que diz respeito aos objetos de aprendizagem nada mais são que materiais
educacionais que têm como finalidade auxiliar o professor no processo de ensino
e aprendizagem como afirma Fabre,
Tamusiunas e Tarouco (2003, p.2):
[...] como qualquer recurso, suplementar ao
processo de aprendizagem, que poder ser reusado para apoiar a aprendizagem. O
termo objeto educacional (learning object) geralmente aplica-se a materiais
educacionais projetados e construídos em pequenos conjuntos com vistas a
maximizar as situações de aprendizagem onde o recurso pode ser utilizado. A
ideia básica é a de que os objetos sejam como blocos com os quais será
construído o contexto de aprendizagem.
Na
mesma ideia de Fabre, Tamusiunas e
Tarouco (2003), Malheiros (2014) retrata
que os objetos de aprendizagem são recursos de diferentes formatos para serem
aplicados em ambientes educacionais, sejam eles
presenciais ou ambientes
virtuais.
Vale
ressaltar que a inclusão de recursos digitais na prática docente não garante a
consolidação do processo de ensino e aprendizagem. Os recursos requerem
planejamento adequado das aulas, caso não haja, eles não terão um propósito
pedagógico. De acordo com Fabre,
Tamusiunas e Tarouco (2003), a TDIC permite a criação de materiais didáticos,
tanto em projetos, quanto em
desenvolvimento destes objetos, bem como requerem grandes investimentos, seja em recursos
humanos, seja em financeiros. Para dar início a produção destes objetos se faz
necessária a escolha de ferramentas que tenham autorias adequadas. A produção
destes objetos demanda tempo, tanto para o seu planejamento, quanto para a sua
elaboração, logo, é preciso levar em
conta a produtividade e o grau de interatividade.
A
produção de objetos de aprendizagem deve seguir uma metodologia específica a
fim de garantir sua utilização como material didático. De acordo com Passarini
(2003) e Tarouco et al. (2014), as principais propriedades dos objetos são:
Granularidade, Interoperabilidade, Acessibilidade, Reusabilidade,
Adaptabilidade e Durabilidade.
De
um modo geral, a granularidade diz respeito ao tamanho e ao tempo que o objeto
comporta. A interoperabilidade é a propriedade em que um objeto educacional
é executado em diferentes sistemas
operacionais, como, Windows e Linux. A acessibilidade faz menção à facilidade
em encontrar este objeto educacional e copiá-lo da internet. Já a reusabilidade
é considerada a propriedade mais importante, pois o objeto poderá ser
reutilizado em diversos contextos de aprendizagens. A adaptabilidade, como o
próprio nome já diz, é adaptada
diante dos diferentes contextos educacionais. Por fim, a durabilidade diz respeito às mudanças
tecnológicas, pois a vida útil destes objetos precisa ser duradoura.
Os Repositórios
Educacionais na Prática Docente
É
válido mencionar que mesmo com o avanço tecnológico, o uso dos repositórios
como recurso para o ensino ainda é um desafio na escola. Diante desta afirmativa, a
maioria dos envolvidos dentre os imigrantes digitais Prensky (2001),
principalmente os professores, provêm de
uma geração a qual teve pouco ou quase
nenhum contato com estes recursos na educação. Porém, a inserção do professor
na tecnologia não acontece de um dia para o outro, é preciso tempo para
aceitação e aplicação dos recursos. Neste sentido, Alves, Bortoluzzi apresentam
sua concepção:
As tecnologias, dependendo da postura do professor,
podem auxiliar no emprego de diferentes abordagens metodológicas e,
consequentemente, a tornar as aulas mais dinâmicas, diversificadas, atraentes e
instigantes para os estudantes. Entretanto, há que se levar em consideração não
apenas o uso das tecnologias disponíveis, mas os diferentes modos de sua
utilização em sala de aula, para assim, estimular a pesquisa, o pensamento
crítico, a argumentação e tornar os estudantes mais ativos na construção do seu
próprio conhecimento (ALVES; BORTOLUZZI, 2018, p. 9).
Neste
contexto, é necessário a inovação do trabalho do professor articulada ao uso da
informática no que se refere às suas ações pedagógicas e para que isto aconteça é necessário, segundo Alves;
Bortoluzzi (2018) que o papel do professor seja firmado para incentivar e orientar
o alunos, oferecendo planejamento de forma a introduzir as diferentes ferramentas digitais na construção do
conhecimento. Para tanto, é preciso que o professor seja motivado para aprender
novas tecnologias na educação.
Desse
modo, para que a tecnologia seja usada de forma consciente é necessário que
haja o aperfeiçoamento dos profissionais
docentes para que estes possam instruir, de forma significativa, seus alunos.
Inserido neste novo cenário, parte-se da premissa de que é importante
que o professor modifique suas práticas pedagógicas em coerência à
sociedade inserida nos meio digitais.
Além
da intermediação do conhecimento por meio dos recursos digitais realizada pelo
professor, Tavares afirma a função da escola:
De modo geral, a sociedade atual é falta de códigos
que necessitam de interpretações, sendo assim, os aparelhos eletrônicos
viabilizam essa tecnologia às novas linguagens. Por isso, a escola tem que
repensar e promover os agentes tecnológicos para que possam ter uma melhoria na
qualidade da educação. Nessa perspectiva o uso de TIC na educação tende a ser
cada vez mais utilizado nas instituições de ensino. (TAVARES, 2013, p. 155).
Diante desta premissa, a internet
pode ser uma ferramenta positiva no auxílio do processo de ensino e
aprendizagem, mas se for usada da maneira correta. Sendo assim, a utilização
dos repositórios foi o recurso que permitiu possibilidades, porém muitos
desafios para a continuidade dos estudos dos alunos. Contudo, neste caminho a
ser percorrido, é necessário uma
formação continuada dos profissionais envolvidos na educação, seja diretamente
ou indiretamente, uma vez que, conforme as palavras de Ghisleni; Becker (2018,
p. 132), “[...] novos desafios ao ensino começam a se agigantar no chão da escola”.
O recursos oferecidos pela tecnologia são capazes de contribuir com práticas
inovadoras em sala de aula, e em decorrência disto, favorecer a aprendizagem,
tornando-a mais prazerosa e contextualizada. (GHISLENI; BECKER,
2018, p. 132).
Em
suma, pontuamos o que Tardif, (2014, p. 21) enfatiza sobre as vivências ao
longo do tempo as quais são capazes de dinamizar variáveis saberes de forma que
o trabalho docente provoque transformação no ambiente escolar e na aprendizagem
dos alunos. Perante esta concepção, o trabalho docente, requer, ao longo da
carreira, aquisição de várias
aprendizagens de forma a aplicá-las na prática cotidiana e, não seria diferente
no contexto da pandemia da Covid-19, por meio da estratégia dos repositórios no
ensino remoto.
Metodologia
A
curiosidade epistemológica em conhecer e tecer reflexões sobre a concepção e o
uso de objetos e repositórios educacionais em tempos de ensino remoto
emergencial em função da pandemia da Covid-19 implicou na realização de uma
investigação qualitativa do tipo exploratória de acordo com Sampieri, Collado e Lucio (2013).
A referida investigação, executada através de pesquisa de opinião pública com participantes não
identificados, coletou dados empíricos, com foco no uso de recursos digitais, de forma
que objetos e repositórios educacionais redirecionem as práticas pedagógicas a partir das
perspectivas de professores da educação básica que atuaram durante a pandemia
da Covid-19. Do corpus coletado emergiram as categorias de análise: recursos
didáticos digitais e habilidades tecnológicas do docente. A primeira categoria
apoia-se nos postulados de Tarouco et
al (2014) e Malheiros (2014). A segunda, por sua vez, tem sua gênese nas
contribuições de Tardif (2014), Alves; Bortoluzzi (2018).
Para
a coleta do corpus de análise, utilizou-se um questionário construído na
plataforma virtual Google Forms[9]
com o propósito de participação espontânea, assíncrona de forma a garantir o
anonimato, de acordo com a Resolução CNS 510/2016 para o caso de pesquisa de opinião
pública com participantes não identificados, o qual foi enviado por
aplicativo de mensagens de tal forma a chegar em pessoas que tivessem a
possibilidade de ser do público-alvo, professores que atuaram durante a
pandemia da Covid-19 na educação básica de escolas públicas
e privadas, localizadas na região do Campo das Vertentes. Encerradas
as respostas das questões, bastava o voluntário clicar no botão “ENVIAR” para
que o questionário fosse virtualmente devolvido à plataforma, na qual todas as informações foram armazenadas em um banco de dados gerado
pelo Google. O questionário foi
analisado de forma anônima, de modo a preservar a identidade dos professores
participantes. Após a análise, foram filtrados os participantes que responderam
o questionário informando ser professores, a partir dos critérios determinados
como público-alvo, acima. Desta forma, foram elaboradas 12 questões de
múltiplas escolhas, formuladas de acordo com os posicionamentos dos mais
variados teóricos que abordam sobre a importância do ensino mediado pela
tecnologia.
Após filtragem dos dados, notou-se que a pesquisa contou com a
participação voluntária de 40 professores. O público constituiu-se,
predominantemente, de professores que atuam na educação básica 97,5% (sendo 30% educação
infantil e 67,5% ensino fundamental de 1º ao 9º
anos). Os números indicam, ainda, um pequeno percentual de professores
que trabalham no ensino médio e educação especial, totalizando 2,5%. Os professores
colaboradores pertencem à rede pública e à rede privada de ensino. Outros dados
relevantes dizem respeito ao tempo de atuação docente, sendo que mais de 75%
dos professores apresentaram mais de uma década de experiência docente. Esta
informação se torna relevante na medida que nos leva a inferir que o perfil
de professores colaboradores apresenta
um tempo considerável de vivências na docência. Além disto, 87,5% possuem
pós-graduação em diversas áreas da educação levando-nos a fazer um paralelo
significativo da identidade docente relacionada ao desenvolvimento profissional
e formação continuada. Os resultados da pesquisa foram compilados em gráficos,
cujas questões confrontam as considerações de autores já mencionados, os quais
são primordiais no apoio desta pesquisa.
Vale evidenciar que a
participação dos docentes para a realização desta pesquisa foi de extrema
importância para refletirmos sobre suas práticas pedagógicas com o subsídio dos
objetos de aprendizagens e repositórios educacionais. A seguir mostramos as
questões direcionadas aos professores, bem como o resultado demonstrado por
meio dos gráficos.
Resultados
Ao
preparar a aula, o professor pode utilizar diferentes métodos e recursos a fim
de potencializar o processo de ensino e aprendizagem dos alunos em suas
aulas. Para (SOUZA,
2007, p.111), “recurso didático é todo material utilizado como auxílio no
ensino e aprendizagem do conteúdo
proposto para ser aplicado, pelo professor, a seus alunos”. Sendo assim, a
primeira pergunta direcionada aos professores foi: “Quais são os recursos
didáticos que você mais utiliza no cotidiano de suas aulas?”
Gráfico 1. Recursos
didáticos mais utilizados.
O gráfico
1 indica que 52,5% dos professores responderam que as atividades lúdicas
como brincadeiras e jogos são os principais recursos didáticos utilizados no cotidiano de suas aulas. Vale lembrar que
diante das restrições provocadas pelas medidas de prevenção da Covid-19, muitos
professores recorreram a atividades mais lúdicas de forma a tornar o ensino
mais dinâmico e significativo no ambiente familiar. 87,5% dos professores usam
recursos digitais em suas aulas. Este fato evidencia as novas necessidades
estabelecidas no cenário de isolamento social provocado pela pandemia visando a
continuidade do processo de aprendizagem. Assim sendo, os recursos digitais
passaram a ser efetivados como recursos didáticos, como já propunha Brasil
(2002) que a tecnologia deve ser inserida no currículo escolar. Além disto,
percebe-se que há uma quantidade significativa de professores que utilizam o
quadro negro 17,5%, provavelmente por haver conteúdos que devem ser ensinados
de forma explícita em sala de aula, seja na escola ou em outro ambiente
adaptado para o ensino. Ainda é possível notar que 12,5%
dos professores não utilizam tecnologias digitais. Esta questão abordada na
pesquisa de opinião reforça o fato de que alguns professores são resistentes em
utilizar novas tecnologias.
Diante
dos dados apresentados, observa-se que os professores são resistentes em empregar
novas tecnologias por alguns motivos, entre eles: (i) pouco ou nenhum recurso
tecnológico oferecido para o professor como alternativa para melhorar sua
didática; (ii) nenhuma oferta de capacitação docente para o uso adequado de
novos recursos digitais; (iii) o receio do professor em utilizar recursos
tecnológicos já vivenciados pelos alunos fora da sala de aula.
Como
definido em Tarouco et al (2014), os repositórios são espaços que permitem o
armazenamento, a pesquisa e a reutilização de objetos de aprendizagem. Contextualizando com o processo de ensino e aprendizagem (MALHEIROS,
2014, p.4) afirma que os repositórios são “[...] recursos digitais
criados para fins educacionais”. E ainda
complementa:
Esses
recursos podem ser desenvolvidos em diferentes formatos, ou seja, um objeto de
aprendizagem pode ser, por exemplo, um áudio, uma animação, uma imagem, ou um
jogo. Os objetos de aprendizagem são, também, denominados objetos educacionais,
pois a característica essencial desses recursos é sua aplicação em atividades
pedagógicas presenciais ou via ambiente virtual de aprendizagem. (MALHEIROS,
2014, p. 4).
Para
encontrar objetos de aprendizagem que possam compor o material didático, o
professor pode utilizar os repositórios educacionais. A seguir descrevemos a
segunda pergunta da pesquisa: “Você conhece ou já utilizou os repositórios
educacionais para elaboração do seu plano de aula?”
Gráfico 2. Repositórios educacionais na elaboração do plano de aula.
Fonte: Dados da pesquisa (2021).
Sobre a utilização ou não dos
repositórios educacionais para a elaboração do seu plano de aula, apenas 15%
dos professores disseram que frequentemente utilizam.
Diante
da imensidão de objetos educacionais disponíveis, Fabre, Tamusiunas e Tarouco
(2003) afirmam que os objetos educacionais inseridos em diversas plataformas
digitais podem maximizar o aprendizado. Portanto, faz-se necessário que os
profissionais compreendam, seja através
de formação docente ou através de
divulgação, os tipos de objetos educacionais existentes para que possam
inseri-los em seus planos de aula e reverter o fato de que 25% dos professores
não conhecem os repositórios educacionais ou não utilizam.
O
conhecimento dos professores acerca da existência dos repositórios educacionais
é mínimo. Muitos não sabem o que são e para
que servem, já os que conhecem não utilizam.
Malheiros (2014) diz que são vários os
tipos de objetos educacionais existentes, porém, de acordo com Passarini (2003)
e Tarouco et al (2014) devemos seguir uma metodologia específica na escolha de
um repositório. A seguir representamos a descrição da pergunta conduzida aos
professores: “Qual é seu domínio sobre determinadas funcionalidades do computador e da
internet?”
Básico Avançado
Gráfico3. Domínio sobre funcionalidades do
computador.
Fonte: Dados da pesquisa (2021).
Com
o advento da tecnologia em vários setores da sociedade, a escola não poderia
ficar de fora. Assim sendo, a relação entre o professor e a tecnologia já vem
mudando com o passar dos anos. A partir do gráfico 3 podemos perceber que cerca de 90% dos
professores consideram ter um nível intermediário de domínio. Diante da
necessidade frente à pandemia, acreditamos que muitos precisaram se adaptar aos
recursos tecnológicos.
Em
análise a este gráfico, devido à pandemia, a tecnologia hoje é muito mais
presente na vida do cidadão brasileiro do que alguns meses atrás. Os
professores estão compreendendo que as tecnologias surgiram para auxiliar o seu
trabalho e não para substituírem a sua
prática docente, como afirma Ribeiro (2020). A partir da pesquisa constatamos
que aos poucos este aprimoramento está acontecendo. Entretanto, a tecnologia
precisa ter seu uso “efetivado” no currículo escolar para que todos os
profissionais das mais diversas áreas compreendam sobre o uso da TDIC. (BRASIL,
2002). Além disto, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018) aponta para os
usos das tecnologias digitais na escola.
Em
todas as áreas da educação é possível inserir os objetos de aprendizagem de
vários repositórios educacionais como músicas, podcast, histórias infantis, imagens, jogos e até mesmo videoaulas,
necessitando muitas vezes de
conhecimento na área da informática para fazer converter e/ou criar
determinados objetos. Talvez, devido à necessidade, os professores ainda estão
buscando adaptar-se a este mundo tecnológico. Dando sequência, expomos a próxima
pergunta da pesquisa: “Quais as barreiras ao utilizar os objetos de
aprendizagens e os repositórios educacionais em suas aulas?”
Gráfico 4 e 5. Barreiras para se usar os objetos de
aprendizagem.
Fonte: Dados
da pesquisa (2021).
O
gráfico 4 apresenta que 42,5% dos
professores dizem que a dificuldade ao
utilizar os objetos educacionais é a ausência de equipamentos, seja no ambiente de trabalho
ou em casa. Muitas vezes há computadores, mas não há internet. Em uma
quantidade considerável, 35% dos professores dizem não saber como utilizar os
recursos tecnológicos ou lhes faltam domínio com as interfaces do computador.
Diante do exposto, entendemos a lacuna que há entre a formação de professores
para o uso de recursos tecnológicos no ensino. O reflexo disto foi acentuado na
pandemia e a falta de domínio pode ser uma das resistências dos professores em
inserir em suas aulas novas tecnologias.
Percebemos também, a partir deste
gráfico, que a falta de equipamentos tecnológicos é uma das grandes causas que
impede o uso desta ferramenta. Tal
análise nos conduziu ao entendimento de
que há, pelo menos, duas grandes deficiências enfrentadas pela educação
durante a pandemia da Covid-19: a falta de estrutura (equipamentos, rede de
conexão) e a falta de formação para o
uso de recursos digitais no ensino. Assim sendo, é importante ressaltar o que
diz Tarouco et al (2014), sobre a necessidade de investimento nas escolas para
elevar a qualidade do ensino, inserindo equipamentos modernos e eficazes, e
fornecendo cursos de aperfeiçoamento na área tecnológica para os profissionais
de educação.
Posto
as seguintes pontuações até o momento, a pandemia da Covid-19, desde março de 2019,
vem modificando as práticas de ensino e aprendizagem devido à paralisação das
aulas remotas. Professores e alunos precisaram recorrer à modalidade de ensino
remota emergencial, priorizando acesso aos conteúdos por intermédio dos
recursos digitais. Após um ano de experiência nesta modalidade de ensino que
ocasionou mudanças na forma didática e conceitual nas práticas docentes,
buscamos investigar as perspectivas dos professores em relação ao uso das
tecnologias. Diante disso, partimos para a última pergunta: “Você acredita que
a tecnologia pode potencializar o seu plano de ensino e assim favorecer a
aprendizagem do aluno?”.
Por
unanimidade, os professores desta pesquisa de opinião concernem que a
tecnologia é um meio de potencializar o processo de ensino e aprendizagem do
aluno. Porém, mesmo sabendo da importância dela, alguns não a utilizam como
observamos nas opiniões anteriores, devido a
inúmeros fatores já mencionados.
Gráfico 6. A
tecnologia como potencialidade para aprimorar a aprendizagem.
Fonte: Dados da pesquisa (2021).
Este
resultado está de acordo com a ponderação de Tarouco et al (2014) sobre a
utilização destes objetos educacionais a fim de maximizar o aprendizado. Para
tanto, ressaltamos a necessidade de aprimoramento dos professores para que
possam inserir a tecnologia na sala de aula.
Nesta
direção, inúmeros fatores dificultam a potencialização do processo de ensino e
aprendizagem: a resistência aos recursos digitais, a dificuldade em lidar com o
avanço tecnológico, a ausência de ferramentas, dentre outros.
Em
acordo com Tarouco et al (2014), os repositórios educacionais possibilitam a
construção de novas práticas, assim como a elaboração de diferentes estratégias
pedagógicas para articular de forma significativa os recursos tecnológicos em
sala de aula.
Para
a utilização eficiente destas estratégias, os docentes precisam ter conhecimento dos tipos de
objetos educacionais existentes de acordo com as suas necessidades, levando
sempre em consideração a classificação destes objetos, como pontua Passarini
(2003) e Tarouco et al (2014). Porém, é preciso que haja investimentos para
tornar possível o uso destes objetos de forma que, consequentemente, o
aprendizado seja potencializado.
Sendo
assim, não adianta investir em equipamentos tecnológicos se não houver o
aperfeiçoamento e a intervenção para que
haja uma conscientização dos profissionais que os utilizam. Os objetos de aprendizagem encontrados na Web
são auxiliares no processo de ensino e aprendizagem, mas não substituem o
professor. Cabe destacar que o trabalho
docente pode ser apoiado por essas ferramentas. Contudo, é necessário uma ampla
organização e infraestrutura que ampare as escolas, tal como o investimento na
formação de professores.
Considerações Finais
O
presente estudo problematizou o uso de recursos digitais no ensino. Para isto,
a pesquisa envolveu conceitos de objetos de aprendizagem e repositórios
educacionais virtuais. Diante das discussões, podemos perceber que os
professores consideram importante o uso das tecnologias a fim de otimizar o
ensino e a aprendizagem. Entretanto,
vários são os entraves entre considerar importante e o fazer acontecer.
Inúmeras
são as causas da não utilização dos repositórios, por exemplo: a falta de
conhecimento dos objetos educacionais e a falta de equipamentos tecnológicos.
Na visão de Pozo (2008) não é suficiente
haver um investimento de computadores e outras tecnologias na escola se não
houver formação dos docentes para o uso dos recursos digitais
Entretanto,
os resultados nos levaram a refletir um panorama singular diante das tentativas
de modulação das práticas pedagógicas em decorrência do atual cenário
pandêmico, levando quase 90% dos
professores a ressaltarem que neste período as práticas de ensino foram
norteados pelos recursos digitais. Os
resultados indicam, por um lado, que o uso de recursos como livros, quadro, giz
e atividades lúdicas em ambientes físicos fizeram parte da prática docente
durante o ensino remoto. Por outro, o estudo destacou que o uso de recursos
digitais são condição “sine qua non” para as práticas de ensino em tempo de
pandemia.
Diante
destas considerações e a partir do estudo empreendido é possível perceber a
relevância de uma formação continuada juntamente com as atividades práticas
para que o professor incorpore a tecnologia, de forma efetiva nas suas aulas.
Em síntese, este estudo exploratório permitiu apresentar o perfil de
professores e conhecer suas percepções sobre objetos de aprendizagem e
repositórios educacionais. Deste modo, as reflexões apontadas neste artigo
permitem as novas discussões pós-pandemia como: em que medida a educação se
apropriou da TDIC? O que vai perdurar? O que vai ser abandonado? Esses
questionamentos são provocações para que os professores reflitam sobre as
necessidades de apropriação da TDIC nas futuras práticas docentes no que tange
ao retorno das aulas presencias.
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155-167, 2013.
Recebido
em: 30/07/21
Aprovado
em: 27/08/21
[1] Psicopedagoga na Prefeitura
Municipal de Perdões. Mestre em Educação pela Universidade Federal de Lavras.
Graduada em Pedagoga pela Universidade Federal de Lavras. Graduada em Normal
Superior pelo Centro Universitário de Lavras. Possui especialização em Uso
Educacional da Internet (UFLA) e em Mídias na Educação (UFJF). E-mail: flavia.aprender@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8930-7217
[2] Professora da rede
pública do município de Lavras-MG. Mestra em Educação pela Universidade Federal
de Lavras. Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Lavras. Graduada
em Ciências e Matemática pelo Centro Universitário de Lavras. Especialista em
Matemática e Estatística pela Universidade Federal de Lavras. Pesquisadora do
Núcleo de Estudos de Linguagens, Leitura e Escrita-NELLE/UFLA. Integrante do
Programa Residência Pedagógica pela Universidade Federal de Lavras. E-mail: joselma.jc@hotmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3783-9315
[3] Possui doutorado em
Modelagem Computacional - Laboratório Nacional de Computação Científica (2014)
e mestrado em Informática pela Universidade Federal do Espírito Santo (2008).
Atualmente é professor Adjunto da Universidade Federal de Lavras. Tem
experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Banco de Dados,
atuando principalmente nos seguintes temas: banco de dados distribuídos,
computação científica, e Uso Educacional da Internet. E-mail: ramon.costa@ufla.br ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4585-8399
[4]Covid-19. Essa pandemia foi declarada em 11 de março de 2020 pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os primeiros casos da doença foram relatados no final de 2019, segundo a organização.
[5]Disponível em < http://www.educopedia.com.br/ >
[6]Disponível em < http://www.dominiopublico.gov.br>
[7]Disponível em < http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html >
[8]Disponível em <https://educapes.capes.gov.br/>
[9]QUESTIONÁRIO. Recursos Educacionais Virtuais no Ensino Remoto. 2021. Disponível em: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdbW6-REY4BfjnznR7zg3vVlRc6D_QFjEKaMwgWq76sZZ2ahQ/viewanalytics