Teaching Strategies for Teachers in Emergency Remote
Teaching (ERE) in the Face of the Covid-19 Pandemic: New Challenges, Other
Learning
Estrategias
didácticas para docentes en teleenseñanza de emergência (ERE) ante la pandemia
Covid-19: nuevos retos, otros aprendizajes
Carloney
Alves de Oliveira[1]
Joenneyres
Raio de Souza Amancio[2]
Resumo
O presente artigo
propõe uma
reflexão acerca de estratégias didáticas utilizadas por professores do estado
de Alagoas frente ao contexto pandêmico causado pelo novo coronavírus no Ensino
Remoto Emergencial (ERE), mediado, especialmente, pelas tecnologias digitais
(TD). Este
estudo toma como base autores que discutem sobre TD, ERE e desafios à educação,
a partir de artigos e vídeos já socializados em periódicos, internet, sites e
redes sociais. Trata-se de um estudo de cunho
qualitativo numa abordagem exploratória. Para tanto, os dados foram coletados a
partir de um questionário online disponibilizado em rede para os
professores do estado. Participaram desta pesquisa 21 professores que atuam no
Ensino Fundamental, anos iniciais e finais, e do Ensino Médio, distribuídos em
instituições públicas e/ou privadas de 8 cidades alagoanas. Os resultados
evidenciam que as TD em si não promovem a
produção do conhecimento nem o aprendizado, pois é preciso uma reconfiguração
de estratégias didáticas para a potencialização da interação entre os sujeitos
envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, de maneira a compreender que
as vivências com o ERE podem dar um impulso para se pensar essa prática mediada
pelas TD, mas também possibilidades para além delas.
Palavras-chave: Estratégias
didáticas; Ensino Remoto Emergencial; Covid-19.
Abstract
This article proposes a reflection on teaching
strategies used by teachers in the state of Alagoas in the context of the
pandemic caused by the new coronavirus in emergency remote education (ERE),
mediated, especially, by digital technologies (TD). This study is based on
authors who discuss TD, emergency remote teaching and challenges to education,
from articles and videos already socialized on the internet, through websites
and social networks. This is a qualitative study in an exploratory approach.
For this purpose, data were collected from an online questionnaire made
available on the network to teachers in the state. Twenty-one teachers who work
in Elementary School, initial and final years, and High School, distributed in
public and/or private institutions in 8 cities in Alagoas participated in this
research. The results show that the technologies themselves do not promote the
production of knowledge or learning, as a reconfiguration of didactic strategies
is needed to enhance the interaction between the subjects involved in the
teaching and learning process, in order to understand that the experiences with
emergency remote education can provide an impulse to think about this practice
mediated by TD, but also possibilities beyond them.
Keywords: Didactic strategies; Emergency Remote Learning; Covid-19.
Resumen
Este artículo propone una reflexión sobre las estrategias de enseñanza
utilizadas por los docentes del estado de Alagoas en el contexto de la pandemia
provocada por el nuevo coronavirus en la educación remota de emergencia,
mediada, especialmente, por tecnologías digitales (TD). Este estudio se basa en
autores que discuten la TD, la teleeducación de emergencia y los desafíos a la
educación, a partir de artículos y videos ya socializados en Internet, a través
de sitios web y redes sociales. Se trata de un estudio cualitativo con enfoque
exploratorio. Para ello, se recopilaron datos de un cuestionario en línea
disponible en la red para docentes del estado. En esta investigación
participaron veintiún profesores que laboran en la Escuela Primaria, primer y
último año, y Bachillerato, distribuidos en instituciones públicas y / o
privadas en 8 ciudades de Alagoas. Los resultados muestran que las tecnologías en
sí mismas no promueven la producción de conocimiento o aprendizaje, ya que se
necesita una reconfiguración de estrategias didácticas para potenciar la
interacción entre los sujetos involucrados en el proceso de enseñanza y
aprendizaje, a fin de comprender que las experiencias con emergencias remotas
La educación puede dar un impulso a pensar en esta práctica mediada por la TD,
pero también en posibilidades más allá de ellas.
Palabras clave: Estrategias
didácticas; Aprendizaje remoto de emergencia; COVID-19.
Introdução
O desafio de fazer pesquisa em educação e tecnologias digitais (TD) no contexto da pandemia nos remete a reflexões sobre as possibilidades e potencialidades que esse binário possui para produzir significados nos processos de ensino e de aprendizagem, dentro e fora da escola, para a reorganização de estratégias didáticas relativas às mudanças curriculares, buscando encarar desafios, numa construção coletiva de conhecimento científico (BORBA, 1999).
As TD no contexto de sala de aula em tempos de Covid-19[3] podem ser utilizadas nos processos formativos como atribuição de sentido ao processo educativo e à produção de significados no contexto da cultura contemporânea, a cibercultura. De acordo com Santos (2014) a cibercultura é considerada como a cultura contemporânea mediada pelo digital em rede na tessitura entre a cidade e o ciberespaço, e a forma como lidamos, tratamos e interagimos na contextualização e na produção de sentidos, autorias e práticas de docência e formação.
A propagação acelerada da Covid-19 tem exigido medidas importantes por parte dos governantes brasileiros e de todo o mundo, visando ao enfrentamento, adaptação e prevenção da doença em todos os âmbitos da vida humana, inclusive na educação. As consequências, impactos e implicações sobre a sociedade são significativos e ainda não foram dimensionados na sua totalidade. A suspensão das aulas presenciais, no ensino básico e superior, pela urgência de se estabelecer o distanciamento social, tem se constituído como solução mais urgente para proteger alunos e profissionais da educação, reduzindo as chances de que se tornem transmissores do vírus em suas famílias e comunidades (OLIVEIRA; SILVA; SILVA, 2020).
Além de provocar mudanças no âmbito educacional, associada aos contextos de mobilidade e ubiquidade, entendemos ainda que a cibercultura potencializa as práticas pedagógicas e os espaços formativos a partir de fundamentos que valorizem a autonomia, o diálogo, a pluralidade e as interações sociais, pois para Lemos (2002, p. 131), a cibercultura é uma forma “[...] sociocultural que emerge da relação simbiótica entre a sociedade, a cultura e as novas tecnologias de base macroeletrônicas.”. Na mesma linha de pensamento, Santaella (2003, p.77) entende que a cultura contemporânea é formada a partir de um complexo de redes em “[...] imbricamento de diferentes lógicas comunicacionais em um mesmo espaço social.”.
Deste modo, neste artigo defendemos o argumento de que as tecnologias digitais no contexto da pandemia podem ser utilizadas como um catalisadoras de uma mudança no paradigma educacional, que promovam a aprendizagem ao invés do ensino, que coloquem o controle do processo de aprendizagem nas mãos do aprendiz, na perspectiva da mobilidade e ubiquidade (SANTAELLA, 2010), objetivando refletir acerca de estratégias didáticas utilizadas por professores do estado de Alagoas frente ao contexto pandêmico causado pelo novo coronavírus no ensino remoto emergencial, mediado, especialmente, pelas TD. Isso auxilia o professor a entender que a educação não é somente a transferência da informação, mas um processo de construção do conhecimento do aluno, como produto do seu próprio engajamento intelectual ou do aluno como um todo.
Para evidenciar tais considerações, neste texto,
inicialmente, problematizamos a concepção das tecnologias digitais em tempos de
Ensino Remoto Emergencial (ERE). Em seguida, evidenciamos o delineamento
da pesquisa e quais estratégias didáticas foram utilizadas pelos sujeitos
envolvidos de oito municípios alagoanos e seus desafios e por fim, discutimos
algumas considerações acerca das TD e do estudo relatado.
Tecnologias Digitais (TD) em tempos de Ensino Remoto Emergencial (ERE):
possibilidades e aprendizados
O
potencial pedagógico das TD em tempos de ERE permite e oferece aos seus usuários
acesso à informação, conversação com os sujeitos envolvidos e a liberdade de
navegabilidade em tempo e espaço, possibilitando, de forma integrada, o
desenvolvimento de tarefas, veiculação de dados, ajustes às necessidades e aos
objetivos de cada curso, na organização, reorganização e flexibilização
curricular, a fim de atender às novas exigências para a construção do
conhecimento sistematizado, que instiguem à investigação e à curiosidade do
sujeito em formação.
O emprego das
TD como recurso educacional possibilita aos professores e alunos, resolver
problemas, construir e buscar conhecimento, criando um ambiente desafiador e
aberto ao questionamento, capaz de instigar a curiosidade e criatividade desses
sujeitos.
As TD no contexto da pandemia podem ser utilizadas
como um catalisador de uma mudança no paradigma educacional, que promovam a
aprendizagem ao invés do ensino, que coloquem o controle do processo de
aprendizagem nas mãos do aprendiz. Isso auxilia o professor a entender que a
educação não é somente a transferência da informação, mas um processo de
construção do conhecimento do aluno, como produto do seu próprio engajamento
intelectual ou do aluno como um todo.
Nessa
concepção, os usuários de ambientes tecnológicos devem ser encorajados a confrontar-se
com a realidade e a ser criativos em prol de novas descobertas e alternativas
inovadoras mediante o desafio de educar numa “sociedade em rede” que segundo
Castells (1999), a relação crescente entre máquinas e homem está alterando o
modo pelo qual nascemos, trabalhamos, produzimos e vivenciamos uma revolução
tecnológica centrada nesses ambientes, a qual favorece a criação de novas
formas e canais de comunicação.
De
acordo com Valente (2004), as TD na educação têm sido utilizadas tanto para
ensinar sobre computação como para ensinar praticamente qualquer assunto,
constituindo-se em alternativas inovadoras para a geração de situações de
aprendizagem mais coerentes com o perfil atual.
O
desenvolvimento e a utilização de TD complementares ao ERE permitem a
movimentação, colaboração, socialização, integração e conexão das pessoas com o
mundo, para o mundo e no mundo, potencializando assim as práticas educacionais
alterando hábitos, valores e modos de pensar e de aprender com tais recursos.
As
mudanças introduzidas pelas TD podem contribuir para o enriquecimento
progressivo dos ambientes e contextos de aprendizagem, convidando o professor a
ampliar e reformular suas práticas pedagógicas, para que os alunos possam
escolher novos caminhos, visto que a produção do conhecimento está associada à
ideia de construção conjunta.
As
TD têm o computador conectado à internet como instrumento principal da
integração e podem favorecer o processo de ensino e de aprendizagem, revelando
possibilidades de criação dialógica propiciada pelas interações de pensamentos,
conceitos, imagens, mídias e ideias, nas quais o sujeito atua de forma
consciente com os objetos do conhecimento, pois conforme Valente (2007, p. 38),
[...] o processo ensino-aprendizagem
deve incorporar cada vez mais o uso das tecnologias digitais para que os alunos
e os educadores possam manipular e aprender a ler, escrever e expressar-se
usando essas novas modalidades e meios de comunicação, procurando atingir o
nível de letramento.
Com
as TD no contexto da pandemia, professores e alunos precisam ser muito
flexíveis e criativos na valorização da construção coletiva, da criatividade,
da aprendizagem através da imagem, do audiovisual, das trocas, da constante
interação, privilegiando, além do cognitivo, o afetivo e o intuitivo, para
potencializar estratégias didáticas que estabeleçam relações que possam
contribuir para a constituição de um conhecimento coletivo, levando o sujeito a
atitudes de criação e autoria, acompanhando cognitivamente o processo de
aprendizagem objetivado. Todavia, para a autonomia do aprendiz é cada vez mais
urgente e necessário desencadear elementos que estabeleçam conexões com a
diversidade de ritmos, disponibilidades, interesses e a multiplicidade de
tarefas de cada usuário, pois segundo Almeida e Valente (2011, p. 36), as TD
podem
[...] potencializar as práticas
pedagógicas que favoreçam um currículo voltado ao desenvolvimento da autonomia
do aluno na busca e geração de informações significativas para compreender o
mundo e atuar em sua reconstrução, no desenvolvimento do pensamento crítico e
auto-reflexivo do aluno, de modo que ele tenha capacidade de julgamento,
auto-realização e possa atuar na defesa dos ideais de liberdade responsável,
emancipação social e democracia.
Para
que estes momentos de comunicação e expressão sejam concretizados, necessita-se
de sujeitos ativos, criativos, críticos e autônomos. Pensar criticamente e agir
criativamente é dominar conhecimentos específicos, além de problematizar e
facilitar o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para se
atuar na sociedade em rede, com o uso de diferentes mídias, linguagens e
tecnologias, tais como
vídeo, TV digital, imagem, DVD,
celular, Ipod, jogos, realidade virtual, que se associam para compor novas
tecnologias. Nesse caso a tecnologia digital ao associar-se com as
telecomunicações incorporou a internet com os recursos de navegação, envio e
recebimento de textos, imagens, sons e vídeos. (ALMEIDA, 2004, p. 36)
Estas tecnologias
podem otimizar o trabalho de sala de aula e mobilizar a socialização de saberes
e a construção de sentidos no processo de ensino e de aprendizagem, reforçando
a rápida e eficiente transmissão de informações, criando condições para uma
maior interação entre os sujeitos envolvidos num espaço fluido e dinâmico que
permite a ação, a participação, a livre problematização, bem como a liberdade
de expressão.
Através das TD, como tablets, Ipod, máquina
digital, data show, lousa digital, Iphone,
computador conectado à internet, é possível promover mudanças na prática
docente, compreendo a relação do ensinar aprendendo e de aprender ensinando.
Com a inserção destes recursos na educação, um leque de possibilidades se abre,
para que não reproduzamos da mesma forma um conteúdo ou uma atividade como seria
sem os mesmos, pois segundo Araújo (2007, p. 527),
a incorporação dos
computadores na educação não pode ser mera repetição dos cursos tradicionais ou
aulas, se ela estiver ainda centrada na superada e tradicional concepção das
tecnologias educacionais associadas às práticas de instruções programadas de
algumas décadas atrás, tão conhecidas dos educadores.
Com a simples presença das
TD em sala de aula, o papel do professor neste contexto de ensino e de
aprendizagem precisa ser o de questionar, confrontar ideias, debater
criticamente e ressignificar as informações com os alunos, possibilitando-lhes
a chance de se articularem em grupos cada vez mais específicos e numerosos no
conjunto de valores que compõe o seu universo.
O professor necessita
compreender a importância da utilização das TD em suas aulas, na busca de
estratégias didáticas que possibilitem reduzir os problemas existentes, tais
como: uma formação precária para o seu uso, políticas públicas que garantam uma
formação permanente adequada a cada realidade, carência de apoio técnico e
pedagógico nas escolas, poucos computadores disponíveis para o grupo de alunos,
uma internet com velocidade adequada e a conscientização dos gestores no apoio
aos professores para o desenvolvimento das suas atividades na temática
apresentada.
Levando-se em conta tal
problemática, é pertinente, seja em ambientes tradicionais de ensino ou em
espaços contemporâneos, que professor e aluno trabalhem com autonomia e
criticidade no uso das TD, mostrando-se dispostos a correr o risco de acertar e
errar, inovar e conhecer, vencer e superar o que lhes é proposto, considerando
que estas mídias sejam elementos presentes no seu cotidiano.
Itinerário
metodológico: tecendo os fios
Os caminhos metodológicos são percursos que auxiliam pesquisadores na
condução do estudo e tem como finalidade buscar, a princípio, possíveis
respostas para questionamentos e inquietações afloradas por seus condutores.
Nesse momento do estudo, a partir dos problemas prévios determinados, seus
pesquisadores desejam alcançar por meio das etapas pré-determinadas alcançar e
satisfazer seus problemas e seus objetivos. Para Oliveira (2015, p.100)
a pesquisa como um processo criativo deve ser identificada pela
exploração e identificação de múltiplas perspectivas que buscam a compreensão
do fenômeno, sejam elas positivistas, construtivistas, interacionistas ou
outras, implicando habilidades metodológicas mínimas em termos de saber montar
propostas dotadas de alguma cientificidade, em particular a capacidade de argumentar.
Diante dessa abordagem, acreditamos que para o desenvolvimento dos
estudos, faz-se necessário, traças caminhos produtivos capazes de identificar e
explorar possibilidades que levem seus pesquisadores à caminhos que os façam
pensar e argumentar de forma crítica e construtiva os problemas prévios
apresentados. Trata-se de um estudo de cunho qualitativo numa abordagem
exploratória (CRESWEL, 2010).
A pesquisa foi realizada com 21 professores do Estado de Alagoas que
atuam nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio em
instituições públicas e/ou provadas, distribuídas em 8 cidades do estado. A participação
dos professores ocorreu por meio de um questionário online disponibilizado e compartilhado na Web.
Com a finalidade de preservar o sigilo das identidades dos sujeitos,
utilizamos o padrão P1, P2, P3, P4, ... para fazer referência às falas dos
professores.
Durante
todo o processo da pesquisa, foi necessário criar um espaço dialético entre os
sujeitos envolvidos, para que fosse possível identificar, a partir das
avaliações contínuas realizadas ante os desafios constantes e postos neste
cenário da pandemia.
O
questionário online utilizado
permitiu aos pesquisadores, ações e compreensões dos desafios e aprendizados no
uso das TD frente ao contexto da pandemia, tomando como base os
escritos/achados e a incorporação crítica dos diferentes pensamentos e
posicionamentos de seus interlocutores.
Do
corpus coletado emergiram as
categorias de análise: estratégias didáticas e TD, e em seguida foram estudadas
e analisadas por meio do método de análise textual discursiva (MORAES;
GALIAZZI, 2016).
Por
fim, o caminhar metodológico da pesquisa é flexível, compreendendo que ao lado
da coleta de dados outros elementos foram dando vida à interpretação das informações,
bem como outros procedimentos potencializaram a análise dos dados, a fim de
garantir o resguardo dos objetivos pretendidos pela pesquisa, buscando analisar
quais estratégias didáticas foram utilizadas por professores do estado de
Alagoas frente ao contexto pandêmico causado pelo novo coronavírus no Ensino
Remoto Emergencial, mediado, especialmente, pelas TD.
Estratégias didáticas no Ensino Remoto Emergencial (ERE): afinal, quais
desafios e aprendizados?
Os docentes
foram convidados a fornecer informações sobre os recursos didáticos e suas
estratégias didáticas realizadas durante o período da Pandemia no contexto do
ERE.
A curiosidade
epistemológica em conhecer e tecer reflexões sobre as estratégias didáticas ERE
em função da pandemia de Covid-19 implicou na realização desta pesquisa na qual
apresentamos os resultados e discussões,
elencados a partir das respostas dos professores participantes.
Como demonstra
o quadro 1, os recursos que foram
mais utilizados por professores durante o momento das aulas remotas são:
Quais recursos são utilizados nas aulas remotas
para proporcionar o envolvimento e engajamento dos alunos? |
1-
Celular 2-
Kahoot 3-
Vídeo 4-
Música 5-
Zoom 8-
Google Class Room 7- Live Meet 9-
Plataforma da escola 10- Jogos 11-
Slides 12-
Aulas Gravadas 13-
YouTube 14-
Papel 15-
Cartolina |
Quadro 1 – Recursos didáticos
Fonte: dados da pesquisa
(2020).
O quadro 1
apresentado acima mostra os recursos que foram usados por professores em tempos de aulas remotas,
sem apresentar a frequência que eles foram usados. Para observamos a frequência utilizaremos o minerador de palavras Sobke para mostrar a intensidade que os
recursos foram usados como mostra a figura 1.
Figura 1 – Mineração dos recursos didáticosS
Fonte: dados da pesquisa
(2020)
Diante da mineração
apresentada na figura 1, podemos observar que os recursos que aparecem com mais frequência são os
vídeos, músicas, jogos e WhatsApp.
Frente ao cenário atual que os
contextos educacionais passam, exigem dos professores recursos que os auxiliem em momentos de aulas remotas,
e a partir da mineração dessas palavras, podemos
verificar que os professores puderem usar os recursos
tecnológicos que já fazem parte do cotidiano dos estudantes, tais como, vídeos, música,
WhatsApp e jogos. A seguir no quadro 2 relatamos como o
professor utilizou esses recursos em suas
aulas:
Quais são as estratégias didáticas utilizadas durante
as aulas remotas
para os processos de ensino e de aprendizagem do conteúdo planejado? |
A1:
Diálogo, espaço para a criança se expressar. Deixar que eles
leiam as atividades e digam suas
respostas. Desenvolver jogos
que joguem de três em três. Manter a organização como se estivesse jogando. |
A2: Observar o desenvolvimento do aluno, propondo atividades que instiguem a criatividade e seus conhecimento previamente adquirido. Partindo do conhecimento que os alunos
já detém inserir novos
conhecimentos. |
|
A3:
Criei uma ferramenta intitulada MatEJAZap para ser utilizada com alunos
da modalidade EJA
Médio com objetivo de facilitar o ensino e aprendizagem; a ferramenta é intuitiva e facilita o acesso a conteúdos e atividades através
de arquivos em PDF e vídeos. |
|
A4: Prender a atenção
dos alunos por meio da abordagem e dos recursos, despertando seu interesse, fazendo
questionamentos acerca do conteúdo em questão. |
|
A5: Utilizar exemplos práticos, mostrar objetos
que se relacionam aos conteúdos: relógio, bolas
(corpos redondos), caixas(poliedros)
e tudo mais que ajudem a relacionar e potencializar conhecimento. |
|
A6: Envio vídeos- aulas, indicação de sites, links,
demonstro atividades práticas, solicito desafios, jogos
e simulações,
problematização, brain breaks
e criação. |
|
A7: Interação por meio de
perguntas, propostas de leitura, escrita e oralidade por meio de vídeos gravados pelos próprios alunos, com a participação da família. |
Quadro 2 – Estratégias didáticas
Fonte: dados da pesquisa
(2020).
A partir
dos dados observados no quadro 2 apresentado anteriormente, podemos verificar que os professores buscavam inserir em
suas aulas recursos que pudessem proporcionar a interação os alunos em suas aulas como mostra a fala do
professor A7. Esse momento de envolvimento do aluno com as atividades proposta faz-se necessário no
atual contexto, principalmente no sentido de poder proporcionar a participação ativa dos alunos. O quadro 3 apresentado a seguir nos mostra
os principais desafios enfrentados por professores durante suas aulas.
Quais são os principais desafios frente a utilização desses recursos nos momentos das aulas remotas? |
A1: Não ter equipamento necessário para realizar as aulas |
A2: Conseguir
ganhar a atenção dos alunos, pois se na aula
presencial são dispersos, nas atividades on-line não seria diferente. Entretanto, o desafio maior é
não poder atingir da mesma
forma os alunos de zona rural e alguns da cidade. Pois o acesso à tecnologia ainda é um problema. Nem todos
têm recursos para se beneficiar com celular e internet. |
|
A3: A privacidade da família do professor e do aluno,
a adaptação e limitação das crianças frente
ao uso das plataformas e o pouco tempo
de atenção concentrada. |
|
A4: Atingir a todos
os alunos, visto
que, alguns alunos
da rede pública principalmente da zona rural
por não terem
acesso a internet. Por isso, precisamos desenvolver novas
estratégias o que torna o trabalho menos cansativo e exaustivo. Fora a pressão psicológica para atingir
a maioria dos alunos e possibilitar a aprendizagem nesse
novo formato provocados pelo distanciamento. |
|
A5: A maior dificuldade é alfabetizar os alunos de forma remota, mas tenho feito
ficha de leitura e outros materiais para tentar alcançar nossos pequenos. |
|
A6: Contato com os alunos, pois a minoria
está sendo atendida e, por
vezes, o contato
com essa minoria é dificultoso,
devido o sinal de Internet destes. |
|
A7: O celular com pacote de
dados suficiente; o celular adequado com aplicativo WhatsApp; acesso
a internet; dificuldade de uso do aplicativo por não ter domínio. |
|
A8: A dificuldade em perceber as dúvidas do aluno. |
|
A9: Falta de habilidade para trabalhar com a tecnologia e a falta de acesso por parte dos alunos e a colaboração dos pais. |
Quadro 3 – Desafios nas aulas
Fonte: dados da pesquisa (2020).
Diante dos resultados apresentados podemos observar quais foram dificuldades apresentados pelos professores durante a aula e podemos destacar
o acesso dos alunos as plataformas de
ensino em especial para alunos da zona rural, como pode ser visto na fala do professor A4 “Atingir a todos os
alunos, visto que, alguns alunos da rede pública principalmente da zona rural por não terem acesso a internet”. Um outro
fator observado foi a falta de internet, bem como dificuldades em alfabetizar nesse
modelo de ensino visto que os alunos ficam dispersos como afirma o
professor A2 “Conseguir ganhar a
atenção dos alunos, pois se na aula presencial são dispersos, nas atividades on-line não seria diferente”.
Podemos observar, a partir dos dados coletados, a falta de capacitação para que os professores pudessem
atuar em aulas remotas ocasionando a ausência de habilidades para
trabalhar com as tecnologias.
A
seguir no Quadro 4, apresentamos os desafios lançados por seus professores aos alunos.
Quais são os desafios lançados por você, professor(a), aos seus alunos, como
atividade de casa? |
A1: Leitura e produção de textos com suporte em imagens ou vídeos, produções artísticas e mensagem crítico-reflexivas. |
A2: Solicito que os alunos realizem as atividades dos módulos, que façam
os jogos, tirem
fotos dos momentos. Também pedimos que elaborem textos, façam desenhos para serem
mostrados na aula online
e respondam algum
quiz na plataforma. |
|
A3: Elaboração de jogos, quadrinhos, memes e paródias. Interpretação de músicas, vídeos
e imagens. Confecção de vídeos, materiais manipuláveis e textos. |
|
A4: Temos proposto diversas brincadeiras antigas, utilizando os espaços dentro de
casa, produção de texto (como
uma carta para um amigo
que está com saudades), gravações desses momentos e outros. |
|
A5: Resenhas críticas a partir de livros ou filmes,
nas aulas de Redação.
Propostas de produção
de releitura de obras
de arte, nas aulas de Arte. |
|
A6: Produção de texto
sobre temas atuais,
apresentação oral por meio de vídeos gravados pelos pais. Nesses
vídeos as crianças se apresentam, lendo
a sua produção de texto. Estou
muito feliz com o retorno que tenho recebido dos alunos e a
participação dos pais, nesse processo de ensino-aprendizagem. |
Quadro 4 – Desafios lançados pelos professores aos alunos
Fonte: dados
da pesquisa (2020)
Os dados apresentados no quadro 4, observamos que os professores proporcionavam aos seus alunos
atividades que estivessem dentro
das suas possibilidades, como mostra a solicitação de uma
produção de texto e
depois compartilhado com a professora como mostra a fala A6:
Produção
de texto sobre temas atuais, apresentação oral por meio de vídeos gravados pelos pais. Nesses vídeos
as crianças se apresentam, lendo a
sua produção de texto. Estou muito feliz com o retorno que tenho recebido dos alunos e a participação dos pais, nesse processo de ensino-aprendizagem.
Outro ponto que devemos observar é a importância da realização dessa tarefa que gera felicidade na professora. No quadro 5 apresentado a seguir mostramos os conhecimentos e habilidades que horas desenvolvidos pelos professores durante
esse período.
O que vemos hoje são professores angustiados, tentando produzir conteúdos em formatos até então não [ou pouco] explorados, sem a certeza de sua efetividade e se alcançarão todo o seu alunado.
A partir desse contexto, quais conhecimentos e habilidades foram
necessários para a elaboração das suas aulas e dos materiais digitais? |
A1: De início, o interesse de mantê-los de mente
ativa. Por conseguinte, desenvolver habilidades para se familiarizar com uma câmera (a qual não
sou muito fã), criar
estratégias de desenvolver diversas atividades que não
sejam de conteúdos programáticos, etc. |
A2: Habilidades sociais, emocionais, criativas e cognitivas. Interpretação e manipulação de materiais e textos. |
|
A3: Primeiramente
conhecer a turma e propor novos desafios tanto
para os alunos
quanto para a professora. Não é
fácil, nunca foi, existe uma angústia no que diz respeito a qualidade do meu
trabalho e se isso está sendo proveitoso pelos alunos. |
|
A4:
Habilidade de uso da internet,
Habilidade em viver em coletividade pela web. Busca
de conhecimento, rever
todo o planejamento, criatividade, foi necessário se reinventar. |
|
A5: Um conhecimento mínimo do
funcionamento de tecnologias e
redes sociais, bem como gravação e detalhes como som e luz para a melhor
qualidade dos vídeos durante
as aulas. |
|
A6: Conhecimento básico sobre plataforma Moodle,
editores de textos,
de imagem, de vídeo, PowerPoint, aplicativo de captura de tela, loom,
etc. |
|
A7: Minhas
primeiras experiências foram
assustadoras pois não tinha o domínio das
ferramentas e não consegui conduzir a aula, as crianças falavam ao mesmo tempo,
compartilhavam ou riscavam a tela. Após
esse choque de realidade, me aprofundei na
utilização do Zoom com a ajuda de colegas e hoje estou gravando vídeoaulas e dando cursos
sobre essa ferramenta. Busquei
pesquisar mais sobre
gravação de vídeos, recursos digitais e sites interativos, Ambientes virtuais de aprendizagem e metodologias ativas
com as tecnologias. Atualmente faço formações para outros educadores sobre esses temas. |
|
A8: Se
colocar no lugar do aluno e perceber que são
crianças, que estão
ansiosas e que gostam de novidades.
Na elaboração de uma aula, sempre que possível tento
acrescentar algo que envolva o emocional
do aluno. Como uma música para animar ou acalmar
a mente. Peço
que os alunos
fiquem de pé, para exercitar o corpo
com uma música. |
Quadro 5 – Conhecimentos e
habilidades desenvolvidos por professores
Fonte: dados da pesquisa
(2020)
Podemos observar no quadro 5 apresentado acima os
saberes e habilidades mobilizados pelos professor
em sua prática docente, notamos que incialmente para o desenvolvimento das aula
foi uma realidade totalmente
diferente das vivenciadas em contextos presenciais, entretanto, podemos relatar que essas ações trouxe algumas
habilidade para os professores, tais como: produção
de vídeo, emocionais, social,
verificamos que os professores puderem rever sua prática e buscar recursos que pudessem proporcionar o desenvolvimento
tanto do aluno como do professor, essa situação pode ser verificada na fala do professor A7:
Minhas
primeiras experiências foram assustadoras pois não tinha o domínio das ferramentas e não consegui conduzir a aula, as crianças falavam
ao mesmo tempo, compartilhavam ou riscavam a
tela. Após esse choque de realidade, me
aprofundei na utilização do Zoom com a ajuda de colegas e hoje estou gravando vídeoaulas e dando cursos sobre essa ferramenta. Busquei
pesquisar mais sobre
gravação de vídeos,
recursos digitais e sites interativos, Ambientes virtuais de aprendizagem e metodologias ativas com as tecnologias. Atualmente faço formações para outros
educadores sobre esses
temas.
Diante do que foi apresentado, podemos verificar que os momentos
de aulas remotas
trouxeram desafios e reflexões dos professores para sua prática,
bem como, o desenvolvimento de novas habilidades.
No quadro 6 apresentamos os desafios
evidenciados durante essa prática:
Quais foram as principais dificuldades enfrentadas por você neste cenário? |
A1: A possibilidade de Dinamizar a apresentação do conteúdo. |
A2: A interação dos
alunos. |
|
A3: Angustia psicologia, desenvolvimento de um trabalho com qualidade e que meus alunos gostem. |
|
A4: As gravações, por não está preparada para tal, mas busquei encontrar caminhos
para enfrentar os desafios e tentar alcançar nossos alunos. |
|
A5:
O contato com os alunos. A falta de contato
com a maioria e o descaso, diga-se assim, que alguns pais que tenho contato, estão fazendo em relação
a realização das atividades, faz todo esse momento se tornar frustrante, angustiante. |
|
A6: O funcionamento da internet, já que estou
isolada em uma zona rural. |
|
A7: A compreensão das famílias. |
|
A8: Editar vídeos. |
|
A9: Falta de tempo,
exigência das escolas, pressão sobre atendimento as famílias e alunos por parte das escolas, incertezas sobre
o futuro, cuidar da casa/família e ao mesmo
tempo trabalhar, remuneração, poucas horas de descanso e excesso de mensagens em horários
fora do trabalho, uso de tecnologias e receio de errar. |
|
A10: Internet lenta,
falta de entusiasmo de alguns alunos
e falta de autonomia por
conta da escola. |
Quadro 6 – Dificuldades
Fonte: dados da pesquisa (2020)
O quadro 6
apresenta as principais dificuldades oriundas das aulas remotas, essas ações estão relacionadas com a falta de internet,
de preparação para produção de gravações e edição de vídeos, a incompreensão das famílias diante dessas
dificuldades, as cobranças realizadas pelas
instituições relacionadas com os atendimentos às famílias e alunos e a
desvalorização profissional como mostra a fala do professor A9:
Falta
de tempo, exigência das escolas, pressão sobre atendimento as famílias e alunos por parte das escolas, incertezas sobre o futuro,
cuidar da casa/família e ao mesmo tempo trabalhar,
remuneração, poucas horas de descanso e excesso de mensagens em horários fora do trabalho, uso
de tecnologias e receio de errar.
Podemos
observar, também, a falta de contato com os estudantes ocasionadas por esse modelo remoto e, por vez, essa situação
nos faz refletir a respeito dessa situação. Outro ponto que se destaca
e a necessidade de formação
dos professores para atuar nesse formato, visto que não estavam preparados para essa
situação, e isso nos faz re(pensar) em estratégias que possam proporcionar a
capacitação desses profissionais mesmo em tempo remotos.
Considerações finais
Esta pesquisa
problematizou as estratégias didáticas de professores em tempos de Covid-19,
por meio dos relatos, que mostraram a realidade no âmbito de uso de recursos
tecnológicos, suas características e
concepções, buscando na literatura bases legais para promover a reflexão sobre a temática proposta.
Nessa investigação
percebemos que os professores, no âmbito das estratégias didáticas no ERE,
podem conviver cada vez mais de perto com as potencialidades desses artefatos
tecnológicos. Em contrapartida, ainda há uma desatualização tecnológica por
parte dos envolvidos para lidar com essa questão. As formações para lidar com
esse tipo de recursos ainda não são suficientes para fazer com que professor se
sinta à vontade para navegar, interagir e proporcionar práticas inovadoras no
processo de ensino e de aprendizagem.
Necessita-se de
olhares que articulem, através das TD, um espaço para o compartilhamento de
saberes e experiências, e que facultem aos sujeitos posturas investigativas e
multiplicadoras de concepções que permitam exercer uma posição crítica ante a
sua realidade, interrogando-a, buscando alternativas teóricas e práticas diante
de suas problemáticas.
Referências
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Acesso em: 11 jun. 2021.
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<http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/index.php>. Acesso em:
13 mar. 2013.
Recebido em:
21-07-21
Aprovado em:
30-08-21
[1]
Pós-Doutor em Educação, Universidade Federal de Sergipe – UFS. Doutor em
Educação, Universidade Federal de Alagoas – UFAL. Professor do Centro de
Educação, UFAL, atuando no curso de Pedagogia, e nos programas de pós-graduação
em Ensino de Ciências e Matemática (PPGECIM/UFAL), Ensino (RENOEN/UFAL) e
Educação (PPGE/UFAL). Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Tecnologias
Educativas e Práticas Pedagógicas em Educação Matemática (GPTPEM/AL). Maceió/AL.
E-mail: carloneyalves@gmail.com.
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2134-0587.
[2]
Doutorando em Ensino, Universidade Federal de Alagoas – UFAL. Mestre em Ensino
de Ciências e Matemática, Universidade Federal de Alagoas – UFAL. Membro do
Grupo de Estudos e Pesquisas em Tecnologias Educativas e Práticas Pedagógicas em
Educação Matemática (GPTPEM/AL). Maceió/AL. E-mail: rd-raio@hotmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4395-3384.
[3]
O site https://coronavirus.saude.gov.br/ conceitua a Covid-19 como
uma doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, que
apresenta um quadro clínico o qual varia de infecções assintomáticas a quadros
respiratórios graves, podendo necessitar de suporte para o tratamento de
insuficiência respiratória (suporte ventilatório).