Perspectivas de ensino nos cursos técnicos: experiências de
professores nas aulas remotas mediadas por Jamboard
Teaching perspectives in technical courses: experiences of
teachers in remote classes mediated by Jamboard
Perspectivas docentes en cursos técnicos: experiencias de
profesores en clases remotas mediadas por Jamboard
André Luis Canuto Duarte Melo[1]
Givaldo Oliveira dos Santos[2]
Patrícia Cavalcante de Sá Florêncio[3]
Resumo:
O
advento da pandemia do novo coronavírus trouxe ao mundo uma mudança de paradigmas
em todos os setores da vida humana. Na educação não foi diferente e as escolas
tiveram emergencialmente que readaptar as suas atividades. Este artigo tem por
objetivo apresentar as experiências de professores dos cursos técnicos
subsequentes em eletrotécnica e enfermagem em aulas remotas mediada pela
ferramenta Jamboard, tendo como justificativa o fato do predomínio da avaliação
se dar nas atividades online que contribui para a formação
de seus alunos e professores que atuam nessa etapa de educação, discutindo a ferramenta e suas potencialidades para o ensino
e aprendizagem dos alunos. A metodologia da pesquisa foi de caráter
qualitativo, do tipo estudo de caso, e a obtenção dos dados foi através da
observação e análise do desenvolvimento das e-atividades construídas pelos
alunos. Na realidade, foi demandada a aproximação dos professores e
alunos à realidade online,
relacionado à organização, seleção de recursos, preparação e avaliação de
e-atividades de aprendizagem significativa nessa nova normalidade que se
estabelece. Mas ninguém, nem mesmo os professores que já adotavam ambientes online nas suas práticas imaginava que
seria necessária uma mudança tão rápida e emergencial, devido à expansão do
coronavírus. A experiência trouxe mecanismos para vivenciar o ensino remoto
utilizando ferramentas tecnológicas por meio de metodologias ativas,
ressaltando reflexões entre o momento presencial e o remoto. Valorizando o
ensino que envolve professores e alunos em um ambiente pedagógico que
potencializa a forma de aprender para redimensionar o processo de
ensino-aprendizagem.
Palavras-chave: Ensino Remoto; Tecnologias Digitais; Ferramenta Jamboard.
Abstract:
The advent of the new coronavirus pandemic has brought a
paradigm shift in all sectors of human life to the world. Education was no
different and schools had to adapt their activities on an emergency basis. This
article aims to present the experiences of teachers of technical courses in
electrotechnics and nursing in remote classes mediated by the Jamboard tool, justifying the fact that
the predominance of assessment occurs in online
activities that contributes to the training of their students and teachers. who
work in this stage of education, discussing the tool and its potential for
teaching and learning students. The research methodology was qualitative, of
the case study type, and obtaining the fori data through observation and
analysis of the development of the e-activities constructed by the students. In
reality, the approach of teachers and students to the online reality was
demanded, related to the organization, selection of resources, preparation and
evaluation of e-activities of significant learning in this new normality that
is established. But no one, not even teachers who already adopted online
environments in their practices, imagined that such a rapid and emergency
change would be necessary, due to the expansion of the coronavirus. The
experience brought mechanisms to experience remote teaching using technological
tools through active methodologies, emphasizing reflections between the
face-to-face and the remote moment. Valuing teaching that involves teachers and
students in a pedagogical environment that enhances a way of learning to resize
the teaching-learning process.
Keywords: Remote Teaching; Digital Technologies; Jamboard tool.
Resumen
El advenimiento de la nueva pandemia de coronavirus ha
traído al mundo un cambio de paradigma en todos los sectores de la vida humana.
En educación no fue diferente y las escuelas tuvieron que readaptar sus
actividades con urgencia. Este artículo tiene como objetivo presentar las
experiencias de docentes de posteriores cursos técnicos en ingeniería eléctrica
y enfermería en clases a distancia mediadas por la herramienta Jamboard, justificando el hecho de que
el predominio de la evaluación se da en actividades online que contribuyen a la
formación de sus alumnos y docentes que trabajar en esta etapa de la educación,
discutiendo la herramienta y su potencial para la enseñanza y el aprendizaje de
los estudiantes. La metodología de investigación fue de carácter cualitativo,
del tipo estudio de caso, y la recolección de datos fue a través de la
observación y análisis del desarrollo de las e-actividades construidas por los
estudiantes. En realidad, se exigió el acercamiento de docentes y estudiantes a
la realidad online, relacionado con la organización, selección de recursos,
preparación y evaluación de e-actividades de aprendizaje significativas en esta
nueva normalidad que se establece. Pero nadie, ni siquiera los profesores que
ya estaban adoptando entornos online en sus prácticas, imaginaban que sería
necesario un cambio tan rápido y de emergencia, debido a la expansión del
coronavirus. La experiencia trajo mecanismos para vivir la enseñanza a
distancia utilizando herramientas tecnológicas a través de metodologías
activas, destacando reflexiones entre el momento presencial y el remoto.
Valorar una enseñanza que involucre a docentes y alumnos en un entorno
pedagógico que potencie la forma de aprender para redimensionar el proceso de
enseñanza-aprendizaje.
Palabras clave: Enseñanza remota; Tecnologías digitales; Herramienta
Jamboard.
O advento da pandemia do coronavírus
trouxe ao mundo uma mudança de paradigmas em todos os setores da vida humana.
Uma nova cepa de coronavírus, denominada SARS-Cov-2 (Síndrome Respiratória
Aguda Grave do Coronavírus 2) foi detectada na China, causadora da COVID-19. Nunca
tantos países ao redor do mundo fecharam escolas públicas, Institutos Federais
e Universidades ao mesmo tempo e pelo mesmo motivo, assim o intuito do artigo
surgiu a partir dos impactos causados pelo coronavírus na educação em todo
mundo.
O contexto da educação mudou, desta
forma, as escolas tiveram emergencialmente que se readaptar às suas novas
atividades. As Instituições da Rede Federal de Ensino e Universidades Federais
de Ensino em decorrência ao que foi sugerido pelo Ministério da Educação (MEC),
atenderam à recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e mudaram suas
atividades presenciais para atividades remotas, evitando, assim, as
aglomerações e o risco de disseminação do Coronavírus nas mais de 600 unidades
em todo o País. Nessa direção houve o fechamento de inúmeras instituições
presencialmente tanto públicas (Federais, Estaduais e Municipais) como privadas
em todo o país, impactando assim na vida de milhões de servidores e alunos.
Com a suspensão das atividades
presenciais, de todas as instituições de ensino, o que fazer? Diante disso, gerou uma nova estratégia de participação de professores
e alunos migrarem para uma nova realidade, no formato online, transferindo e transpondo metodologias e práticas
pedagógicas de aprendizagem, que eles se debruçassem sobre novas práticas de
ensino. Assim, teve-se que aprender a ensinar e a colaborar remotamente,
construindo por meio das tecnologias digitais embasadas e justificadas pelo
“novo normal” em uma sala de aula a distância.
Diante desse cenário o presente
artigo relata vivências dos professores nas aulas remotas, nos cursos técnicos
subsequentes de Eletrotécnica e Enfermagem, analisando a prática e o uso de
tecnologias nas ações pedagógicas com a finalidade de difundir ferramentas nas
aulas, favorecendo uma aprendizagem interativa e multidisciplinar, de forma a
mostrar que é possível usar uma contextualização diferenciada no ensino. A
escolha do tema deu-se devido à necessidade de investigar como os professores
envolvidos na pesquisa abordam a ferramenta tecnológica Jamboard[4] e
suas potencialidades para o ensino, perante as aplicações em seus diversos
conhecimentos construídos na interação entre os professores e alunos nas
disciplinas envolvidas nos momentos síncronos[5] e
assíncronos[6],
mediado por metodologias ativas. A metodologia utilizada foi de caráter qualitativo, do tipo estudo de
caso, e a obtenção dos dados foi através da observação e análise do
desenvolvimento das construções dos alunos.
O objetivo é favorecer um ambiente
contextualizado nas aulas remotas mediadas pela ferramenta Jamboard no
ensino técnico do Instituto Federal de Ensino de Alagoas (IFAL), a partir de
abordagem remota no contexto de cultura digital e rever a dinâmica de
funcionamento da aprendizagem e os principais resultados e a construção do
conhecimento permanentemente (re)construídos, promovendo a interação coletiva,
o diálogo com seus alunos e professores e apontar novas práticas e técnicas de
ensino que possam aproximar o professor das ferramentas interativas digitais no
curso de Eletrotécnica e Enfermagem.
A referida pesquisa centrou-se nas
seguintes problemáticas: A pandemia traz consigo diversos desafios para a
educação, o processo de ensino-aprendizagem é impactado por esse cenário nos
cursos técnicos subsequentes de Eletrotécnica e Enfermagem? E assim, como
avaliar no processo de ensino e aprendizagem nos cursos técnicos nessas novas
condições? Por isso, é importante compor as verificações do ensino remoto com
diferentes abordagens e práticas quantitativas e qualitativas, podendo-se
incluir, por exemplo:
1.
Participação nas atividades propostas em fóruns; 2. Cumprimento de tarefas em
ambientes virtuais de aprendizagem (Classroom); 3. Desenvolvimento de projetos
colaborativos online; 4. Atividade com Rubricas; 5. Gamificação; 6. Testes
objetivos com a ferramenta Google Formulário; 7. Apresentações Orais; 8. Sala
de Aula Invertida; 9. Compartilhar experiências e objetivos de aprendizagem; 10.
Atendimento ao aluno(a).
Entende-se que há de fato uma
cultura escolar que se manifesta vivamente não só dos objetos, mas, também, das
práticas empreendidas com esses e através desses objetos, que precisam ser
investigados a partir desse suporte material, enfatizando na interpretação
objetiva, diante das atividades escolares. Esse presente artigo apresenta uma
análise que observa e rememora experiências vivenciadas na utilização de práticas
na cultura escolar articulada nos momentos síncronos e assíncronos das aulas
remotas pelos professores pesquisadores envolvidos, nas atividades aplicadas
nos cursos técnicos nas unidades curriculares da pesquisa em estudo.
Isso mostra-se particularmente desafiador no caso dos cursos
de Eletrotécnica e de Enfermagem na modalidade subsequente da
Instituição de Ensino, proporcionando assim à
educação algo que ninguém em nenhum momento imaginou lecionar aulas de forma
remota para alunos na modalidade subsequente “técnico” de modo aligeirado,
forçando portanto a uma logística de capacitação de professores e de alunos para trabalhar com Tecnologia da
informação e comunicação (TIC) e metodologias ativas, acessibilidade digital e
reordenamento das unidades curriculares.
Entretanto deve-se encontrar outras
dimensões para a realização das atividades que agora têm acontecido de forma
remota que proporcionam caminhos na história da educação. Os paradigmas
encontrados no objeto da pesquisa direcionando-se o IFAL a partir de dentro de
suas formas de organização e das ações empreendidas por todos os alunos
envolvidos, nas ações e experiências com a cultura escolar: em valores,
saberes, práticas, estratégias, enfim, um repertório de atividades sociais e
culturais específicas de natureza escolar que alunos, professores, outros
profissionais da escola, os responsáveis e a comunidade envolvidos nessa
cultura realizam neste âmbito, em que tipicamente os alunos interagem em um
grande mural virtual com a utilização da ferramenta Jamboard.
O Jamboard
é um quadro interativo que se conecta ao ecossistema de ferramentas de busca,
em especial o G-Suíte
(pacote Google para educação) colaborativo com uma tela inteligente que torna a aprendizagem visível e
acessível para todos os colaboradores na sessão do Jam[7].
Além disso, é fácil apresentar os Jams
em tempo real no Google Meet, o que
permite fazer compartilhamentos deles, criados por qualquer pessoa ou equipe e
explorar conexões deles com o mundo real. Os professores podem incluir todos os
alunos com limite de 20 Jams no
processo de construção/interação no ambiente de trabalho para aprendizagem
colaborativa e interativa, seja para trabalhos na sala de aula tradicional,
para seminários em grupo ou pelo ensino remoto. O Jamboard permite que equipes até mesmo em locais muito distantes
discutam e interajam ideias e conhecimentos e as salve na nuvem para acesso em
qualquer dispositivo. Neste contexto de pandemia de Covid-19, os autores trazem
seus relatos de experiências vivenciadas, no uso da ferramenta Jamboard, para realização das
e-atividades[8]
com os alunos dos cursos de Eletrotécnica e de Enfermagem na modalidade
subsequente e consequentemente todos os envolvidos, professores e alunos, podem
participar facilmente usando um tablet,
smartphone, notebook,
computador, através das
e-atividades que forem construídas colaborativamente ou individualmente.
Nos cursos envolvidos é utilizada metodologia ativa e a
ferramenta Jamboard, pertencente ao Google Education, e a plataforma Classroom para postagem de material didático,
construção de documentos, fórum, atividade e avaliação no momento assíncrono.
As formas de entender a construção do conhecimento e os conteúdos das unidades
curriculares, apresentados na Figura 1.
1. Acesse o Jamboard
clicando nos 9 pontos no ícone do G Suíte acima.
2.
Ao selecionar o ícone do G suíte, desça a barra de rolagem até encontrar a
ferramenta Jamboard e clique.
Figura 1 –
Ícone da ferramenta Jamboard.
Fonte:
Autoria própria (2021).
Na Figura 1, mostra
uma variedade de ícones da Google
Education, e o ícone selecionado em estudo a ferramenta Jamboard que é uma lousa digital
interativa online que pertence às
ferramentas da Google, através dessa
lousa, você pode criar aulas interativas, salvar trabalhos na nuvem
automaticamente, salvar em PDF, compartilhar tela com os alunos através do Google
Meet, permitindo que eles editem
o frame (quadro) colocando ideias e trocando opiniões sobre determinado assunto
das unidades curriculares em estudo, e assim nas aulas síncronas ou assíncronas
use-se a ferramenta de reconhecimento de formas e de escrita e fácil de ler,
interagir, desenhar e pesquisar, como se estivesse usando um quadro branco.
A Figura 2 mostra o
ambiente de interação com a ferramenta Jamboard
onde os participantes inserem imagens, caixas de texto, pesquisa online, plano de fundo, nota
autoadesiva, caneta, laser, arquivo em PDF e pincel. Todos podem colaborar e
realizar um trabalho em equipe ou individual, basta acessar o link disponibilizado pelo professor.
Figura
2 – Ambiente de interação online com
a ferramenta Jamboard.
Fonte:
Autoria própria (2021).
Diante disso, o plano do curso deve estar articulado com as
propostas pedagógicas que envolvem os alunos em seu aprendizado, além disso, é
oportuno apontar uma discussão sobre a imersão do ensino online mediado por metodologias ativas para construção e
reconstrução do conhecimento com o ambiente online
Jamboard nas suas e-atividades com os
alunos e professores na interação com as unidades curriculares dos cursos
envolvidos e pelas experiências vivenciadas pelos autores, partindo da
abordagem de uma aprendizagem significativa
̶ é significativa, quando se relacionam a outras ideias que funcionam
como âncoras (AUSUBEL, 1968).
Preparação de e-atividades
Em síntese ao que foi apresentado por Salmon (2004),
entende-se que as e-atividades são consideradas todas as atividades que se
encontram em ambientes virtuais de aprendizagem, sendo necessário que se
produzam de forma adequada pedagogicamente e envolventes para os alunos,
buscando a máxima utilização das ferramentas da tecnologia digital que estejam
disponíveis e acima de tudo que sejam colaborativas, interativas e que
estimulem o raciocínio crítico do aluno.
Deve-se, portanto, em salas de aulas virtuais, segundo
Moreira, Henriques e Barros (2020), socializar o grupo, induzir e moderar a
negociação e a partilha de ideias, facilitar o acesso à
informação e ao conhecimento e auxiliar no processo de investigação e
desenvolvimento do pensamento crítico.
Segundo Martins e
Almeida (2020) as tecnologias podem potencializar as práticas pedagógicas
colaborativas, deixando pistas de que não se trata apenas da inclusão das tecnologias
em ambiente escolar, mas sim de uma transformação de pensamento sobre o ato
educativo. Sendo assim, as e-atividades podem trazer a interatividade, a
colaboração, o estar junto mesmo a distância, produzindo conjuntamente
conhecimento.
As e-atividades referem-se às
diferentes ações que os alunos realizam em interação com os conteúdos e as
indicações que lhes são oferecidas. Para se produzirem e-atividades bem
estruturadas, deve-se tirar o maior aproveitamento dos recursos existentes e
das tecnologias digitais da web
social. Se essas atividades forem apresentadas, realizadas ou transferidas online poderão ser consideradas
e-atividades.
Este estudo, além de relatar uma
experiência inovadora em sala de aula online
não é um repositório de conteúdos digitais, é um espaço ativo, na qual foi
possível possibilitar algumas reflexões objetivando esse suporte metodológico
da aplicação do Jamboard em sala
virtual e dinâmica onde os alunos recebem explanações sobre as e-atividades que
devem realizar, individualmente ou em grupo, que estão centradas nos alunos
para que possam contribuir, discutir, inovar, interpretar e partilhar
conhecimento.
Neste contexto didático, o
aprendizado tem como alvo e-atividades de construção de conhecimento centradas
no aluno no ambiente escolar, o papel dos meios de comunicação nesse sistema
coloca os professores como organizadores das situações de ensino, enquanto o
aluno é o construtor de seu conhecimento próprio, em escala individual e/ou
grupal, reflexivo e crítico do que foi absorvido. A construção do conhecimento
passa assim a ser mediada pelo docente, que atua como um problematizador ou um
facilitador, não apenas um transmissor de conhecimento (BACICH; TANZI NETO;
TREVISANI, 2015).
Nos critérios baseados
por Moreira, Henriques e Barros (2020),
observou-se que alguns deles devem ser considerados, na hora de elaborar uma
e-atividade numa perspectiva integradora e motivadora no processo de ensino e
aprendizagem destas atividades como estimular a aprendizagem autônoma,
estimular a colaboração no espaço de aprendizagem virtual, promover um papel
ativo do aluno e sua interação com o professor.
Essa sequência de passos para o
processo de ensino e aprendizagem consiste em um processo dinâmico, que envolve
a personalidade do aluno para aquisição ou modificação do conhecimento e seu
desenvolvimento de competências fundamentais, a uma avaliação adequada, ao
ponto de se ir adaptando aos resultados decorrentes do processo de autoavaliação.
As estratégias didáticas, que são
técnicas utilizadas pelos professores com o objetivo de ajudar o aluno a
construir seu conhecimento, divididas em processos, fazem estimular, colaborar,
inovar, processar, promover e interagir através do uso da ferramenta Jamboard. Essas
estratégias são essenciais para extrair a melhor interação dos alunos,
ajudando-os a adquirir e a compreender o conteúdo que foi discutido, em sala de
aula virtual, e assim socializar o grupo, propiciando uma interação e uma
construção colaborativa de conhecimentos da TIC em que se fundamenta no
desenvolvimento da e-atividade no ambiente virtual de aprendizagem interativo,
colaborativo e investigativo no processo do desenvolvimento do pensamento
crítico.
Processo de ensinar e aprender “online” com a ferramenta Jamboard
A dinâmica da ferramenta Jamboard,
nos cursos, é focada no processo de ensinar e aprender fazendo, valorizando a
autonomia do aluno, no sentido de vivenciar estratégias didáticas usando TIC e
instigar a exploração de recursos para potencializar o processo de ensino e aprendizagem
na área do conhecimento e/ou unidade curricular e/ou conteúdo abordado.
O processo de avaliação da
aprendizagem é um ponto bastante discutido e estudado na educação. “Nesta
perspectiva, a avaliação da aprendizagem é um mecanismo subsidiário do
planejamento e da execução. É uma atividade subsidiária e estritamente
articulada com a execução” (LUCKESI, 2014, p. 161). No ensino online, no contexto de ensino remoto,
essa preocupação é maior para ter mecanismos eficientes para realizar uma
avaliação da aprendizagem adequada e real, que não seja apenas somativa, mas
principalmente formativa e processual, implicando na participação contínua dos
alunos em todos os momentos síncronos e assíncronos.
A
avaliação do processo de ensino e aprendizagem deve ser realizada de forma
contínua, cumulativa e sistemática com o objetivo de diagnosticar a situação da
aprendizagem de cada aluno, em relação ao planejamento curricular, para isso
apresentam-se as seguintes funções básicas: informar sobre o domínio da aprendizagem;
indicar os efeitos da metodologia utilizada; revelar consequências da atuação
docente; informar sobre a adequabilidade de currículos e programas; realizar feedback dos objetivos e planejamentos
elaborados.
O método de pesquisa utilizado é de
procedimento histórico, para compreender as estruturas das e-atividades
realizadas na utilização do mural interativo nos momentos síncronos e assíncronos. Pesquisa qualitativa, do tipo estudo de
caso. Parte-se do pressuposto de que a utilização do mural interativo online Jamboard contribui para o desenvolvimento de um processo dinâmico
de transformação das práticas docentes com seus alunos, e a utilização da
plataforma “Classroom” para postagem
dos materiais didáticos, nas atividades assíncronas e avaliações e fórum de
dúvidas.
As
soluções, até então disponíveis com a ferramenta Jamboard em suas aulas, são apresentadas por videoconferência no Google Meet para todos os alunos, assim
os professores que buscam novas mudanças podem romper com a educação
tradicional e conectar-se ao mundo do conhecimento e das TIC, auxiliando o
aluno a colaborar, inovar, promover, interagir e relacionar os dados para o
convívio social.
Esta
pesquisa também se configura como um estudo etnográfico. Neste sentido,
Angrosino (2009) nos apresenta que “O objetivo dos etnometodólogos tem sido
explicar como o sentido de realidade de um grupo é construído, mantido e
transformado” (ANGROSINO, 2009, p. 25).
Assim sendo, a pesquisa utiliza também a etnografia como fator
importante do estudo, pois é um dos determinantes do conhecimento que será
obtido por ela. Segundo Laville e Dionne (1999, p. 155) “a denominação
refere-se evidentemente ao estudo, talvez o de uma pessoa, mas também o de um
grupo, de uma comunidade, de um meio, ou então fará referência a um
acontecimento especial”, tendo em vista que o estudo busca a interatividade dos
alunos no uso da tecnologia digital e no sistema interativo nos momentos
síncronos e assíncronos.
O ensino remoto
emergencial se dá por meio da realização de práticas pedagógicas, por TIC e nos
normativos da instituição que embasam as ações de ensino, pesquisa e extensão,
que possibilitem o desenvolvimento dos objetivos de aprendizagem expressos nos
Planos/Projetos Pedagógicos de Curso (PPC).
As atividades realizadas no momento
remoto são consideradas como efetivo trabalho escolar, e a carga horária
trabalhada remotamente é utilizada para a substituição da carga horária
presencial, conforme disposto nas diretrizes do MEC e institucionais
estabelecidas em resoluções e em conformidade com a legislação vigente. A
medida visa promover o ensino e a aprendizagem vinculado diretamente com os
alunos, reduzindo o seu impacto no ensino presencial.
Por meio do ensino remoto
emergencial, em uma perspectiva de retorno gradual, enquanto durar a pandemia
do Coronavírus, narram-se as vivências históricas dos envolvidos no processo,
no ensino remoto, que se constituem como um momento ímpar para toda a
comunidade acadêmica, em suas atividades de ensino das unidades curriculares,
em especial dos cursos técnicos envolvidos. O aplicativo do G-suíte for Education é utilizado
como plataforma de mediação tecnológica digital do processo de ensino e
aprendizagem, complementando a plataforma SIGAA[9] já
utilizada pela instituição.
Foi utilizado o aplicativo WhatsApp para criação de um grupo com o nome da disciplina para
comunicação rápida, principalmente nos momentos de atividades assíncronas e
para também postar os materiais em PDF utilizamos a plataforma Classroom, possibilitando a mediação do
professor e aluno.
Para coleta de
informações, foram utilizados os relatos dos alunos, na forma escrita,
elaborados no Google formulários e
documentos anexados pelos alunos, tais como avaliações, autoavaliações,
trabalhos realizados, atividades construídas e desenvolvidas pelos alunos.
As atividades previstas no
planejamento foram postadas, semanalmente, no Classroom, com instruções das atividades assíncronas e arquivo em
PDF, além disso, a plataforma disponibiliza um
espaço para postagens de dúvidas e fóruns de discussões e um tutorial da
ferramenta Jamboard para consulta.
O ambiente em que se deu a pesquisa foi o Instituto Federal de Alagoas (IFAL) nos
cursos de Eletrotécnica e Enfermagem, respectivamente, em que os autores
ministraram aulas, salienta-se que as atividades foram desenvolvidas com turmas
dos cursos subsequentes, do 2° período de Eletrotécnica e 3° período de
Enfermagem, cujo universo da pesquisa foram 37 alunos.
A estrutura detalhada geral foi dividida em 5 encontros,
sendo distribuídos em forma de planejamento do ensino remoto que foram
aplicados no tratamento de temáticas envolvendo a ferramenta Jamboard com os conteúdos das unidades
curriculares dos cursos na abordagem das suas ementas. Os encontros foram
desenvolvidos através da metodologia de aprendizagem no estudo de caso no uso
de ferramentas colaborativas e interativas.
Por fim, percebeu-se a importância da Instituição de Ensino,
no contexto de aulas remotas, de deixar de lado os paradigmas arcaicos, em que
muitos ainda encontravam-se, para pautar-se e acompanhar-se das mudanças
ocorridas no seio da sociedade que a cerca, adotando os recursos tecnológicos
que possui, tais como computadores, tablets, smartphone e internet
banda larga para auxiliar na aprendizagem significativa dos seus alunos,
proporcionando a formação de cidadãos mais participativos, críticos e atuantes
na sociedade em que vive.
Planejamento das e-atividades e
descrição dos momentos online
O roteiro do planejamento é baseado em uma sequência
didática (SD), assim, o planejamento passa a ter um papel importante, numa
e-atividade didática, utilizando o uso da ferramenta em sala de aula virtual
síncrona e assíncrona, com o objetivo de mostrar algumas práticas escolares em
sala de aula por meio de SD, percebe-se assim, a necessidade de um novo ensino
para as unidades curriculares, realizando um novo repensar da prática enquanto
professores, na “pedagogia do discurso”, tratando-se de construir uma visão de
conteúdo voltada para a formação de um cidadão contemporâneo da sua realidade
social.
Apresenta-se abaixo o roteiro de como deve se dar o
planejamento das e-atividades:
●
Estudos
individuais e em grupo pelos alunos para solucionar o problema com a leitura e
uso de artigos científicos;
●
No
encontro em grupo deve-se discutir a situação-problema à luz dos novos
conhecimentos adquiridos com o estudo individual;
●
Para
o encontro será disponibilizado um link para
ser realizada as atividades pela ferramenta Jamboard,
identificando a problemática das e-atividades;
●
Cada
aluno deverá fazer um relatório do seu estudo individual com os principais
pontos vistos no item anterior estudado, que ficou sob sua responsabilidade e
apresentar no estudo em grupo;
●
Na
reunião do grupo deverá ser definida a solução para a situação-problema,
justificando a escolha, que deve ser apresentada a todos da turma para debate.
No quadro 1 é apresentada a descrição detalhada de cada
etapa da sequência das atividades, como também são indicados quais os
encontros, objetivos e o tempo destinado a esses encontros.
Quadro
1 – Atividades realizadas nas aulas síncronas – Maceió – 2020.
Encontro[10] |
Atividades |
Objetivos/Métodos |
Duração |
Cursos |
Apresentação
da ferramenta a turma. |
Uso da ferramenta Jambord online. |
Conhecer
a ferramenta móvel Jamboard e como
usá-la na disciplina. |
100min |
Técnico Eletrotécnica |
Divisão dos grupos e a realização
da atividade -1 |
e-atividade - 1
Pesquisa sobre os tipos de Fonte de Energia - segue link: https://jamboard.google.com/d/1ObPPjgAnmR5PacQY1pjY6Z88afG53dGkY4W1ScHJXM4/edit?usp=sharing. |
Conceituar os tipos de fontes
alternativas com uso da ferramenta Jamboard. |
100min |
Técnico Eletrotécnica |
Apresentação
da ferramenta a turma. |
Uso da ferramenta Jambord online. |
Conhecer
a ferramenta móvel Jamboard
e como usá-la na disciplina. |
100min |
Técnico em Enfermagem |
Divisão dos grupos e a realização
da atividade -1 |
e-atividade - 1
Alterações no aparelho reprodutor feminino - segue link: https://jamboard.google.com/d/1kdrxabd3-yIzjgAWQlP4abYHv_CAIohp8GytmK_zNlo/edit?usp=sharing. |
Conceituar os tipos de aparelho
reprodutivos feminino com uso da ferramenta Jamboard. |
100min |
Técnico em Enfermagem |
Fonte: Autoria
própria (2020).
Ao longo desta seção destaca-se e
descreve-se as experiências vividas pelos autores do estudo e os diálogos entre
os alunos nas e-atividades que aconteceram durante as aulas síncronas e
assíncronas, nos cursos envolvidos, devido ao período da pandemia.
O conteúdo foi
disponibilizado com uma semana de antecedência, via sistema acadêmico da
Instituição e pela plataforma Classroom, para
que os alunos lessem e anotassem as possíveis dúvidas e suas contribuições
sobre o assunto.
As e-atividades
construídas pelos autores apontaram uma sequência didática de aulas diante de
um processo de ensino das unidades curriculares trabalhadas remotamente. A
interação dos alunos, com as questões previstas nos roteiros propostos e ao
longo das aulas, foi mediada pelos professores dos cursos técnicos em estudo,
sendo alguns conteúdos acrescentados durante as aulas através desta mediação.
Como em todo esforço de aprendizagem produzir conteúdo à distância, em qualquer
formato, tem uma “curva de aprendizagem”, e precisa-se estar disposto a passar
por ela, como sabe-se, as mudanças organizacionais são muitas vezes difíceis e
implicam em enormes desafios institucionais, pessoais e coletivos de adaptação,
de mudança, de flexibilidade e inovação.
Nesta pesquisa foi
apresentada a ferramenta e como utilizá-la, através de seu tutorial, para a
turma, e logo depois a realização da divisão dos grupos para a realização das
e-atividades. No contexto da metodologia ativa, buscou-se discutir com os
alunos os estudos das unidades curriculares, seguindo a ementa de cada curso, e
suas contribuições para o desenvolvimento das e-atividades. Cada grupo ficou
com um “painel em branco interativo para escrever as respostas” e assim os
professores fizeram suas devidas orientações virtualmente, para desenvolver a
e-atividade colaborativamente ou individual, enriquecendo de acordo com a
criatividade de cada turma, assim trazendo a resposta do enunciado da
e-atividade dos/as alunos/as, detalhadas nas Figuras 3 e 4, como conceitos dos
assuntos, desenhos, entre outros, incentivando assim a autonomia, a
criatividade, a pesquisa e a colaboração dos alunos.
Na e-atividade 1,
realizada pelos alunos do curso de Eletrotécnica,
o professor da disciplina Geração de Transmissão e Distribuição de Energia
(GTDE), previamente colocou 7 temas para que eles pesquisassem sobre a produção
de energia e elaborassem um resumo do tema escolhido por eles. Para a
realização da e-atividade 1 foi utilizada a ferramenta Jamboard como avaliação diagnóstica, formativa e somativa, por
exemplo: "Tipos de Fontes”, “Conceitos”, “Vantagens” e “Características
das fontes”. Entretanto, a escolha de uma pergunta, como está estruturada,
permitiu observar outras habilidades dos alunos, como a sua capacidade em
resumir e criar relações sem a indicação direta do professor, utilizando um
quadro interativo para escrever seu resumo e finalizar a e-atividade.
As e-atividades
disponibilizadas na forma escrita e suas apresentações mostrou-se que houve uma
preocupação de contextualização do ensino que deu sentido e (re)significado aos
conteúdos abordados pelos professores no momento online. Assim, seguem os detalhes que foram apresentados no quadro
1: os enunciados das questões apresentadas com seus devidos links ou QR - Code elaborados pelos
professores e o seu devido tempo das e-atividades a serem trabalhadas pelos
alunos durante as aulas, seja no curso técnico em Eletrotécnica ou
Enfermagem, tendo como subsídio, para
sua explicação, o conteúdo das unidades curriculares e os roteiros, os
conhecimentos prévios e os resultados obtidos a partir das e-atividades
experimentais propostas nos roteiros.
A partir da discussão
da importância da interatividade, através da ferramenta Jamboard na construção e na produção de um quadro interativo, foi
proposto que realizassem a e-atividade que possibilitou aos alunos a
aprendizagem e a utilização de frames, até então, nunca utilizados por eles.
Portanto, foi um processo produtivo de aprender a utilizar um recurso novo,
entendendo as suas funcionalidades, a exemplo de como inserir uma imagem, como
escrever uma mensagem no Jamboard. Assim,
todos puderam colaborar e realizar um trabalho em equipe ou individual na
utilização da ferramenta nas aulas remotas, além disso, foi fundamental para
dinamizar os recursos didáticos, produzindo aulas motivadoras para os alunos e
proporcionando uma aprendizagem significativa.
Experiências vivenciadas na
disciplina GTDE
Nesta seção um dos
autores traz seu relato de experiência, deste artigo, com os alunos do terceiro
período do curso de eletrotécnica na disciplina de GTDE, com carga horária de
80 horas, as aulas ocorrendo sempre às segundas-feiras, com duas 2 aulas por
semana. A turma contava com 20 alunos matriculados, mas participando
efetivamente das aulas síncronas somente 15, os quais foram instruídos
previamente acerca do uso da ferramenta Jamboard
e de suas potencialidades, os demais não justificaram os motivos da não
participação das aulas.
Assim, segue na Figura
3, a e-atividade realizada pelo aluno B de Eletrotécnica.
Figura
3 – Uso da ferramenta Jamboard com o
aluno construindo e-atividades - Eletrotécnica.
Fonte: Login do professor, adaptado Jamboard (2021).
Nessa perspectiva observou-se,
como experiência
docente, no uso de metodologia
ativa, com a ferramenta Jamboard,
através da análise da e-atividade, nas aulas síncronas, que o método foi bem
recebido pelos alunos, que se sentiram motivados na participação nesse momento
de pandemia da Covid-19. Apesar do interesse e da participação deles, alguns
alunos demonstraram falta de habilidades com a ferramenta online, mas aos poucos eles foram se adequando com a ferramenta.
Apresenta-se alguns depoimentos expressados por eles: é muito bom aprender
brincando; o tempo passou e não percebemos; a aula de hoje foi muito
motivadora. O uso de TIC e redes sociais devem ser vistos como propulsores da criação
de novas relações com a informação, com o tempo, com o espaço, consigo mesmo e
com os outros (SOUZA, 2020).
O processo de formação
apresentou condições favoráveis para o professor construir conhecimentos com
seus alunos, sobre a ferramenta utilizada Jamboard,
como experiência, no uso de metodologias ativas e como entender e integrar
estas na sua prática pedagógica, através da análise das e-atividades que
permitiram configurar diferentes cenários formativos e proporcionaram uma
aprendizagem mais significativa.
Experiências vivenciadas na
disciplina enfermagem em saúde da mulher
Nesta seção um dos
autores traz seu relato de experiência, com os alunos do terceiro período do
curso técnico em enfermagem, na unidade curricular Enfermagem e saúde da mulher,
com carga horária de 80 horas, as aulas ocorrendo de forma modular, com 5 horas
de aulas diárias, divididas em momentos síncronos e assíncronos. A turma
contava com 22 alunos matriculados, todos participando efetivamente das aulas,
os quais foram instruídos previamente acerca do uso da ferramenta Jamboard e de suas potencialidades. Na
e-atividade realizada no curso técnico em enfermagem a turma foi dividida em
grupos cada um com um quadro interativo com estudos de casos relacionados às
alterações no aparelho reprodutor feminino para os alunos pesquisarem sobre
qual o problema, sinais e sintomas e como resolver o problema, podendo também
acompanhar os estudos de caso nos frames dos colegas. Assim, segue na Figura 4, a e-atividade
realizada pelo grupo 1.
Figura
4 – Uso da ferramenta Jamboard com os
alunos e-atividades - Enfermagem
Fonte:
Login do professor, adaptado Jamboard
(2021).
Os alunos foram estimulados a partir das e-atividades,
através de estudo de caso, na formulação de soluções aos problemas
apresentados, bem como enriquecerem as suas construções com imagens, vídeos e o
que fossem pertinentes ao contexto apresentado. Como houve uma apresentação
prévia da ferramenta, os alunos conseguiram desenvolver a e-atividade, mas
alguns tiveram alguma dificuldade devido a
ferramenta ser nova para eles, entretanto, observou-se que ao final conseguiram
interagir satisfatoriamente com a ferramenta.
No encerramento das e-atividades, os
professores envolvidos dialogaram com os seus respectivos alunos, na busca de
diagnosticar como foram os momentos síncronos e assíncronos e fizeram uma
avaliação informal de suas impressões iniciais e finais de todo o processo ao longo
do período.
As práticas com a
ferramenta Jamboard foram interativas
e os resultados das e-atividades dos momentos online, aqui apresentados, resgataram o envolvimento dos
professores e alunos no saber da vivência experimentada com a ferramenta, a fim
de problematizar os conhecimentos dos envolvidos acerca da situação-limite que
foi imposta na disseminação pela covid-19, no que tange às práticas educativas
– ensino remoto.
Em relação aos
resultados dessa experiência, vivenciada pelos professores, verificou-se a
contribuição para a compreensão das condições materiais e subjetivas de
permanência e de desenvolvimento do papel social dos alunos dos cursos
envolvidos, conforme verificado, quanto mais interação entre os pesquisadores e
os alunos mais houve contribuição com a ferramenta usada em estudo, mais
possibilidades terão de explorá-las nas atividades online, organização de estudos e adequação do tempo. Além disso,
pode auxiliar os alunos a formularem novos objetivos e criarem formas de
estudos que façam sentido para cada um, além de possibilitar o compartilhamento
de conhecimentos e a troca de experiências entre os pares.
Através das
experiências, acompanhamentos e orientações das aulas pelos autores envolvidos
na pesquisa, vivenciadas por eles, buscou-se trazer práticas construídas nos
momentos síncronos e assíncronos nos dois cursos de Eletrotécnica e Enfermagem,
a fim de compartilhar esses desafios e essas práticas que trouxeram
conhecimentos e envolvimento dos participantes nas aulas remotas. É notável que
as metodologias envolvidas no processo de ensino e aprendizagem dessas ações,
trouxeram espontaneidade dos participantes no transcorrer da utilização da
ferramenta.
O desenvolvimento desta pesquisa
contribuiu para o desenvolvimento do papel profissional dos pesquisadores, modificando
a forma de atuar em sala de aula, buscando realizar uma parceria com os alunos,
transformando-se em mediador do processo de ensino e aprendizagem.
Este artigo objetivou
relatar a experiência dos autores, em aulas remotas com a aplicação de metodologia
ativa, no caso, o Jamboard no período
de pandemia comparando experiências coletadas por meio de e-atividades no
processo de ensino e aprendizagem. Além disso, buscou também apresentar um
convite a um aprofundamento das questões aqui explicitadas, tendo em vista as
contribuições que essas podem exercer na consolidação das aulas ministradas
remotamente e a interação delas na utilização de ferramentas em aulas síncronas
e assíncronas, bem como no fomento da formação de futuros professores com o uso
de TIC.
Considerando o cenário
do ensino remoto provocado pela crise de saúde mundial sem precedentes, os
princípios básicos que um professor deve conhecer para o design de um ambiente online,
em relação, sobretudo, à sua organização, seleção de recursos, planejamento,
construção e avaliação de atividades de aprendizagem síncronas com o uso do Jamboard, nos permitiu viajar numa
intencional atitude de reencantamento e virtualização da realidade educacional,
ingredientes necessários à nossa condição de educador, porém estavam perdidos
com a sociedade da industrialização e seu método intelectual de instituição.
Em suma, a amplitude da temática
aqui abordada trouxe um dos principais objetivos da pesquisa, que foi aprender
a ensinar e a colaborar remotamente utilizando estratégias a partir do estudo
de ferramentas online, construindo
através das tecnologias digitais embasadas e justificadas pelo “novo normal” em
uma sala de aula a distância, em especial Jamboard,
que proporcionou aos alunos e professores um enriquecimento de aulas remotas,
trazendo novos desafios de trabalhar o conhecimento de forma colaborativa,
interativa e participativa, favorecendo uma aprendizagem interativa e
multidisciplinar, de forma a mostrar que é possível usar uma contextualização
diferenciada no ensino.
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Nº 30 jul./dez. 2020.
Recebido em: 30/06/21
Aprovado em: 30/07/21
[1] Mestre em Educação pela Universidade Federal de Sergipe
(UFS). Professor Efetivo EBTT do Instituto Federal de Educação, Tecnológica de
Alagoas, Campus Maceió (IFAL).
E-mail: andre.melo@ifal.edu.br /ORCID:
https:/orcid.org/0000-0002-3565-4034
[2] Doutorado em Engenharia Elétrica pela (UNICAMP) -
Universidade Estadual de Campinas. Professor Efetivo do Instituto Federal de
Alagoas Campus Maceió (IFAL). E-mail:
givaldo.oliveira@ifal.edu.br ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7525-3526
[3] Mestre em Ensino na Saúde pela Universidade Federal de
Alagoas (FAMED/UFAL). Professora Efetiva EBTT do Instituto Federal de Educação,
Tecnológica de Alagoas, Campus
Benedito Bentes (IFAL). E-mail: patricia.florencio@ifal.edu.br
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8449-0750
[4] O Jamboard é um quadro interativo desenvolvido pelo Google, como parte da família G-Suíte. O Jamboard
é uma tela inteligente. Uma ferramenta interativa e motivadora com prática de
interação aluno/professor com atividades online,
apresentação de conteúdos e compartilhamento de material.
[5] As
aulas síncronas são aquelas que acontecem ao vivo. Com alunos(a), professor(a)
numa mesma sala virtual. Interagindo por meio de som, imagem, chat online, Atividade e apresentação de conteúdo.
[6] Os
momentos assíncronos são aqueles em que o professor(a) sobe em alguma
plataforma virtual um arquivo com suas explicações sobre um determinado tema.
[7] Cada quadro branco ou frame do Jamboard.
[8] e-atividades são consideradas todas
as atividades que se encontram em ambientes virtuais de aprendizagem Salmon
(2004).
[9] Sistema Integrado de Gestão de
Atividades Acadêmicas da Instituição de Ensino, para registros das notas,
frequências, conteúdos
[10] Dia da aula seguindo
planejamento/cronograma da disciplina pelo sistema remoto emergencial.