O
clima social de uma escola de ensino médio na percepção dos professores antes e
durante a pandemia de Covid-19
The social climate of a high school in the perception of teachers before
and during the Covid-19 pandemic
El clima social de
una escuela secundaria en la percepción de los docentes antes y durante la
pandemia de Covid-19
Sáhira Michele da Silva Celestino[1]
Rita
de Cássia de Souza[2]
Resumo
O clima social escolar consiste em como as pessoas se
sentem dentro da escola, estando relacionado às relações entre os professores,
a gestão, os alunos, a família/comunidade, as atividades de ensino-aprendizagem
e outros fatores internos e externos à escola e interfere no processo de
ensino-aprendizagem e na qualidade de vida das pessoas envolvidas no ambiente
escolar. Este artigo é parte de uma pesquisa
visando compreender o clima social
escolar no Ensino Médio de uma escola do Ensino Médio numa
pequena cidade a Zona da Mata Mineira antes e durante a pandemia do Covid-19. A
perspectiva teórica para o estudo foi o Construcionismo Social.
Devido à pandemia e à inexistência de aulas presenciais, foi elaborado um questionário
sobre temas relacionados ao clima social escolar antes e durante a pandemia.
Dos 20 docentes do ensino médio da escola, sete devolveram o questionário. De
maneira geral, os docentes relataram uma boa relação interpessoal com a gestão,
os funcionários, os estudantes e a comunidade. Apesar do distanciamento social interferir
no clima social da escola, consideramos que seria uma oportunidade para
investigar se a pandemia teria afetado esse clima e de que forma. Os docentes enfatizaram
que sentiam muita falta da convivência social e dos estudantes na escola.
Palavras-chave: Clima Social
Escolar; Ensino Médio; Pandemia; Docentes; Construcionismo Social.
Abstract
The school
social climate consists of how people feel inside the school and is related to
the relationships among teachers, management, students, family/community,
teaching-learning activities, and internal and external factors to the school.
It interferes both in the teaching process and also in the learning and the
quality of life of people involved in the school environment. This article is
part of a research that aimed to understand the school social climate in a high
school in a small town in Zona da Mata Mineira before and during the Covid-19
pandemic. The theoretical perspective of the study was Social Constructionism.
Due to the pandemic and the lack of face-to-face classes, a questionnaire was
designed on topics related to the school's social climate before and during the
pandemic. Out of the 20 high school teachers at the school, seven returned the
questionnaire. In general, teachers reported a good interpersonal relationship
with the administration, employees, students, and the community. Although
social distancing affects the school's social climate. We believe it would be
an opportunity to investigate whether the pandemic would have affected that
climate and how. Teachers emphasized that they really miss social life and students
at school.
Keywords: School Social Climate; High
school; Pandemic; Teachers; Social Constructionism.
Resumen
El clima social escolar consiste en cómo se sienten
las personas dentro de la escuela, estando relacionado con las relaciones entre
profesores, dirección, alumnos, familia / comunidad, actividades de
enseñanza-aprendizaje y otros factores internos y externos a la escuela e
interfiere en el proceso de enseñanza-aprendizaje. y en la calidad de vida de
las personas involucradas en el entorno escolar. Este artículo es parte de una
investigación dirigida a comprender el clima social escolar en la escuela
secundaria en un pequeño pueblo de la Zona da Mata Mineira antes y durante la
pandemia de Covid-19. La perspectiva teórica del estudio fue el Construccionismo
Social. Debido a la pandemia y la falta de clases presenciales, se diseñó un
cuestionario sobre temas relacionados con el clima social escolar antes y
durante la pandemia. De los 20 profesores de secundaria de la escuela, siete
devolvieron el cuestionario. En general, los profesores reportaron una buena
relación interpersonal con la gerencia, los empleados, los estudiantes y la
comunidad. Aunque el distanciamiento social afecta el clima social de la
escuela, creemos que sería una oportunidad para investigar si la pandemia
habría afectado este clima y cómo. Los profesores enfatizaron que realmente
extrañaban la interacción social y los estudiantes de la escuela.
Palabras clave: Clima social escolar; Escuela secundaria; Pandemia; Profesores; Construccionismo
social.
Introdução
Cada
vez mais, as pessoas passam muitos anos de suas vidas dentro de uma instituição
de ensino e é muito provável que a maior parte do convívio social dos
estudantes fora da família ocorra na escola. São muitas pessoas diferentes, de
valores, costumes, hábitos e objetivos distintos reunidas por várias horas,
dias e anos numa mesma instituição e algumas vivendo suas primeiras
experiências de vida naquele local. Acreditamos que estas vivências impactam
não somente seus aprendizados sobre os conteúdos propriamente escolares, mas
são fundamentais para a constituição da autoimagem, da autoestima, para a
construção de valores e o aprendizado sobre o convívio com os outros e todos os
desafios que isso implica. No ensino remoto, as relações permanecem e também
são essenciais para as nossas construções. Mesmo à distância, as relações
existem e constroem os espaços virtuais, assim como constroem o clima escolar.
Sendo assim, apesar das mudanças provocadas pelo distanciamento social, sem a
convivência cotidiana escolar, as relações continuavam existindo, portanto,
seria uma oportunidade de perceber o quanto os docentes percebiam o clima
social da escola ao estarem exercendo as suas atividades, na ausência de
relações cotidianas tão intensas.
Neste
contexto, foi feita uma pesquisa sobre o clima social escolar no Ensino Médio de uma escola numa pequena cidade da
Zona da Mata Mineira, na perspectiva do Construcionismo Social
e destacamos aqui a percepção dos professores sobre a relação com os discentes,
funcionários e gestores da escola antes e durante o período de distanciamento
social e ensino remoto. Para isso, vamos apresentar o Construcionismo Social e
em que medida consideramos que ele pode ser útil para o nosso estudo, discutir
o conceito de clima social escolar e suas implicações para os envolvidos;
apresentar o clima social escolar na escola pesquisada na visão dos educadores
antes e durante a pandemia.
Caminho
metodológico percorrido
Na
escola pesquisada, as aulas foram suspensas no mês de março de 2020, por tempo
indeterminado e a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG)
elaborou o Regime de Estudo não presencial. Para tanto, foi ofertado aos
estudantes um Plano de Estudos Tutorado (PET), organizado de acordo com o
Currículo Referência de Minas Gerais[3]
e com o Plano de Curso da unidade de ensino[4]
com atividades não presenciais que os alunos faziam em casa, via internet
(e-mail) ou impressas (para os estudantes que não tinham internet em casa). Os
professores poderiam receber os materiais via e-mail, WhatsApp ou de
maneira impressa. Além disso, estudantes e docentes poderiam acessar uma
plataforma digital para acessarem os Planos de Estudos Tutorados e as aulas
gravadas sobre os conteúdos que foram transmitidos pela Rede Minas[5].
Diante deste novo contexto, a pesquisa foi
realizada através de um questionário, elaborado pela pesquisadora e organizado em
três seções: a primeira correspondia à identificação dos professores, a segunda
dizia respeito às relações construídas na escola e a última se referia ao
contexto pandêmico (como se sentiam em trabalhar neste período). O questionário entregue aos professores
era composto por 40 questões: 4 abertas e 36 fechadas com opções
dentro da escala Likert.
A análise dos resultados foi realizada a partir dos
cinco ângulos inter-relacionados propostos por Janosz, Georges e Parent
(1998): o clima relacional, o
clima educacional, o clima de segurança, o clima de justiça e o clima de
pertença.
Os
20 professores do ensino médio da escola receberam o questionário através do Google
Forms, bem como o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e a carta de
apresentação da pesquisa no dia 30/09/2020 e tiveram um mês para devolvê-lo.
Sete professores participaram da pesquisa, 4 mulheres e 3 homens[6].
A
perspectiva Construcionista Social
Segundo Emerson
Rasera e Marisa Japur (2005), o construcionismo social surgiu alimentado por
várias críticas aos modos tradicionais de fazer pesquisa que podem ser
organizadas em três grandes grupos: a crítica social, a ideológica e a
retórico-literária. A primeira emergiu diante da crítica da gênese social do
pensamento científico por alguns autores como Marx, Weber, Scheler e Karl
Mannheim; a crítica ideológica é baseada na teoria crítica da Escola de Frankfurt-Horkheimer,
a partir de autores como Adorno, Marcuse e Benjamim que questionam a ideia de
neutralidade na ciência. Por fim, a
crítica retórico-literária defende que a própria escrita científica utiliza descrições
e explicações que não são neutras e não apenas descrevem a realidade, mas a
constituem, conforme a linguagem utilizada.
O movimento construcionista
social surgiu, nos anos 1970, inspirado por estas críticas e reunindo autores,
que, apesar de sua heterogeneidade, construíram e disseminaram estas ideias,
como Kenneth Gergen, Mary Gergen, Vivien Burr, Dian Marie Hosking, Lupicínio
Íñiguez-Rueda e, no Brasil, Mary Jane Paris Spink, Emerson Rasera, Maria
Conceição Nogueira, Carla Guanaes-Lorenzi e Marisa Japur, entre outros.
A perspectiva construcionista social parte
do pressuposto de que o acesso dos seres humanos ao mundo e ao significado das
coisas não é direto, mas sempre mediado pela linguagem e pelos outros. Trazendo esta concepção para o
nosso tema de estudos, consideramos, portanto que o clima social escolar, assim
como outras concepções e objetos, é construído por meio das relações sociais. O construcionismo
social enxerga o mundo como uma construção social, isto é, o conhecimento é
sustentado por processos sociais, “isso requer dizer que o conhecimento do
mundo e as formas comuns de o compreender são produções coletivas e
compartilhadas na coletividade, ou seja, as versões do conhecimento
constroem-se através das interações diárias entre as pessoas” (CARDOSO; BEIRAS,
2017, p. 6). Por isso, acreditamos que são as relações entre as pessoas que
constroem e caracterizam o clima social da escola.
Para Eliane Cadoná
e Helena Scarparo (2015, p. 2722), pensar sob a perspectiva construcionista
significa “compreender que a construção da realidade se dá em meio aos
coletivos e, portanto, não é possível falar de individualidades descoladas da
cultura e dos modos que as pessoas elegem para vivenciar uma dada realidade”. Segundo
as autoras, o construcionismo analisa a produção de sentidos no cotidiano de
maneira coletiva e compreende cada contexto em sua particularidade.
Com base no construcionismo social, compreendemos que somos
seres relacionais, coletivos e não individuais e as relações “entre” as pessoas
são o que constrói o ambiente escolar. Desta forma, Rita Souza (2020) nos ajuda
a entender as relações:
Como produtos e produtores de uma construção
coletiva, cada relação em que participamos, cada contato que temos nos altera e
altera os demais, influenciando a nossa constituição psíquica e o ambiente à
nossa volta. As novas tecnologias, especialmente as TIC’s, tecnologias de
informação e comunicação, provocaram uma revolução na nossa forma de relacionar
com o mundo e com as pessoas, pois elas aproximam diferentes e variados
contextos culturais e nos transformam profundamente, já que somos,
precisamente, este conjunto de relações (SOUZA, 2020, p. 3).
O contexto pandêmico exigiu uma várias alterações no
comportamento humano, como um maior distanciamento social, objetivando conter a
disseminação do vírus, fazendo com que as tecnologias de informação e
comunicação se tornassem ainda mais importantes para conectar as pessoas,
“encurtando” o afastamento e o distanciamento entre elas. Essa conexão virtual reduz
o impacto psicológico do isolamento social e proporciona uma nova maneira para
as pessoas se relacionarem. Além disso, aproxima diferentes contextos sociais e
culturais que são fundamentais na construção das relações.
Analisar
o clima social na perspectiva construcionista é entender que a construção deste
está no “entre” das relações sociais. O construcionismo social
considera que o processo de interação social é essencial para a formação do eu
e do outro. Assim, “O processo de conhecer outras
pessoas requer aprendizado constante: como estar com elas, responder a elas,
agir em relação a elas” (SAMPSON, 2008, p. 104). A
visão relacional do construcionismo social pode ser muito útil à ideia do clima
social escolar que é construído por meio das relações sociais.
Definições de clima social escolar e
suas implicações para os envolvidos
Segundo
Kenneth Gergen (2009), a orientação
construcionista social busca explicar os processos (que ocorrem de forma
coletiva e não individualista) pelos quais as pessoas descrevem, explicam, ou,
de alguma forma, dão conta do mundo em que vivem, incluindo-se a si mesmas.
Então, para nós, explicar o processo de construção do clima social é
compreender como são as relações das pessoas dentro do ambiente escolar porque
são elas que constroem esse clima. Além disso, mesmo estando distantes, por
causa do ensino remoto, as relações na escola continuam a existir, mesmo que sem
a intensidade da interação cotidiana, mas elas permanecem construindo o clima
social daquela instituição escolar. De acordo com Gergen,
Entendemos o mundo são artefatos
sociais, produtos historicamente situados de intercâmbios entre as pessoas. Do
ponto de vista construcionista, o processo de compreensão não é automaticamente
conduzido pelas forças da natureza, mas é o resultado de um empreendimento
ativo, cooperativo, de pessoas em relação. Sob este enfoque, a investigação é
atraída às bases históricas e culturais das várias formas de construção do
mundo (GERGEN, 2009, p. 303).
Ao
revisar a literatura sobre clima social escolar, percebemos que as definições
são similares: Alda Maria Ceia (2011) o define como um
conjunto de efeitos subjetivos, ou seja, como as pessoas se sentem na escola;
Cristóbal Guerra Vio, Judith Vargas Castro, Lorena Castro Arancibia, Hugo Plaza
Villarroel e Paulina Barrera Montes (2012) consideram que o clima social escolar corresponde
à qualidade das relações existentes na escola; e Rodrigo Cornejo e Jesús
Redondo (2001) afirmam que o clima social escolar consiste na percepção que os
sujeitos têm sobre as relações interpessoais no contexto escolar.
Para Janosz, Georges e Parent (1998), o
clima escolar refere-se principalmente aos valores e
atitudes dominantes na comunidade, levando em consideração as relações sociais,
o valor atribuído aos indivíduos, à missão educativa da escola e à instituição
como meio de vida. Estes autores abordam a construção do clima escolar a partir
de cinco ângulos inter-relacionados:
1. Clima relacional: refere-se especificamente ao clima que reina nas
relações entre os indivíduos, sendo também denominado clima social. É a
dimensão socioemocional das relações humanas.
2. Clima educativo: reflete o valor dado à educação. Um clima educacional
de qualidade implica que a escola seja percebida como um verdadeiro lugar de
educação, ou seja, dedicado ao sucesso dos alunos e também ao seu bem-estar,
fornecendo uma boa educação, transmitindo o valor da escolaridade e dando
sentido à aprendizagem.
3. Clima de segurança: remete à ordem e à tranquilidade do meio ambiente,
condições essenciais para a concentração que permeia as tarefas escolares.
4. Clima de justiça: marcado por uma justa valorização, reconhecimento e
respeito pelos direitos e méritos de cada um. O clima de justiça ocorre através
do reconhecimento da legitimidade e justiça das regras, sua aplicação judiciosa
ou avaliações escolares justas; o sentimento de que o mérito ou a punição
refere-se ao comportamento, em vez da própria pessoa.
5. Clima de pertencimento: Esta
dimensão transcende as outras facetas do clima escolar, na medida em que se
desenvolve a partir dos outros climas que foram citados anteriormente. Quanto
mais os indivíduos têm a impressão de que seu meio é significativo, que promove
o contato humano, que garante sua proteção e o reconhecimento de seu direito e
de seu esforço da mesma forma que sanciona de forma justa e equitativa suas
transgressões à norma, mais fácil é desenvolver um sentimento de pertença. Esse
sentimento fortalece o respeito à instituição e às pessoas que nela vivem e
facilita a adesão aos padrões ali estabelecidos (JANOSZ; GEORGES; PARENT, 1998).
O clima social escolar consiste em como as
pessoas se sentem dentro da escola. Está diretamente ligado às relações entre
os professores, a gestão, os alunos, a família/comunidade, bem como às
atividades de ensino-aprendizagem. A
construção do clima social se dá dentro de sala de aula, no recreio, na relação
com o horário das aulas, os conteúdos escolares, as regras pedagógicas,
avaliações, etc. e interfere no processo de ensino-aprendizagem e na qualidade
de vida das pessoas envolvidas no ambiente escolar.
Ana
María Aron, Neva Milicic e Iván Armijo (2012) dizem que o bom clima social
escolar faz com que as pessoas se sintam valiosas e importantes naquele
ambiente, se sintam reconhecidas, pertencentes à instituição, respeitadas em
sua dignidade, individualidade e diferenças. Portanto, um bom clima social na
escola favorece o crescimento pessoal e coletivo, estimula a criatividade e o
envolvimento geral na resolução de problemas. Por outra parte, os autores dizem
que, quando o clima social escolar se apresenta ruim, a tendência entre as
pessoas é focar nos erros.
O
afeto é construído historicamente e compartilhado culturalmente, sofrendo
mudanças à medida que os indivíduos se desenvolvem e interagem uns com os
outros (ARANTES, 2003). Para Beaudoin e Taylor (2006, p. 119), “Não há nada pior do que se sentir sozinho na multidão”. O bom clima social escolar promove a aprendizagem e o
desenvolvimento dos discentes, melhorando o relacionamento entre eles e os
professores, favorecendo que a escola seja considerada um local de acolhimento e
crescimento de oportunidades, gerando motivação e estimulando a construção de
vínculos (PÉREZ, 1999). Por outro lado, um clima social ruim promove a ausência
de companheirismo entre os colegas, exclusão social, afetando a comunicação, o
bem-estar social, o desenvolvimento de atividades e o aprendizado (OESSELMAN, 2009).
Relações sociais pautadas na intolerância
às diferenças podem estimular várias formas de violência, diretas e indiretas,
aumentando também a evasão e o abandono escolar gerando um clima social
desagradável, prejudicando a qualidade de vida daqueles que ficam na
instituição. O clima
social ruim está relacionado à violência (física, verbal, social ou a
combinação delas), à ausência de companheirismo entre os colegas, à exclusão
social, entre outros fatores. As relações negativas afetam a comunicação, o
bem-estar social, o desenvolvimento de atividades e aprendizado (OESSELMAN, 2009). Numa instituição
com um bom clima social, os professores se esforçam para lidar, da maneira mais
justa e inclusiva possível, com as dificuldades e problemas cotidianos.
Sentir-se bem na instituição escolar é um bom preditor para bons resultados
acadêmicos, além de minimizar os desafios que envolvem a aprendizagem e as relações
interpessoais.
É
preciso destacar que, como o clima social é uma medida interacional, é claro
que o distanciamento social o afeta, diminuindo talvez a sua força,
considerando-se que as pessoas não estão tendo tanto contato em várias horas
por dia como nas atividades presenciais escolares. Ainda assim, a relação com a
escola existe, já que todos continuam membros daquela instituição. A saída
encontrada foi, portanto, fazer uma pesquisa com o mínimo contato interpessoal
possível, perguntando como os educadores se sentiam na escola antes e durante o
período da pandemia e se desejavam ou não o retorno às atividades presenciais.
Resultados e discussão: O clima social
escolar na escola pesquisada na visão dos educadores
Sete
professores participaram da pesquisa, 4 mulheres e 3 homens: 2 homens e 2 mulheres se declararam brancos, 1 professor e 1
professora pardos e 1 professora preferiu não identificar a sua cor. Mostramos,
a seguir, a formação destes professores, o ano em que terminaram a graduação e
as disciplinas que ministravam.
Tabela 1.0 - Formação
dos professores
Sexo
Feminino |
||||
Ano
de conclusão |
Graduação |
Lecionava
para: |
Ministrava
a disciplina: |
|
2000 |
Pedagogia
e Educação Artística |
1º ano |
Arte e
Projeto de Vida |
|
2008 |
Filosofia |
3º ano |
Filosofia |
|
2009 |
Pedagogia |
- |
Supervisão |
|
1998 |
Zootecnia |
1º ano |
Biologia |
|
Sexo Masculino |
||||
2002 |
Matemática |
- |
- |
|
2011 |
História |
- |
- |
|
2019 |
Geografia |
1º ano |
Geografia |
|
Fonte: Das autoras (2020).
Dois
docentes participantes da pesquisa, naquele momento específico, não estavam ministrando
aulas, pois trabalhavam na Secretaria Geral e Gestão escolar. Os demais
educadores ministravam aulas para o 1º ano e na Educação para Jovens e Adultos
- EJA, 1 professora e 1 professor davam aulas para o 3º ano. Nenhum professor
do 2º ano respondeu o formulário.
Assim
como os estudantes, os docentes passam grande parte do dia na instituição e as relações
construídas por eles dentro da escola são fundamentais para a construção do
clima social da instituição. Como somos seres relacionais, consideramos que ter
boas relações são fundamentais para que o docente desempenho um bom trabalho,
para o seu senso de pertencimento à instituição, afetando sua qualidade de
vida, bem como a construção da sua autoimagem e autoestima. Sendo assim,
perguntamos como era a relação com os estudantes, funcionários, com a direção
escolar e com os demais professores. Assim, a tabela abaixo apresenta a
percepção dos docentes diante das relações vivenciadas dentro da instituição
escolar antes da pandemia.
Tabela 2.0 – Percepção
da qualidade das relações dos docentes na escola
COM OS ESTUDANTES |
COM OS COLEGAS |
COM OS FUNCIONÁRIOS |
COM A DIREÇÃO DA ESCOLA |
|
||||||
|
F |
M |
F |
M |
F |
M |
F |
|
M |
|
Excelente |
|
|
|
1 |
|
1 |
1 |
|
2 |
|
Muito boa |
4 |
3 |
4 |
2 |
6 |
|
2 |
|
1 |
|
Mediana |
|
|
|
|
|
|
1 |
|
|
|
Ruim |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Muito ruim |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Fonte: Das autoras (2020).
Podemos
inferir que estas boas relações com os colegas de trabalho tornam o clima
relacional agradável e esse é um dos pontos positivos da escola, pelo menos do
ponto de vista dos professores participantes da pesquisa. Enfim, estas
respostas nos dão a entender que os educadores consideram que o ambiente de
trabalho na escola é muito bom e que há boas relações entre os membros da
instituição e estas são fundamentais não apenas para o bom desempenho das
tarefas, como também na construção de um clima corporativo saudável. Assim,
segundo Kenneth Gergen e Mary Gergen (2010, p. 13) “com
nossas relações criamos e sustentamos as realidades em que vivemos”. E são as
relações que criam e sustentam o clima social escolar.
Apesar
dessas respostas já indicarem um pouco da percepção dos professores sobre a
instituição em que trabalham, consideramos que perguntar se eles matriculariam
seus filhos naquela escola nos daria mais informações sobre como os docentes
percebiam a qualidade do ensino na instituição. Uma professora e 3 professores
assinalaram “sim”, 2 professoras marcaram “talvez” e uma “não”. Nenhum dos
docentes afirmou “com certeza” ou “jamais”, o que, de certa forma, corrobora a
questão anterior sobre como viam a qualidade da escola. Estes dados da pesquisa
apresentam o que Janosz, Georges e Parent
(1998) denominam de “clima educacional”, que diz respeito à sensação de
qualidade ou não do ensino na instituição.
Buscamos
aprofundar a compreensão sobre se os professores estavam ou não satisfeitos com
o ambiente de trabalho na instituição. Para
Ederglenn Vieira Junior, Emerson Rasera e Carla Guanaes-Lorenzi (2017),
compreender a educação como uma construção social refere-se a uma mudança em
relação ao entendimento do conhecimento, abandonando a ideia de um aprendizado
universal e válido para além de sua utilidade social e cultural. Trata-se da
transformação de uma orientação individualista na educação para uma orientação
relacional. Em outras palavras, a proposta construcionista social para a
educação diz respeito ao foco nos relacionamentos no processo de construção do
mundo.
Tabela 3.0
- Se o(a)
docente pudesse, deixaria de trabalhar nesta escola?
Sexo |
Feminino |
Masculino |
Com certeza |
||
Sim |
||
Talvez |
1 |
1 |
Não |
3 |
1 |
Jamais |
1 |
Fonte: Das autoras (2020).
É
bem curioso que nenhum deles tenha destacado que gostaria de mudar de
instituição, embora 2 afirmassem que “talvez” mudariam. Notamos que, de maneira
geral, os docentes responderam estar satisfeitos em trabalhar na escola, o que
é muito positivo. Entretanto, não foi possível explorar que motivos os faziam
considerar a instituição como um bom espaço de trabalho. Pelo fato de não
quererem mudar de escola, acreditamos que essa pergunta nos aproxima do que
Janosz, Georges e Parent (1998)
denominaram “clima de
pertencimento”. Sentir-se pertencente a
um determinado espaço significa, de acordo com os autores, transcender as
outras facetas do clima social (relacional, educativo, de segurança e de
justiça). O sentimento de pertencimento a uma escola se encontra nas relações
estabelecidas com o ambiente físico, proteção, segurança, apoio e
reconhecimento dos seus direitos, o que promove respeito pela instituição e
pelas pessoas que interagem que, juntas, aderem às normas estabelecidas.
Há que considerar
que, sendo uma cidade pequena e com uma única escola de ensino médio, não
restavam aos professores muitos outros espaços de trabalho, nem de comparação.
Ainda assim, as respostas foram bastante positivas e revelavam que, de maneira
geral, havia um bom clima social escolar no ensino médio da escola, na
percepção dos docentes.
Partindo
do princípio de que as sensações de bem-estar e de acolhimento afetam
diretamente o clima social escolar, perguntamos aos professores se eles
consideravam que havia violência, racismo e bullying
na escola. A percepção dos docentes é que há a presença desses três pontos na
instituição escolar. No entanto, uma professora, inclusive, chegou a destacar
que há bullying demais, enquanto os
outros assinalaram: mais ou menos ou um pouco. Com
relação à presença de violência ou racismo, 3 professoras e 2 professores
assinalaram que havia e outros que consideraram que não (1 professora e 1
professor). Dos cinco professores que percebem racismo na escola, dois se
declararam pardos, dois brancos e uma não declarou a cor, dessa forma, supomos que os educadores declarados
brancos possuem sensibilidade para a questão do racismo, e talvez os docentes
que se declararam pardos sofreram ou presenciaram alguma conduta
discriminatória. Embora não tenhamos tido a possibilidade, nesta pesquisa,
seria importante a escola explorar o que as pessoas consideram violência, bullying e que situações de racismo
alguns professores presenciaram na escola e que passaram despercebidas a
outros. Além disso, é importante enfatizar que esses são pontos muito sérios,
na qual a escola deve ficar atenta, pois pode afetar o clima social da
instituição. Portanto, a escola deve ter ações efetivas e claras de combate a
toda forma de discriminação para que as pessoas se sintam confortáveis e
seguras nela.
A perspectiva
construcionista social nos ajuda a refletir sobre o respeito às diferenças
existentes nos diversos mundos construídos dentro e fora de uma sala de aula. O
construcionismo é uma prática reflexiva, construtiva, dialógica e relacional
capaz de nos fazer compreender a importância das diferenças e enaltecê-las. E,
consequentemente, visa a diminuição de práticas da violência contra a diferença
do outro. Segundo Kenneth Gergen e Mary Gergen (2010, p. 12), o construcionismo
“convida a novas formas de relação interpessoal, à ampliação das possibilidades
de significação, à convergência entre domínios de significados divergentes,
diminuindo os conflitos e promovendo a convivência humana”. Portanto, mais uma
vez, fortalecemos a defesa de que um bom clima social escolar depende de que a
instituição esteja atenta à construção de bons vínculos entre todos os membros,
repudiando toda forma de injustiça e preconceito, ainda que nas pequenas manifestações
cotidianas que, ainda assim, podem ser bastante deletérias.
De
acordo com Janosz, Georges e Parent
(1998), o clima de segurança remete à confiança que as pessoas sentem quando
estão inseridas no ambiente e isso gera condições para a concentração na
realização das tarefas. Compreendemos
que, quando esses fenômenos ganham destaque na escola, eles afetam o clima
social e a qualidade de vida das pessoas que ali estão.
Segundo
Kenneth Gergen (2009), a orientação
construcionista social busca explicar os processos (que ocorrem de forma
coletiva e não individualista) pelos quais as pessoas descrevem, explicam, ou,
de alguma forma, dão conta do mundo em que vivem, incluindo-se a si mesmas.
Então, para nós, explicar o processo de construção do clima social é compreender
como são as relações das pessoas dentro do ambiente escolar porque são elas que
constroem esse clima. De acordo com o autor,
Entendemos o mundo são artefatos
sociais, produtos historicamente situados de intercâmbios entre as pessoas. Do
ponto de vista construcionista, o processo de compreensão não é automaticamente
conduzido pelas forças da natureza, mas é o resultado de um empreendimento
ativo, cooperativo, de pessoas em relação. (GERGEN, 2009, p. 303).
Assim, as
descrições e explicações sobre o clima social constituem, elas próprias, formas
de ação social que estão entrelaçadas na cultura, na origem, nas questões
socioeconômicas e políticas, entre outros, e, sobretudo, no resultado das
relações humanas.
É importante
destacar que 7, dos 20 professores de ensino médio da escola, participaram da
pesquisa. É possível que aqueles docentes com uma percepção menos positiva da
escola não se sentissem à vontade para participar, ainda que houvesse uma
garantia de sigilo na identificação dos participantes. Além disso, devemos
salientar que o fato de a pesquisa ter sido feita durante o período de ensino
remoto e de distanciamento social possa ter afetado os resultados, já que a
intensidade das relações interpessoais cotidianas na escola não esteja acontecendo.
Isso significou, certamente, numa mudança na relação com a instituição que
afetou o clima social escolar. Professores, funcionários e estudantes
continuavam vinculados à escola e tiveram que adaptar-se, de maneira bastante rápida
e sem uma preparação antecipada, a todo um modelo novo de ensinar, e, portanto,
considerando o momento em que a pesquisa estava sendo realizado, buscamos
investigar como os docentes percebiam fatores relacionados ao clima social da
escola, durante o período de distanciamento social.
Percepções
dos professores sobre fatores relacionados ao clima social da escola durante a
pandemia
O período de distanciamento social,
embora tenha afetado a análise da construção do clima social escolar no
cotidiano das relações interpessoais na instituição, nos permitiu investigar se
os professores sentiam ou não falta das relações sociais com as pessoas que
integram a escola, o que nos daria um indício significativo do clima social na
instituição. Portanto, perguntamos
aos educadores se eles estavam sentindo falta da escola e eles poderiam
justificar a resposta. Através da questão: “Você está sentido falta da escola?”
com as alternativas “muito”, “em geral, sim”, “às vezes”, “em geral, não” e
“não”, todos os docentes responderam que estão sentindo falta da escola. Nesta
questão, havia a oportunidade de justificar a resposta e quatro deles o
fizeram, com as respostas que transcrevemos aqui da forma como foram redigidas:
“o ambiente escolar é acolhedor, faz
muita falta o contato direto com as pessoas”; “além da rotina de sair de casa
para exercer uma atividade, os relacionamentos são agradáveis e fazem falta”;
“sinto falta dos alunos e alunas”; “o clima na escola é muito agradável”. Estas
respostas indicam muito claramente que os professores participantes sentiam
falta da convivência cotidiana na escola, o que é um indicador bastante
evidente de que, para eles, a escola tinha um bom clima social, do qual
gostavam de participar.
Em virtude do
contexto pandêmico, as relações sociais passaram a ser construídas por meio dos
ambientes virtuais e não mais presenciais e isso implicou em uma outra forma de
se relacionar. Assim, as relações virtuais também implicam na construção do
clima escolar, visto que professores e alunos estavam distantes geograficamente,
mas continuavam a se relacionar.
Considerações finais
O
clima social escolar consiste numa sensação generalizada que não precisa ser a
mesma para todas as pessoas e nem em todos os momentos. Uma escola que
apresenta um bom clima social não é perfeita, sem conflitos ou dificuldades,
mas aquela em que, de maneira geral, as pessoas se sentem bem e se consideram
acolhidas naquele lugar, ainda que existam momentos em que isso não aconteça. O
desejável, em relação ao clima social de uma escola, é que absolutamente todos
tenham direito a um ambiente saudável e educativo, em que todos importam e são
considerados neste processo.
Nesse
sentido, compreendemos que não há um modelo ideal para construirmos um clima
social de “referência” numa escola. Cada clima possui suas peculiaridades, pois
cada instituição escolar está situada em uma determinada comunidade que possui
relações culturais, econômicas, políticas, sociais, afetivas e históricas
diferentes de outras comunidades.
No
caso dessa pesquisa, os professores afirmaram ter boas relações sociais dentro
da escola, o que contribui para a percepção de um bom clima na instituição. Diante
da necessidade de distanciamento social, professores e estudantes deixaram de
conviver diariamente nos espaços da escola, mas mantiveram suas relações num
contexto virtual e à distância. Foi desafiador investigar o clima social
escolar não havendo contato interpessoal tão intenso quanto antes, mas
consideramos que, ainda assim, alunos, professores e funcionários permaneciam membros
daquela instituição e com alguma forma de relação interpessoal. As relações
sociais são fundamentais para a construção do clima social escolar de maneira
presencial ou virtual, cada uma com suas especificidades. Dessa forma, mesmo no
contexto pandêmico, as relações acontecem e são capazes de construir espaços,
significados, sentimentos, como também o clima social. Além disso, era uma
chance de perguntar se os professores sentiam ou não falta das relações
interpessoais na escola, o que seria um excelente indicador da existência ou
não de um bom clima social na escola.
Pelas respostas obtidas, pareceu-nos,
que nesse contexto de pandemia, os docentes passaram a valorizar e compreender
a importância das relações, sobretudo na escola. Os educadores fizeram questão
de justificar sua resposta sobre a falta que sentiam da escola, destacando a
ausência do contato interpessoal com os colegas e os estudantes. Percebemos que
os professores identificavam de maneira muito positiva o clima social da
escola. Estes resultados foram devolvidos à escola com o objetivo de auxiliar
na manutenção deste bom ambiente e de se enfatizar a importância de que todos
se sintam bem na instituição, com a inclusão daqueles que, de alguma forma, não
se percebem tão bem acolhidos.
Criar e manter boas relações
interpessoais é importante não apenas no ensino presencial. O ensino remoto não
exclui as relações, apenas as distancia, e neste sentido, pode ser ainda mais
importante desenvolver o senso de pertencimento e bem-estar. O contexto do
distanciamento não exime a escola de cuidar do seu clima social, podendo ser,
ao contrário, um momento muito significativo para a instituição busque que
todos os professores se sintam envolvidos e comprometidos com as atividades
institucionais. Um bom clima social de uma instituição escolar é fator
fundamental para se alcançar bons resultados da aprendizagem, mas também para cuidar
da qualidade de vida das pessoas, num momento de tanta insegurança e temor
causados pela pandemia e pela crise econômica brasileira. Defendemos, portanto,
que as escolas estejam atentas ao clima social, visando preservar um sentimento
de pertença entre todos os atores escolares, reconhecendo e valorizando a cada
um. Neste momento, o distanciamento é fundamental para preservar vidas, mas o
acolhimento e a proximidade podem e devem ser dar de outras formas, pois, mesmo
distantes, as pessoas estão lá e as relações continuam a ser importantes,
talvez agora até mais do que antes.
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Acesso em: 24 fev. 2021.
Recebido
em: 25/06/21
Publicado
em: 20/07/21
[1] Doutoranda
em Geografia pela Universidade Estadual Paulista; Mestra em Educação e
licenciada em Geografia
pela Universidade Federal de Viçosa. E-mail: sahira.celestino@ufv.br
ORCID:
https://orcid.org/0000-0001-6343-6889
[2] Doutora
em Educação pela Universidade de São Paulo; Mestra em Educação e graduada em
Psicologia
pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professora do Departamento de
Educação da Universidade Federal de Viçosa. E-mail: ritasouza@ufv.br
ORCID:
https://orcid.org/0000-0001-9823-6174
[3] O
Currículo Referência de Minas Gerais é um documento elaborado pela Secretaria
de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) e a União Nacional dos
Dirigentes Municipais de Educação, seccional Minas Gerais (Undime-MG) e tem por objetivo
oportunizar que todos os estudantes, independente da rede em que eles estejam
matriculados, tenham garantia e acesso à aprendizagem que está descrita no
currículo formatado a partir da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
[4] “O
plano de unidade, ou unidade de ensino, é uma previsão mais específica e
analítica do trabalho a ser desenvolvido durante um determinado período/tempo.
Este plano procura reunir, num todo organizado, mais específico temas ou
conteúdos listados, que se inter-relacionem e se complementem, compondo um
conjunto mais facilmente compreensível, devido a sua significação” (PORTAL
EDUCAÇÃO, 2013).
[5] Durante a pandemia, os alunos poderiam assistir a aulas na
TV, de segunda à sexta-feira na Rede Minas. Disponível em: http://redeminas.tv/ . Acesso em: 05 mai. 2021.
[6] O número do protocolo de
aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética é CAAE: 29754120.8.0000.5153.