Formação docente
em ambientes virtuais: quando os professores de Biologia aprendem à distância
Teaching training in virtual
environments: when biology teachers learn distance
Formación de profesores en entornos virtuales:
cuando los profesores de biología aprenden a distancia
Ercules
Laurentino Diniz[1]
Giovanna
Barroca de Moura[2]
Maria
das Graças de Almeida Baptista[3]
Resumo
Tendo em vista o processo de expansão da educação a
distância no campo da formação de professores, o presente artigo tem como
objetivo principal investigar a concepção de estudantes da Licenciatura em
Ciências Biológicas a Distância da Universidade Federal da Paraíba a respeito
dos ambientes virtuais de aprendizagem no processo de formação docente. Para
tanto, foram realizadas entrevistas com cinco estudantes em formação, sendo as
suas concepções analisadas sob o olhar da dialética materialista. Adotou-se
esse referencial teórico-metodológico a fim de que fosse possível analisar
todas as contradições inerentes a tal formação, a partir do qual foi possível
perceber que os
estudantes ressaltam a importância do curso a distância como único meio para
concretização do sonho de uma formação em nível superior; destacam a
importância do desenvolvimento da autonomia para obter êxito ao longo da graduação
e asseguram que o curso em questão forma professores de igual modo qualificados
quando comparados aos oriundos das licenciaturas nos moldes presenciais.
Palavras-chave: Educação a
distância; Formação de professores; Ambientes virtuais.
Abstract
In
view of the expansion process of distance education in the field of teacher
education, the main objective of this article is to investigate the conception
of undergraduate students in Biological Sciences at Distance at the Federal
University of Paraíba regarding virtual learning environments in Brazil.
teacher training process. To this end, interviews were conducted with five
students in training, and their conceptions were analyzed from the perspective
of materialist dialectics. This theoretical-methodological framework was
adopted so that it was possible to analyze all the contradictions inherent to
such training, from which it was possible to perceive that students emphasize
the importance of the distance course as the only means to achieve the dream of
a higher education; highlight the importance of developing autonomy to be
successful throughout the undergraduate course and ensure that the course in
question trains equally qualified teachers when compared to those coming from
undergraduate courses in the face-to-face model.
Keywords: Distance education;
Teacher training; Virtual environments.
Resumen
En vista del proceso de expansión de la educación a
distancia en el campo de la formación docente, el objetivo principal de este
artículo es investigar la concepción de los estudiantes de pregrado en Ciencias
Biológicas a Distancia de la Universidad Federal de Paraíba sobre los entornos
virtuales de aprendizaje en Brasil. proceso. Para ello, se realizaron
entrevistas a cinco estudiantes en formación y se analizaron sus concepciones
desde la perspectiva de la dialéctica materialista. Este marco
teórico-metodológico fue adoptado para que fuera posible analizar todas las
contradicciones inherentes a dicha formación, a partir de lo cual se pudo
percibir que los estudiantes enfatizan la importancia del curso a distancia
como la única forma de realizar el sueño de una educación superior. ; resaltar
la importancia de desarrollar la autonomía para tener éxito a lo largo de la
carrera de grado y asegurar que la carrera en cuestión capacite a docentes
igualmente calificados en comparación con los que vienen de carreras de grado
en el modelo presencial.
Palabras claves: Educación a distancia; Formación de profesores; Entornos
virtuales.
Introdução
O crescente avanço da educação a distância
é um fenômeno que tem chamado a atenção dos pesquisadores brasileiros. São
várias as instituições, públicas ou privadas, que utilizam tal modalidade com o
objetivo de democratizar o acesso aos mais variados públicos, sejam eles estudantes
egressos do ensino médio que não tiveram oportunidade de cursar uma graduação presencial
logo após a conclusão dessa etapa; profissionais em formação continuada; ou estudantes
residentes em cidades afastadas dos grandes centros universitários (PEREIRA,
2015).
Em se tratando de ambientes virtuais,
acredita-se que o Moodle seja a
plataforma mais utilizada em cursos a distância (ALMEIDA, 2020). Trata-se de um
espaço que permite discussões de forma assíncrona por meio dos fóruns, ou seja,
sem que os indivíduos estejam todos on-line simultaneamente, mas também possibilita
discussões síncronas por meio de chats, nos quais os participantes estão todos
on-line ao mesmo tempo.
Também existe a
possibilidade de que textos sejam escritos de forma colaborativa por meio
de Wikis, e os alunos podem enviar
suas tarefas para que elas sejam corrigidas com o
devido feedback. Questionários,
enquetes, envio de textos ou mesmo vídeos, são algumas das possibilidades a
serem trabalhadas em cursos que utilizem o Moodle
como suporte.
Tais ambientes virtuais valorizam o
relacionamento estudante-tutor-professor, assim como a relação
estudante-estudante, estimulando o desenvolvimento do que se conhece hoje por
aprendizagem colaborativa, experiência facilmente vivenciada pelos atores que
exploram as plataformas (CORTELINI; DA ROSA, 2020).
Seja qual for o
ambiente virtual de aprendizagem, é sempre bom lembrar que alguns atores estão
sempre presentes neste processo. A figura do administrador, responsável pela
parte técnica; o professor, obviamente, responsável pela condução da disciplina;
e o tutor, sem o qual a educação a distância não ocorre com tanta viabilidade.
O tutor, a quem cabe a
responsabilidade de "mediar a participação dos estudantes nos chats,
estimulá-los a participar e a cumprir suas tarefas, e avaliar a participação de
cada um” (GONZALEZ, p.44, 2015) é a ponte entre o estudante e o professor,
levando a este as dúvidas e inquietações dos alunos. O tutor também funciona
como meio para que o discente possa entender o que está estudando e,
principalmente, como mediador entre o estudante e o ambiente virtual de
aprendizagem.
Os anos de 1939 e 1941 são muito
importantes para tratarmos de exemplos práticos de desenvolvimento
de cursos a distância no Brasil, isto porque marcam a criação do Instituto
Monitor e do Instituto Universal Brasileiro, respectivamente. O surgimento de
ambos é relatado em Alves (2011, p.88), que explicita que o primeiro oferecia “sistematicamente cursos
profissionalizantes a distância por correspondência”, sendo ressaltado o seu
pioneirismo na área; e o segundo, com igual relevância, também foi responsável
pela formação de um bom número de profissionais.
Para comprovar a eficiência desses
institutos e o comprometimento envolvido em sua idealização, ainda hoje é
possível acessar ambos por meio de suas páginas na internet. Passadas algumas
décadas, os dois institutos se modernizaram e continuam tendo um bom número de
matriculados.
Em um contexto mundial, Peters
(2001) apresenta a ideia das Universidades Abertas, instituições que não
conceberam a modalidade a distância apenas como uma forma de apoio ao ensino
presencial; pelo contrário, enxergam-na com autonomia suficiente para ser
oferecida de forma exclusiva. O autor apresenta exemplos reais desses tipos de
instituições, a começar pela Universidade da África do Sul que, “antes de 1970,
era a única universidade a distância autônoma no mundo inteiro” (p. 280), tal
pioneirismo tem íntima relação com o fato de a instalação ocorrer em um país
onde o acesso à educação presencial não é tão disseminado, de modo que o ensino
é realizado por meio de correspondências.
A modalidade em questão tem sido
fundamental para um processo abordado por De Bastiani e Arbage (2018, p.142)
que, ao desenvolverem um estudo acerca da expansão do acesso à educação
superior, lembram que tal democratização “cumpre um papel relevante quanto à
justiça social”, uma vez que ingressar em uma instituição de ensino superior
ainda representa para muitos brasileiros a única opção perante o horizonte da
mobilidade social.
Muitos estudos
acerca da Educação a distância refletem a respeito dos materiais adotados
nesses cursos, das plataformas utilizadas, no material humano que torna
possível a realização dessas graduações, como é o caso dos trabalhos de Paião e
Paião (2016), mas estes não parecem dar ouvidos aos principais atores desse
processo, a saber, os estudantes. Como resultados desses estudos, são apontados
avanços, mas também muitos desafios. No entanto, o que chama atenção é que a
solução para os problemas da educação a distância não parecem estar nas mãos
dos pesquisadores que sobre ela refletem, até mesmo pelo fato de muitos deles
não terem a experiência em ambientes virtuais na condição de aprendizes. Sendo
assim, ouvir os estudantes que estão diretamente envolvidos no processo de
ensino-aprendizagem a distância talvez seja a maneira de obter informações
valiosas que nos levarão a uma melhor compreensão da modalidade em questão.
Sendo assim, a análise da
concepção discente transforma-se em ferramenta importante no processo de
compreensão do fenômeno da aprendizagem a partir dos ambientes virtuais. Dessa
forma, o presente artigo tem por objetivo principal investigar a concepção de
estudantes da Licenciatura em Ciências Biológicas a Distância da Universidade
Federal da Paraíba a respeito dos ambientes virtuais de aprendizagem no
processo de formação docente.
Considerando-se escassos os
estudos acerca do tema observado a partir do materialismo histórico dialético,
este se apresenta como fundamentação teórico-metodológica para a pesquisa em
questão, uma vez que permite ao pesquisador, entre outras ações, debruçar-se
sobre as contradições envolvidas no fenômeno, visando sair da aparência para a
essência.
Aspectos Metodológicos
Quanto à metodologia da
pesquisa, utilizou-se uma entrevista semiestruturada a fim de obter as
informações da amostra de 5 (cinco) estudantes do curso de Licenciatura em
Ciências Biológicas da UFPB Virtual distribuídos pelos Polos de apoio
presencial, estando quatro desses sujeitos ainda em formação e um já
desempenhando a função docente. A escolha de cinco participantes é justificada
pela disponibilidade, tendo em vista os obstáculos impostos pelas distâncias
geográficas, também se deve ao fato de acreditarmos que as relações se efetivam
“sempre no interior de relações concretas com outros indivíduos” (DUARTE, 2011.
p.147), sendo assim, independente de quantos sujeitos participam, cada um
apresenta uma contribuição significativa que representa a síntese de todas
essas relações vivenciadas ao longo de sua formação. As questões lançadas aos participantes foram
as seguintes: 1. O que o levou a
fazer uma graduação a distância? 2.Como é ser um aluno(a) de um curso a
distância? 3. Na sua opinião, é possível aprender a partir dos ambientes
virtuais? 4. O que a plataforma representa para o seu aprendizado? Nas
respostas dos sujeitos, encontramos algumas as categorias relevantes para a
nossa análise, a exemplo de aprendizagem
virtual.
Assim, considerando que
os Polos estão distribuídos por diversas regiões da Paraíba, foram escolhidos
dois estudantes de um Polo mais próximo à
capital João Pessoa; dois estudantes de outro Polo localizado no sertão paraibano; assim como um
ex-estudante do curso que, atualmente, exerce a docência de forma presencial em
uma cidade situada no agreste paraibano. A
escolha deste último foi feita por entendermos que tal sujeito faria
importantes reflexões acerca do caminho entre a formação à distância e a
prática presencial. As entrevistas ocorreram de forma presencial por meio do
encontro com os estudantes nos respectivos polos de apoio presenciais (à época,
não estávamos em pandemia), sendo gravadas e devidamente transcritas pelo
pesquisador. É importante ressaltar que a pesquisa recebeu parecer favorável do
comitê de ética, uma vez que atende às resoluções nº466/12 e nº510/2016 do
Conselho Nacional de Saúde.
Baseado no materialismo
histórico e dialético, o pesquisador compreende que a teoria, como afirma Netto
(2011, p. 21), “é o movimento real do objeto transposto para o cérebro do
pesquisador”, levando-se em consideração a anterioridade da matéria em relação
à ideia. É interessante observar que, segundo Lessa (2011, p. 41), “para Marx,
o mundo dos homens nem é pura ideia nem só matéria, mas sim uma síntese de ideia
e matéria que apenas poderia existir a partir da transformação da realidade”, o
que demonstra o caráter histórico de tal fundamentação, que consiste em
acreditar na possibilidade de mudança do estágio atual.
Ao abordarem três
diferentes modelos teóricos que versam sobre a relação sujeito-objeto, Ghedin e
Franco (2011) afirmam que, enquanto o modelo objetivista valoriza a
exterioridade da realidade, o modelo subjetivista enfatiza a subjetividade do
pesquisador. Na perspectiva dialética não há separação entre sujeito e objeto,
sendo a realidade construída pelos homens historicamente, a partir das
múltiplas determinações.
Para análise geral do que
fora extraído das falas dos sujeitos, optamos pela união entre a hermenêutica e
a dialética, isso porque concordamos com Minayo (1996, p.227) quando ela
reforça a ideia de que “ambas partem do pressuposto de que não há observador
imparcial nem há ponto de vista fora do homem e fora da história”, visão que, no
nosso entender, tem íntima relação com a fundamentação teórico-metodológica
escolhida para o presente estudo.
Aprendizagem virtual x aprendizagem
presencial: uma contradição real?
Em relação à aprendizagem virtual no
âmbito dos cursos a distância, percebe-se que uma discussão é estabelecida em
torno da possibilidade de aprender a partir da utilização de ambientes
virtuais, seja ele o Moodle ou outro
que tenha a mesma finalidade. O fato é que há uma desconfiança no tocante às
plataformas em questão, tanto por parte dos professores, quanto dos estudantes
de cursos presenciais e, por que não dizer, de grande parte da sociedade (RICARDO,
2018).
Essa dúvida a respeito da
confiabilidade da EaD acontece porque, habituados ao cotidiano de estudar em
salas de aula físicas, em escolas com estruturas que, até pelo senso comum, são
percebidas como capazes de viabilizar um processo de ensino-aprendizagem
significativo, não acreditam ser possível, entre outros aspectos, aprender sem
a presença direta de um professor.
Com relação aos participantes deste
estudo, quando perguntados sobre a efetividade do ensino a partir dos ambientes
virtuais, os estudantes demonstraram acreditar na utilização de plataformas, a
exemplo do Moodle, enquanto forma legítima
de tornar possível a aprendizagem em cursos a distância.
A esse respeito, o estudante A afirma: “Com certeza, além de ser
mais desafiador que o presencial, eu acho, no meu ponto de vista. Assim, você é
induzido a pesquisar mais, você é induzido a pesquisar”. Para ele, não
somente é possível, como é mais instigante, e acredita que é exigida uma permanente presença na
plataforma, algo que, ao seu modo de ver, não ocorre com o estudante de curso
presencial, porque este pode restringir todo seu horário de estudo aos momentos
em que se encontra em sala de aula física.
O estudante B considera que “o Moodle é uma porta aberta, uma sala de aula
perfeita para o aluno aprender” e também acredita que o aluno do curso a
distância é até mesmo mais cobrado do que nos cursos presenciais. Isso se deve
ao fato de que, durante todas as semanas, os estudantes são constantemente
submetidos às avaliações no ambiente virtual, seja por meio de fóruns,
questionários ou qualquer outro tipo de atividade.
É possível observar que as comparações
entre o curso presencial e a distância estão sempre presentes nas falas deles,
sendo a segunda modalidade, na maioria das vezes, tida como mais desafiadora.
Podemos depreender, portanto, que os estudantes em questão precisam de forma
recorrente reafirmarem a importância da graduação em que estão matriculados,
uma vez que sempre são alvos de comparação com os estudantes de cursos
presenciais.
O preconceito em torno da modalidade
também é citado por todos eles, e percebe-se que se deve ao fato de grande
parte da sociedade não acreditar que os cursos a distância sejam capazes de
propiciar capacitação adequada aos profissionais em formação. A respeito disso,
o estudante A afirma que:
No começo do curso
a gente debatia isso aqui e, assim, muitos diziam que o pessoal do presencial
via os do virtual como “ah, esse aí não sabe nada” - aquela coisa -, acho
totalmente equivocada a parte deles pensar assim, que nós do virtual não vamos
saber, porque aprende e aprende até melhor se brincar, depende do interesse de
cada um, no meu ponto de vista. (EA)
Nesse sentido, pelo menos dois aspectos
merecem destaque. O primeiro diz respeito ao conflito “presencial x virtual”,
marcado pelo juízo aceito e pactuado pela sociedade, a saber: “o curso
presencial é melhor que o curso a distância”. Tal afirmação revela um
raciocínio do senso comum, que se configura como um equívoco e deve-se ao pouco
conhecimento no que se refere à modalidade e, até certo ponto, ao fato do
estudante presencial desejar ter seus privilégios garantidos e exclusivos. O
segundo aspecto relevante diz respeito à dedicação de cada estudante. O fato de
relacioná-la ao sucesso da aprendizagem a distância aponta que a própria opção
por um curso nesses moldes já se encontra marcada pelo interesse de alguém que
não teve a oportunidade de matricular-se, frequentar e concluir um curso
presencial.
Ainda a respeito, o estudante E, único dos
entrevistados que já concluiu o curso, demonstra que enfrenta o preconceito em
torno da modalidade:
Eu encarei da
seguinte maneira: mostrando o meu conhecimento, mostrando que eu sou capaz. O
exemplo está aí, eu passei no mestrado, a minha colocação foi 5º lugar. Eu não
quis bolsa pra não me estressar, ter que ir daqui pra João Pessoa, levar
documento. Realmente vale a pena fazer o curso a distância, agora quem faz é o
aluno, não é o professor não, é a equipe, o conjunto. (EE)
Percebe-se, no caso desse sujeito, que
mesmo ele sendo, atualmente, professor concursado da educação básica e
estudante de mestrado, sente a necessidade de auto afirmar-se como capaz,
mediante as críticas advindas de outros professores formados na modalidade presencial
e que não acreditam na educação a distância. Outro ponto importante que este
estudante traz é a relevância da equipe, do conjunto, sendo indicados como
fatores indispensáveis à continuidade do processo de ensino-aprendizagem em uma
graduação a distância.
Os próprios estudantes apontam que a
plataforma utilizada de forma isolada não possibilita o conhecimento necessário
para obtenção de um aprendizado sólido, a exemplo do estudante E, ao sinalizar que “tem que buscar outras fontes, outros recursos.
Revista, livro, a própria internet, vídeo, no youtube têm videoaulas muito boas”. Assim como a estudante D, ao afirmar que a plataforma:
Representa acho
que... 70% do meu aprendizado, porque eu também tenho pesquisas fora da
plataforma que é importante a gente ter outros pontos de vista, mas a
plataforma representa basicamente uns 70 %, porque o professor nos dá o ponto
de partida e até mais da metade, mas a plataforma em si, ela é muito boa, eu
gosto bastante. (ED)
Acreditamos que tamanha importância dada à
plataforma tem íntima relação com o desenvolvimento da autonomia do estudante.
Considerá-la como grande responsável por seu aprendizado é, de certa forma,
compreender-se como um sujeito capaz de trilhar os caminhos sem o auxílio do
professor. O desenvolvimento da autonomia do estudante deve sempre ser levado
em consideração, cabendo ao professor dar liberdade aos discentes para explorar
o território do curso (PALLOFF; PRATT, 2004, p.15) e outros ambientes virtuais.
Mediação pedagógica a distância x Mediação pedagógica
presencial
A palavra mediação remete à ponte,
interlocução entre sujeitos, ligação entre lugares ou pessoas. Ao referir-se,
portanto, à mediação pedagógica, ressaltam-se as conexões que existem para
propiciar o processo de ensino-aprendizagem e os contatos estabelecidos entre
os sujeitos participantes de tal processo (CAVALCANTI, 2005).
Obviamente, ao falarmos da
aprendizagem virtual, tais pontes devem estar estabelecidas entre os seguintes
pares: “professor-estudante”; “estudante-ambiente”; “estudante-estudante”, de
forma que se construam caminhos que propiciem um processo pedagógico exitoso. É
importante ressaltar que essas pontes também são construídas com relação ao
conteúdo, estando esse disponível, de forma majoritária, na plataforma.
O potencial pedagógico dos ambientes
virtuais é tão significativo que, a partir das falas dos sujeitos
entrevistados, é possível ter o entendimento que o ambiente virtual não é só um
meio para se chegar ao aprendizado, mas torna-se o próprio professor, ou seja,
se este é relapso e não cumpre o seu papel, o processo de ensino-aprendizagem,
embora afetado, não deixa de ocorrer.
É nesse sentido que o estudante E ressalta a necessidade de ser
autônomo na construção de sua própria aprendizagem, bem como perceber os
colegas como participantes importantes nesse processo:
Então, o curso a
distância quando a gente quer, aprende, tem que adquirir autonomia pra
aprender, isso é importante também dentro do curso e a gente só adquire
autonomia se for buscar, ler, perguntar, através de atividade de grupo também
que ajuda bastante. (EE)
Os estudantes ratificam a
possibilidade de aprender colaborativamente, sendo o caso do estudante B que, ao afirmar que “aprendia muito,
têm uns alunos daqui que têm um nível muito bom, eu aprendi muito com eles”,
entende a importância dos seus colegas para a construção do próprio
aprendizado. Nesse sentido, é interessante ressaltar que essa colaboração vai
para além do aspecto conteudista, ou seja, os colegas não representam apenas mediadores
que os levam à aprendizagem sobre determinado assunto, mas incentivadores que constituem
fator determinante para continuidade do curso.
Posto isso, observemos as falas dos
estudantes B e C, respectivamente:
Já pensei em
desistir várias vezes, onde muitos colegas aí do curso me incentivaram, vou
desistir não, vou continuar, mas foi graças a eles e a alguns tutores que eu
continuei e tô até hoje no curso. (EB)
Continuo, eu até
já pensei em desistir do curso, mas tive o apoio dos colegas que é fundamental,
assim, a comunicação da gente é por telefone, via whatsapp. (EC)
Ambos apontam o auxílio dos colegas
como imprescindível para a permanência do curso, algo que deve ser considerado,
pois os índices de evasão em cursos a distância ainda permanecem altos. Seja
por telefone, mensagens de texto ou recursos presentes na própria plataforma,
os estudantes, a partir de suas experiências, contribuem de forma significativa
para o sucesso mútuo.
Toda essa motivação é ainda mais relevante
quando observamos as histórias dos sujeitos em questão. Somado ao fato de
estarem distantes dos grandes centros universitários, o tempo decorrido entre a
formação básica e o ensino superior também constitui um importante elemento
para a nossa reflexão. Nesse sentido, vejamos o que apontam os estudantes B, C
e E, respectivamente:
Não, eu não tinha
interesse em fazer nenhum curso superior. Foi meus parentes, minha família que
praticamente me obrigou a voltar a estudar. Fazia 10 anos que eu estava parado.
(EB)
Eu queria muito,
logo após ter finalizado o ensino médio, eu queria muito entrar pra
Universidade, não consegui nenhuma presencialmente no ano seguinte, mas
consegui a EAD. (EC)
Tenho
53 anos e sou natural de Solânea. Universidades são distantes, eu trabalho, já
trabalhava na época e não tinha como conciliar o curso presencial com o
trabalho, surgiu essa oportunidade do curso de Ciências Biológicas a Distância
pela UAB e eu aproveitei, fiz vestibular. (EE)
Seja
o longo espaço de tempo longe dos estudos, a falta de instituição de ensino
superior, ou a impossibilidade de conciliação entre trabalho e estudos, o fato
é que todos constituem obstáculos que podem implicar em dificuldades
significativas no processo de ensino-aprendizagem de tais estudantes. O
professor que ignora tais eventualidades e que se constitui “mediador” apenas
entre o estudante e o conteúdo, compreendendo o indivíduo em sua acepção
imediata, assim, perde uma excelente oportunidade de utilizar a educação como ferramenta
que prepare tal sujeito para viver na chamada “Sociedade do Conhecimento”.
Formação de professores a distância x
formação de professores presencial
Ao refletirem acerca da importância de
compreendermos o fenômeno educativo do ponto de visto do cuidado com os outros,
Kuhn e Callai (2020, p.16) nos lembram que “a formação de professores e a
docência requerem mais do que apenas conhecimentos e saberes instrumentais”,
sendo necessário romper com a racionalidade técnica no processo de formação
docente. Talvez seja nesse ponto em que a educação a distância apresente as
maiores limitações quando voltada à capacitação de professores, pois ainda está
muito atrelada aos recursos tecnológicos.
Ainda assim, é no campo da formação de professores que a educação a
distância ganha significativa notoriedade em nosso país (ARRUDA, 2018). A
importância da EAD para essa formação precisa ser considerada a despeito de
todas as contradições envolvidas nesse processo, posto que tal fenômeno ainda
constitui uma das maiores limitações às políticas educacionais.
Nesse aspecto, as falas dos entrevistados
possibilitam compreender tal avanço, ainda que seja inevitável para eles
estabelecer comparações com o ensino presencial. Residindo em cidades sem a
presença de Instituições de Ensino Superior, a Licenciatura em Ciências
Biológicas a distância representou a única possibilidade de acesso a uma
graduação.
O estudante B, mesmo tendo que
enfrentar alguns percalços pelo fato de não residir na mesma cidade do polo no
qual está matriculado - “Quando não tenho
carona eu acordo 5h30 da manhã, o ónibus sai de 6 de Pedras de Fogo, chega 7h
na entrada do Conde, aí eu pego outro transporte.” -, sente-se muito bem atendido pelo curso em questão. O mesmo
ocorre com o estudante C,
que salienta a importância da graduação a distância para sua formação:
“Eu queria muito, logo após ter finalizado o
ensino médio, eu queria muito entrar pra Universidade, não consegui nenhuma
presencialmente no ano seguinte, mas consegui a EAD aqui, aí vim pra cá e é um
curso que eu gosto muito, Ciências Biológicas.” (EC)
A educação a distância, nesse sentido,
cumpre um papel em duas vertentes: possibilitar o acesso ao ensino superior a
estudantes de cidades do interior, neste caso, os municípios do Conde e de São
Bento, situadas no litoral e sertão da Paraíba, respectivamente; e na formação
de professores que podem, ao concluírem o curso, exercer suas atividades no
próprio município em que residem, como ocorre com grande parte dos estudantes
egressos da licenciatura em questão.
Quando perguntados se estariam aptos a
exercerem a função docente de forma presencial, mesmo sendo graduados em um
curso a distância, os estudantes asseguram confiar na sua formação, como no
caso dos estudantes B e C, respectivamente:
“Eu acho que estou pronto, o professor não
sai da Universidade 100% só que ele sai com a mentalidade, eu vou dar aula de
biologia celular, mesmo sabendo muito eu tenho que ler mais, se aprofundar
mais, porque a biologia, ela muda, os conceitos mudam.” (EB)
“Eu me vejo preparada, porque tudo
que um aluno de uma Universidade presencial viu eu também vi, então, não tem
diferença entre a gente, nenhuma, então, tudo que ele pode ensinar, eu também
posso, porque eu aprendi.” (EC)
Tal confiança deve-se ao fato de compreenderem
que a Universidade Federal da Paraíba preza pela rigorosidade acadêmica tanto
dos cursos presenciais, como daqueles desenvolvidos na modalidade a distância. Os
professores são os mesmos, os tutores são preparados e os diplomas são
reconhecidos pelo MEC. Os alunos também sinalizam que o comportamento que terão
no exercício da docência é o mesmo de um professor oriundo do curso presencial,
e que nunca estarão inteiramente prontos somente por terem cursado uma
licenciatura, sendo necessário para essa qualificação atualizar-se sempre,
utilizando para isso, por exemplo, as formações continuadas, as quais têm
ocorrido majoritariamente na modalidade a
distância.
Sendo essas exigências postas ao professor
atualmente, entende-se que os estudantes formados a partir de uma modalidade a
distância, onde o contato com os ambientes virtuais é constante, podem obter
vantagem no processo de adaptação às novas demandas. Sabemos que, hoje em dia,
o professor deve estar atento e preparado para as novidades virtuais que fazem
parte do universo dos estudantes.
Dessa forma, é preciso assegurar, ao longo
do processo formativo, variáveis que, segundo os autores especializados em
Educação a Distância, são imprescindíveis em cursos que ocorrem nesses moldes.
Moore (2013) afirma que diálogo e estrutura são fundamentais para que estejam
garantidos os níveis de interação necessários, em concordância com Kearsley
(2011, p.81), que ressalta a importância de, em classes on-line, o professor
“assegurar alto grau de interatividade e participação”. Nicolodi (2013, p.58)
aponta o quanto a mediação pedagógica em cursos a distância “permite a
interlocução horizontalizada entre alunos e professores”.
Considerações Finais
A tradição nos leva a perceber a
configuração escolar como único espaço propício à aprendizagem formal. Kruppa
(1994, p. 30) aponta que esse ponto talvez seja o que mais reforça esse
argumento: “a escola tem horário, estabelece critérios para o agrupamento dos
alunos, tem profissionais executando papéis diferenciados...”. Ou seja, é essa
organização, não encontrada em ambientes virtuais, ou sendo desenvolvida de
outras maneiras, que leva o espaço físico da escola a ser considerado próprio
para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem e, certamente, essa
noção é estendida para o ambiente universitário. Mas Kenski (2012, p. 116) nos
adverte quando afirma que “as competências e habilidades dos alunos da geração net
estão mudando. O movimento vem de fora das escolas e é ela que, cada vez mais,
sofrerá suas consequências”, assim, é nesse contexto que o trabalho em questão
destaca a educação a distância como uma alternativa importante para a formação
de professores.
A escola, enquanto instituição,
estabeleceu-se como uma estrutura tão sólida que não aparenta não poder ser
questionada, tampouco ser substituída por outros meios que propiciem a
aprendizagem. O ambiente físico é entendido como o único espaço em que o
estudante pode acessar o conhecimento, sendo, portanto, compreensível, a ideia
compartilhada por grande parte da sociedade de que o estudante só pode aprender
de fato se estiver dentro de uma escola, ou, no caso do ensino superior, dentro
de uma Universidade na modalidade exclusivamente presencial.
Tal percepção encontra-se
equivocada, em primeiro lugar por ignorar os espaços informais de aprendizagem,
à exemplo da convivência com a família, de visitas à museus, centros culturais,
etc. ; e em segundo lugar, por ser incoerente com o momento em que vivemos em
termos de tecnologias digitais. Os atores envolvidos na educação a distância não
só precisam se desvencilhar de tais preconceitos, como também devem estar
atentos às mudanças em nossa sociedade e acreditar que essa modalidade pode
propiciar conhecimento a quem dela usufrua. Compreendemos que, a menos que haja
uma mudança de pensamento e de postura, os sujeitos não estarão aptos a exercer
seus papéis, tanto os professores e tutores, que tornam possível o processo de
ensino-aprendizagem, quanto os estudantes, que aprendem por meio desta modalidade de educação.
Podemos concluir que a educação a
distância é, hoje, imprescindível no que se refere à democratização do acesso
ao ensino superior. Além disso, é uma modalidade que vem adquirindo cada vez
mais espaço no campo da formação de professores. Por isso, os estudantes enxergam
nela uma oportunidade única de ingressar no ensino superior e adquirir novos
saberes que os habilitarão ao exercício da docência, uma vez que encontram-se
afastados dos polos presenciais.
O fato de haver sujeitos envolvidos com a
educação a distância que ainda não acreditam ser possível que alguém consiga
habilitar-se por meio de cursos nessa modalidade, merece atenção, uma vez que
tal afirmação carece de bases científicas. Na contramão dessa opinião, os
entrevistados evidenciaram conhecimentos adquiridos durante o curso;
mostraram-se familiarizados com termos próprios da educação a distância;
falaram com propriedade acerca dos recursos tecnológicos utilizados ao longo do
curso; e, principalmente, demonstraram domínio da plataforma Moodle. Além disso, os discentes entrevistados
descreveram a experiência virtual como uma efetiva possibilidade de se
aprender, considerando os ambientes virtuais como pontes significativas entre
eles e o aprendizado que propicia a formação.
A relação dos estudantes com o ambiente
virtual é contínua e consiste em um aprendizado diário. Dessa forma, o curso é
vivenciado com intensidade e cotidianamente pelos estudantes, uma vez que a
plataforma virtual de aprendizagem pode ser acessada a partir de smartphones,
computadores e outros suportes digitais. Nicolodi (2013, p. 34) ressalta que “a
incorporação das tecnologias digitais na EaD representa uma mudança
paradigmática, na qual o modelo de ensino como transmissão de conhecimento dá
lugar ao modelo de aprendizagem como construção de sistemas conceituais”,
sendo, portanto, o estudante, agente ativo no processo.
Percebe-se que a problemática relacionada
à EaD nem sempre diz respeito à concepção do modelo, mas à forma como este tem
sido desenvolvido pelas diversas instituições, havendo, em inúmeras situações,
comprometimento da aprendizagem virtual, uma vez que, nem sempre os cursos
estão em conformidade com o que preconizam os estudiosos da educação a
distância. Allarcon e Spanhol (2017, p.64) nos lembram de que “a qualidade dos
serviços de Educação a Distância - EaD depende da realidade e do contexto
educacional e organizacional para atender as necessidades culturais, sociais e
econômicas do ambiente onde irá atuar”, ou seja, é preciso alinhar os cursos às
realidades locais, levando em consideração, inclusive, o perfil dos estudantes.
Deve-se também ponderar que, conforme nos
alertam Barros e Guerreiro (2019, p.413), a EaD é “um conjunto de elementos
(Instituição, Qualidade, Avaliação, Modelo Pedagógico, Infraestruturas, Curso/Currículo,
Professor, Tutor, Tecnologias e o Aluno)”, ao contrário dos que compreendem o
fazer pedagógico a distância como restrito ao depósito de textos em uma
plataforma.
Outro ponto que merece atenção diz
respeito ao papel dos professores nesses espaços. Pallof e Pratt (2015) esclarecem
que o nosso modelo educacional ainda contribui para a compreensão do professor
como a única fonte capaz de proporcionar conhecimento e que em ambientes
virtuais essa lógica não pode prevalecer. Ainda nesse sentido, Belloni (2015,
p.117) afirma que “as mudanças nas características e estruturas do ensino
acarretam necessariamente transformações profundas nas funções dos professores”
e, podemos acrescentar, na função dos tutores, sendo estes, como colocado por
Lemos e Pasquetto (2019, p.2), “responsáveis por acompanhar a vida acadêmica
dos estudantes, apontando caminhos para determinados problemas ou propostas”,
configurando-se como um facilitador do processo de ensino-aprendizagem.
Com a ampliação da EaD, os estudantes poderão
explorar cada vez mais o ambiente virtual, que quanto mais amparado estiver, no
que se refere às questões específicas da educação a distância, como acesso a
internet de qualidade e polos estruturados, melhor exercerá suas funções
pedagógicas. Nesse sentido, ouvir atentamente os estudantes torna-se necessário
para a elaboração dos cursos, porque a opinião destes funciona como um direcionamento
para as políticas que dizem respeito à educação a distância.
Dessa forma, espera-se que novas pesquisas
sejam realizadas e que levem em consideração outras amostras, cursos e regiões,
a fim de que os resultados aqui encontrados possam ser confirmados, ou mesmo
que possam compará-los no que diz respeito à concepção dos ambientes virtuais
de aprendizagem e a viabilidade destes no processo de ensino-aprendizagem.
Referências
ALLARCON, Dafne Fonseca; SPANHOL, Fernando José. O
fluxo de conhecimento na produção de ambientes virtuais de aprendizagem. Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância, São Paulo, v.16, n.1, p. 63-72, 2017.
Disponível em: http://seer.abed.net.br/index.php/RBAAD/article/view/282. Acesso em: 22 jun. 2020.
ALMEIDA,
Everton Fagner Costa de. Fundamentos da
EAD e ambientação virtual. Natal: IFRN, 2020.
ALVES, Lucineia. Educação a distância:
Conceitos e história no Brasil e no mundo. Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e
a Distância, São
Paulo, v. 10, n.1, p. 83-92,
mai. 2011. Disponível em: http://seer.abed.net.br/index.php/RBAAD/article/view/235.
Acesso em 24 fev. 2021.
ARRUDA, Eucidio Pimenta.
Reflexões sobre a política nacional de formação de professores a distância e o
enfraquecimento da EaD pública pela Universidade Aberta do Brasil (UAB). Educação (UFSM), Santa Maria, RS, v.
43, n.4, p. 823-842, out/dez. 2018. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/32607.
Acesso em 24 mar.2021.
BARROS,
Daniela Melaré Vieira; GUERREIRO, Aníbal Martins. Novos desafios da educação a distância:
Programação e uso de Chatbots. Espaço Pedagógico, Passo Fundo, RS.
v.26, n.2, p.410 -431, mai. 2019. Disponível em: http://seer.upf.br/index.php/rep/article/view/8743/114114578. Acesso em: 22
jun. 2020.
BELLONI, Maria Luiza. Educação a distância. Campinas:
Autores Associados, 2015.
CAVALCANTI, Lana de
Souza. Cotidiano, mediação pedagógica e formação de conceitos: uma contribuição
de Vygotsky ao ensino de geografia. Caderno
Cedes¸ Campinas, SP, v. 25, n. 66, p. 185-207, mai/ago. 2005. Disponível
em: https://www.scielo.br/pdf/ccedes/v25n66/a04v2566.pdf. Acesso
em: 23 mar. 2021.
CORTELINI, Valdete
Gusberti; DA ROSA, Geraldo Antônio. Relações construídas no diálogo e na
mediação através do pensar: aprendizagem colaborativa na EAD. Revista Linhas¸ Florianópolis, v,21,
n.47, p. 385-404, ago. 2020. Disponível em: https://www.periodicos.udesc.br/index.php/linhas/article/view/13935/12441
Acesso em: 23 mar. 2021.
DE BASTIANI, Sherlon Cristina;
ARBAGE, Lucas Andres. As políticas para expansão e
democratização do acesso à educação superior no cenário brasileiro. Revista Pedagógica, Chapecó, SC. v.20,
n.44, p.137-152, set., 2018.
Disponível em: https://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/pedagogica/article/view/3673.
Acesso em 05 jan.2021.
DUARTE, Newton. Vigotski e o ‘aprender a aprender’: crítica
às apropriações neoliberais e pós-modernas da teoria vigotskiana. 5. ed.
Campinas: Autores Associados, 2011.
GHEDIN, Evandro; FRANCO,
Maria Amélia Santoro. Questões de método na construção da pesquisa em
educação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
GONZALEZ, Mathias. Fundamentos da tutoria em educação a
distância. 2.ed. São Paulo: Avercamp, 2015.
KEARSLEY, Greg. Educação on-line: aprendendo e
ensinando. São Paulo: Cengage Learning, 2011.
KENSKI, Vani Moreira. Educação
e tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas: Papirus, 2012.
KRUPPA, Sônia Maria Portella. Sociologia da Educação.
São Paulo: Cortez, 1994.
KUHN, Martin; CALLAI, Helena Copetti. Teoria crítica, hermenêutica e
formação de professores: contribuições de Mario Osorio Marques. Revista Pedagógica, Chapecó, SC. v. 22,
p. 1-19, abr. 2020. Disponível em <
http://pegasus.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/pedagogica/article/view/4364> Acesso em 05 jan. 2021.
LEMOS, Suyane Souza;
PASQUETTO, Rodrigo Giliardi. Funções dos tutores presenciais na Educação a
Distância. Ead em foco, Rio de Janeiro, v.9, n.1, p.1-10, mar. 2019. Disponível
em: https://eademfoco.cecierj.edu.br/index.php/Revista/article/view/690/344. Acesso em: 22
jun. 2020.
LESSA, Sérgio. Introdução
à filosofia de Marx. São Paulo: Expressão Popular, 2011.
MINAYO,
Maria Cecília de Souza. O desafio do
conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 4.ed. São Paulo:
Hucitec-Abrasco, 1996.
MOORE,
Michael; KEARSLEY, Greg. Educação a
distância: sistemas de aprendizagem on-line. 3ed. São Paulo: Cengage Learning,
2013.
NETTO, José Paulo. Introdução ao
estudo do método de Marx. São Paulo: Expressão Popular, 2011.
NICOLODI, Suzana Cini Freitas. Práticas e processos de mediação pedagógica
na EAD. Curitiba: CRV,
2013.
PAIÃO, Ana Laura Franco;
PAIÃO, Ivana Célia Franco (2016). Educação a distância e a concepção de
seus alunos. EAD em foco, Rio de Janeiro, v.6,
n.3, p.1-10, dez. 2013. Disponível em: https://eademfoco.cecierj.edu.br/index.php/Revista/article/view/428/213. Acesso em 22
jun. 2020.
PALLOFF,
Rena; PRATT, Keith. O aluno virtual. Porto Alegre: Artmed, 2004.
PALLOFF,
Rena M.; PRATT, Keith. Lições da sala de aula virtual: as
realidades do ensino on-line. 2.
ed. Porto Alegre: Penso Editora, 2015.
PETERS, Otto. Didática do ensino a
distância: Experiências e estágio da
discussão numa visão internacional. São Leopoldo: Unisino, 2001.
PEREIRA, Geiza Basualdo Bogado. O estudante da EAD (Educação a Distância):
um estudo de perfil e interação geracional. Dissertação (Mestrado em
Administração) – Faculdade de Administração e Economia da Universidade
Metodista de São Paulo. São Bernardo do Campo, p.133. 2015.
RICARDO, Jaison Sfogia.
Quebrando paradigmas: do preconceito à realidade da Educação Distância. Revista Paidéia _ Revista científica de
Educação a Distância, Santos, SP, v. 10, n.18, p. 1-17, jul. 2018.
Disponível em: https://periodicosunimes.unimesvirtual.com.br/index.php/paideia/article/view/842
Acesso em 23 mar. 2021.
Recebido em 26/02/2021
Aprovado em 20/04/2021
[1] Mestre pelo
Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Paraíba.
Professor de Biologia na Rede Estadual de Ensino da Paraíba. Email: ercules.diniz@hotmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4932-8915.
[2] Mestra em Cooperación al Desarrollo pela Universitat de València, UV, Espanha. Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).
Email: giovannabarroca@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7970-432
[3] Pós-doutora
em Educação pela Universidade Estadual de Campinas. Professora Associada de
Psicologia da Educação do centro de Educação da Universidade Federal da
Paraíba. Email: mgabaptista2@yahoo.com.br
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1084-4269.