Avaliação institucional e promoção da qualidade na educação infantil no contexto da Covid-19

Autores

  • Maria Luiza Rodrigues Flores Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
  • Sandra Zákia Sousa Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo - USP
  • Cláudia Oliveira Pimenta Fundação Carlos Chagas (FCC)

DOI:

https://doi.org/10.30905/rde.v6i1.373

Palavras-chave:

Educação Infantil; Indicadores da Qualidade; Avaliação Institucional; Pandemia da Covid-19; Brasil.

Resumo

Em 2009, o Ministério da Educação publicou o documento Indicadores da Qualidade na Educação Infantil, o qual se tornou uma ferramenta de referência no país para a avaliação institucional, principalmente, no âmbito dos estabelecimentos que ofertam atendimento às crianças de até seis anos vinculados às redes públicas. No contexto de interrupção de atividades presenciais ou de atendimento parcial pelas instituições de educação infantil em função da pandemia da Covid-19, o artigo tem como objetivo analisar se e de que forma as dimensões e indicadores da proposta original deste documento poderiam subsidiar a tomada de decisões de caráter político, pedagógico e administrativo visando agregar mais qualidade às ações realizadas nesse momento. Justificamos tal proposição por entendermos que a situação vivida pelos estabelecimentos educacionais, há mais de um ano, é propícia a movimentos de autoavaliação e de revisão das propostas pedagógicas. A literatura que apoia nossas análises é constituída por referenciais sobre as políticas e as práticas de educação infantil, com ênfase na avaliação direcionada a esta etapa, em diálogo com estudos e documentos recentes sobre os impactos e desafios trazidos pela pandemia para a educação. A análise evidenciou potencialidades do uso deste documento, considerando-se suas dimensões e a possibilidade de adaptação de indicadores, assim como a inclusão de novos, em função do contexto atual. Destacamos o caráter simples de sua aplicação, com estratégias de utilização que podem fortalecer a autonomia dos estabelecimentos, bem como apoiar práticas de gestão democrática.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Luiza Rodrigues Flores, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Possui graduação em Letras Português-Inglês (1992), mestrado (2000) e doutorado (2007) em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Realizou estágio pós-doutoral junto ao Programa de Estudos pós-graduados em Psicologia Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Relações de Gênero, Raça e Idade (2014)  Desenvolvendo estudos sobre políticas de acesso à educação infantil a partir da obrigatoriedade de matrícula na pré-escola. 

Sandra Zákia Sousa, Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo - USP

Licenciada em Pedagogia pela Universidade Mackenzie; Mestre em Educação pela PUC-SP e Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo. Nesta Universidade é Professora da Faculdade de Educação, atuando na pós-graduação na área “Estado, Sociedade e Educação”.  O campo de pesquisa privilegiado trata de política e avaliação educacional, com produções divulgadas em artigos e capítulos de livros. Consultora no projeto “Monitoramento e Avaliação do uso dos Indicadores da Qualidade na Educação Infantil” (2010/2011) e na elaboração da proposta “Educação Infantil: subsídios para a construção de uma sistemática de avaliação (2012), ambos coordenados pelo Ministério da Educação. O campo de pesquisa privilegiado trata de política e avaliação educacional, com produções divulgadas em artigos e capítulos de livros.

Cláudia Oliveira Pimenta, Fundação Carlos Chagas (FCC)

É graduada em História pela PUC/SP, mestre e doutora em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FEUSP). Atuou no projeto “Monitoramento e Avaliação do uso dos Indicadores da Qualidade na Educação Infantil” (2010/2011) e na construção do documento “Educação Infantil: subsídios para a construção de uma sistemática de avaliação (2011-2012), ambos coordenados pelo Ministério da Educação. Em 2018, compôs a Comissão de Assessoramento Técnico-pedagógico, do INEP, para análise dos questionários do SAEB. É professora de história na rede estadual de educação de São Paulo e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas (FCC), atuando, principalmente, nos seguintes temas: avaliação educacional, políticas educacionais e Educação Infantil.

Referências

APPLE, Michael; BEANE, James (Orgs.). Escolas democráticas. Cortez: SP, 2001.
BARBOSA, Maria Carmem Silveira; FLORES, Maria Luiza Rodrigues. Base Nacional Comum Curricular: garantia ou ameaça à consolidação da identidade da Educação Infantil? Conjectura: Filos. Educ., p. 73 – 110, v. 25, Dossiê: educar na(s) infância(s): possibilidades de brincar e aprender, 2020. Disponível em: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/8630 Acesso em: 01 maio 2021.
BRASIL. Congresso Nacional. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Diário Oficial da União. 05 out. 1988. Brasília, DF, 1988.
BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras providências. Diário Oficial (DOU nº 120-A, Edição Extra, quinta-feira, 26 de junho de 2014, Seção 1, p. 1/7). Brasília, DF, 2014.
BRASIL. Congresso Nacional. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Diário Oficial da União. 05 out. 1988. Brasília, DF, 1988.
BRASIL. Congresso Nacional. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providencias. Diário Oficial da União. 16 jul. 1990. Seção 1, p. 13563-577. Brasília, DF, 1990.
BRASIL. Congresso Nacional. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União. 23 dez. 1996, p. 27894.Brasília, DF, 1996.
BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras providências. Diário Oficial (DOU nº 120-A, Edição Extra, quinta-feira, 26 de junho de 2014, Seção 1. Brasília, DF, 2014.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Resolução CNE/CP nº 2, de 22 de dezembro de 2017. Institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular para a educação infantil e o ensino fundamental.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI). Res. CNE/CEB nº 5/2009.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Indicadores da Qualidade na Educação Infantil. Brasília: MEC/SEB, 2009.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Projeto de Monitoramento e Avaliação do Uso dos Indicadores da Qualidade na Educação Infantil. Relatório. Brasília: MEC/SEB/COEDI, 2011.
CAMPANHA NACIONAL PELO DIREITO À EDUCAÇÃO (CNDE). Reabertura das escolas. Guia Covid-19, volume 8, 2020. Disponível em: https://media.campanha.org.br/acervo/documentos/COVID-19_Guia8_ReaberturaEscolas_redacaofinal_iCMJP75.pdf Acesso em: 01 maio 2021.
CAMPOS, Maria Malta; et al. Para um retorno à escola e à creche que respeite os direitos fundamentais de crianças, famílias e educadores. 2020. Disponível em: https://www.ufrgs.br/einaroda/wp-content/uploads/2020/07/Para-um-retorno-a-escola-e-a-creche-M-M-Campos-et-al-junho-2020.pdf Acesso em: 01 maio 2021.
CRUZ, Sílvia et al. A educação infantil e demandas postas pela pandemia: intersetorialidade, identidade e condições para o retorno às atividades presenciais. Revista Zero-a-Seis. v. 23, Dossiê: Educação infantil em tempos de Pandemia, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/zeroseis/article/view/79003/45379 Acesso em: 01 maio 2021.
DOURADO, Luiz Fernando. Gestão da educação escolar. 4 ed. atualizada e revisada – Cuiabá: Universidade Federal de Mato Grosso / Rede e-Tec Brasil, 2012.
FIOCRUZ. Programa Radis. Edição 212. Maio 2020. Disponível em: https://radis.ensp.fiocruz.br/phocadownload/revista/Radis212_web.pdf Acesso em: 01 maio 2021.
FLORES, Maria Luiza R.; Avaliação e educação infantil: reflexões em tempos de pandemia da Covid-19. In: SANTOS, Marlene Oliveira dos (Org.). Educação Infantil em tempos de pandemia. Salvador: EDUFBA, 2021. Coletânea Narrativas Docentes. P. 125-142.
FLORES, Maria Luiza Rodrigues; ALBUQUERQUE, Simone Santos de. O direito das crianças ao brincar no contexto da pandemia. In: LIMA, Samantha dias de (Org.). Notas sobre o brincar: experiências na constituição de uma brinquedoteca. Estância Velha: Z Multi Editora, 2021. P. 135-147. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/218482/001123267.pdf?sequence=1&isAllowed=y Acesso em: Acesso em: 01 maio 2021.
FOCHI, Paulo. Planejar para tornar visível a intenção educativa. Revista Pátio Educação Infantil. Nº 45. Outubro 2015.
FREITAS, Luiz Carlos de. Qualidade negociada: avaliação e contra regulação na escola pública. Educação e Sociedade, Campinas, v. 26, n.92, p. 911-933, 2005.
MANIFESTO. Saúde, educação e assistência social em defesa da vida e da democracia. Março 2021. Disponível em: http://www.jornaldaciencia.org.br/wp-content/uploads/2021/03/Manifesto_EDU_SAUDE_ASSIST_v0_29_03_21_base.pdf Acesso em: 13 de mai. 2021.
MOVIMENTO INTERFÓRUNS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DO BRASIL. MIEIB. Diretrizes para o debate sobre as condições de retomada das experiências interativas no contexto da educação infantil. Maio de 2021. Disponível em: https://www.mieib.org.br/wp-content/uploads/2021/05/DIRETRIZES-PARA-O-DEBATE-SOBRE-AS-CONDI%C3%87%C3%95ES-DE-RETOMADA-DAS-EXPERI%C3%8ANCIAS-INTERATIVAS-NO-CONTEXTO-DA-EDUCA%C3%87%C3%83O-INFANTIL.pdf Acesso em: 01 maio 2021.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. Secretaria Municipal de Educação. Diretoria de Orientação Técnica. Indicadores da Qualidade na Educação Infantil Paulistana. São Paulo: 2016.
OLIVEIRA, Zilma M. R. de. Currículo na educação infantil: dos conceitos teóricos à prática pedagógica. In: SANTOS, Marlene O. dos; RIBEIRO, Maria Isabel S. (ORGs.). Educação infantil: os desafios estão postos e o que estamos fazendo? Salvador: Sooffset,2014. P. 187-193.
RIBEIRO, Vanda Mendes; PIMENTA, Cláudia Oliveira. Análise de uma proposta de avaliação institucional para a escola e para instituições de educação infantil. Educação em Foco. Ano 13, n. 15, p. 93-112, julho 2010.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A cruel pedagogia do vírus. do Vírus. Coimbra: Almedina, 2020, 2020.
SOUSA, S.Z. Avaliação Escolar e Democratização: o direito de errar. In: AQUINO, J. G. (coord.) Erro e Fracasso na Escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1997. (p.125-140)
SOUSA, S.Z. Avaliação Institucional: elementos para discussão. In: LUCE, M.B. e MEDEIROS, I. L. P. (Org.). Gestão escolar democrática: concepções e vivências. Porto Alegre, Ed. UFRGS, 2006, p.135-142.
SOUSA, Sandra Zákia. Avaliação colaborativa e com controle social. Retratos da Escola, v. 7, p. 65-76, 2013.
VEIGA, Ilma P. A. Projeto Político-Pedagógico: novas trilhas para escola. In: VEIGA, Ilma P. A; FONSECA, Marília. (Orgs.). As dimensões do Projeto político-pedagógico: novos desafios para escola. Campinas, SP: Papirus, 2013.

Arquivos adicionais

Publicado

2022-05-09

Como Citar

Rodrigues Flores, M. L., Sousa, S. M. Z. L. ., & Pimenta, . C. O. (2022). Avaliação institucional e promoção da qualidade na educação infantil no contexto da Covid-19. Devir Educação, 6(1), e–373. https://doi.org/10.30905/rde.v6i1.373

Edição

Seção

Dossiê tematico 1 - Desenvolvimento profissional docente, práticas pedagógicas e avaliação na educação infantil: questões para o debate