Saberes necessários à docência

narrativas de professoras alfabetizadoras com experiência reconhecida

Autores

  • Bárbara Ferreira Matias Bianch Professora E.B.T.T. IFMG/Doutoranda UFES
  • Alvanize Valente Fernandes Ferenc UFV
  • Karen Laíssa Marcílio Ferreira Universidade Federal de Viçosa - UFV

DOI:

https://doi.org/10.30905/rde.v6i1.556

Palavras-chave:

Formação de Professores; Alfabetização; Professores experientes.

Resumo

Este artigo mobiliza reflexões a partir de uma pesquisa produzida na pós-graduação que teve por objetivo analisar a construção dos saberes inventariados como necessários na prática por professoras alfabetizadoras com experiência reconhecida. A interlocução com pesquisadores como Soares (2004), Tardif (2010), Nóvoa (2017) e Carvalho (2018) trouxe o aporte para a compreensão desses saberes necessários à docência construídos e mobilizados na formação e na prática profissional docente. Entrevistas narrativas foram os instrumentos selecionados para dialogar com as quatro professoras das séries iniciais participantes da pesquisa. A partir das narrativas, chegamos às seguintes conclusões: os saberes profissionais acionados advêm do pensamento pessoal e da experiência construídos ao longo da vida, no intercruzamento entre história de vida e história profissional; os desafios vividos na sala de aula exigem que o professor imponha regras de convívio; a reflexão crítica e a ética são ações e posições necessárias ao exercício profissional; a atenção ao conhecimento do aluno, a seu desenvolvimento cognitivo e ao contexto social são demandas da profissão; o investimento contínuo na formação é prática dessas profissionais. Todos esses elementos, observados nas narrativas das professoras, nos permitiram compreender que elas possuem conhecimentos de natureza compósita, marcados pela diversidade de experiências, por suas escolhas pessoais e por eventos que tornam suas histórias únicas. Nas narrativas das quatro professoras, foi possível perceber elementos de identificação e de aproximação em suas trajetórias como, por exemplo, a formação no magistério, em nível médio, o que parece ter potencializado o entrelaçamento entre a profissão e a escola.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bárbara Ferreira Matias Bianch, Professora E.B.T.T. IFMG/Doutoranda UFES

Pedagoga (UFV, 2010), Mestre em Educação (UFV, 2012), doutoranda do programa DINTER/UFES desde I/2019, professora da área de Educação do Instituto Federal de Minas Gerais - Campus Ouro Branco. Faz parte do Grupo de Pesquisas Formação e Atuação de Educadores (GRUFAE - UFES) e Formação do Educador e Práticas Educativas (FORMEPE - UFV).

Alvanize Valente Fernandes Ferenc , UFV

Professora Associada do Departamento de Educação e do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Viçosa- UFV, Viçosa, MG. Pós-doutora pela FPCE da Universidade do Porto, Portugal (2020); Pós-doutora pela FaE/UFMG (2014); Doutora em Educação pela Universidade Federal de São Carlos, com estágio na FPCE da Universidade do Porto(2005). Coordenadora do Programa de Pós- Graduação em Educação- PPGE- UFV; Líder do grupo de Estudos e Pesquisas Formação do Educador e Práticas Educativas- FORMEPE- UFV(CNPq/UFV). 

Karen Laíssa Marcílio Ferreira, Universidade Federal de Viçosa - UFV

Karen Laíssa Marcílio Ferreira, possui graduação em Pedagogia, pela faculdade Multivix (Serra - ES), é mestre em Educação, pela Universidade Federal de Viçosa. É membro do grupo de Estudos e Pesquisas Formação do Educador e Práticas Educativas (FORMEPE). Se interessa e pesquisa pela temática de Formação de professores, especialmente, seus saberes, conhecimentos e desenvolvimento profissional.

Referências

ALVES, Daniela Alves de; TEIXEIRA, Wanessa Milagres. Ética em pesquisa em ciências sociais: regulamentação, prática científica e controvérsias. Educação e Pesquisa, [S. l.], v. 46, p. e217376, 2020. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/170818. Acesso em: 20 dez. 2020.

ALVES, Kelly da Silva; LOPES, Amélia. Professores e o envelhecimento: realidades e especificidades no contexto português. Trabalho & Educação, Belo Horizonte, v. 5, n. 2, p. 61-77, mai./ago. 2016.

ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de. Etnografia da Prática Escolar. Campinas: Papirus, 1995.

ARAÚJO, Helena Costa. Pioneiras da Educação: as professoras primárias na viragem do século; contextos, percursos, experiências, 1870-1933. Porto: Afrontamento, 2000.

AUTOR 1, 2012; AUTOR 1, 2020; AUTOR 2, 2005 .

BORN, Bárbara Barbosa; PRADO, Ana Pires do; FELIPPE, Janaína Mourão Freire Gori. Profissionalismo docente e estratégias para o seu fortalecimento: entrevista com Lee Shulman. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 45, p. 1-22, 2019.

BRZEZINSKI, Iria (org.) Formação de profissionais da educação (2003-2010). Brasília, DF: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 2014.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 2, de 20 de dezembro de 2019. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Diário Oficial [da] República Federativa, Brasília, 15 abr. de 2020. Seção 1, p. 46-49.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Resolução nº 2, de 22 de dezembro de 2017. Institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular a ser respeitada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas modalidades no âmbito da Educação Básica. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 22 dez. 2017. Seção 1, p. 41-44.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução 466, de 12 de dezembro de 2012. Brasília, DF: CNS, 2012a. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html>. Acesso em: 20 dez. 2020.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394/96. Brasília: Senado Federal, 1996.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 4.024/61. Brasília: Senado Federal, 1961.

BRASIL. PNA - Política Nacional de Alfabetização. Brasília: MEC, SEALF, 2019b.

BOGDAN, Robert C.; BIKLEN, Sari K. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: Porto Editora, 1994.

CARVALHO, Maria Regina Viveiros. Perfil do professor da educação básica. Brasília, DF: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2018. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/informacao-da-publicacao/-/asset_publisher/6JYIsGMAMkW1/document/id/1473981. Acesso em: 16 nov. 2020.

CÉSAR, Gabriel Pôrto; SANTIAGO, Helena de Oliveira; BRUM, Karine Isabel Schafer de; JUNG, Hildegard Susana. A pandemia e os professores alfabetizadores: um olhar para a rede pública no sul do brasil, Rev. Bras. de Iniciação Científica (RBIC), IFSP Itapetininga, v. 8, e21015, p. 1-22, 2021.

CONNELLY, Michael F.; CLANDININ, Jean D. Stories of experience and narrative inquiry. Educational Research, [S.l], v.19, n. 5, p. 2-14, jun. 1990.

ENGUITA, Mariano Fernandez. A Ambigüidade da docência: entre o profissionalismo e a proletarização. Teoria & Educação, Porto Alegre, RS, v. 4, p.41-61, 1991.

FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS. Educação escolar em tempos de pandemia: Informe nº 1. Disponível em: https://www.fcc.org.br/fcc/educacao-pesquisa/educacao-escolar-em-tempos-de-pandemia-informe-n-1. Acesso em: 22 nov. 2020.

GARCIA, Carlos Marcelo. Formação de professores: para uma mudança educativa. Porto: Porto Editora, 1999.

GATTI, Bernadete Angelina et al. Professores do Brasil: novos cenários de formação. Brasília: UNESCO, 2019.

GAUTHIER, Clermont et al. Por uma Teoria da Pedagogia: pesquisas contemporâneas sobre o saber docente. Ijuí, RS: UNIJUÍ, 1998.

HUBERMAN, Michael. O ciclo de vida profissional dos professores. In: NÓVOA, Antônio (org.) Vidas de professores. Porto, Portugal: Porto, 1992. p. 31-61.

IMBERNÓN, Francisco. Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. São Paulo: Cortez, 2000.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Censo da Educação Superior 2018: Resumo Técnico. Brasília, DF: Inep, 2020.

LÜCK, Heloísa. Dimensões de gestão escolar e suas competências. Curitiba: Editora Positivo, 2009.

MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti et al. Escola e aprendizagem da docência: processos de investigação e formação. São Carlos: EDUFSCar, 2002.

MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Aprendizagem da docência: algumas contribuições de L. S. Shulman. Educação, Santa Maria, v. 29, n. n 02, p. 33-49, 2004. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/3838. Acesso em 14 dez. de 2020.

MORTATTI, Maria do Rosário Longo. Um balanço crítico da “Década da alfabetização” no Brasil. Cad. Cedes, Campinas, v. 33, n. 89, p. 15-34, jan.-abr. 2013.

NÓVOA, Antônio. Firmar a posição como professor, afirmar a profissão docente. Cadernos de Pesquisa [online], São Paulo, v. 47, n. 166, p.1106-1133, dez. 2017.

ROLDÃO, Maria do Céu et al. O conhecimento profissional dos professores: especificidade, construção e uso: da formação ao reconhecimento social. Revista Brasileira de Formação de Professores, Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 138-177, set. 2009.

SOARES, Magda. Letramento e Alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de Educação, Belo horizonte, n. 25, p. 5-17, jan-abr. 2004.

SOARES, Magda. Alfabetização: a questão dos métodos. São Paulo: Contexto, 2018.

TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2010.

TEIXEIRA, Liziana; SILVA, Thaise. Os discursos da política nacional de alfabetização e suas representações. Revista Brasileira de Alfabetização, (15), 135-149, p. 2021 https://doi.org/10.47249/rba2021507

Arquivos adicionais

Publicado

2022-05-09

Como Citar

Ferreira Matias Bianch, B. ., Valente Fernandes Ferenc , A. ., & Laíssa Marcílio Ferreira, K. . (2022). Saberes necessários à docência: narrativas de professoras alfabetizadoras com experiência reconhecida. Devir Educação, 6(1), e–556. https://doi.org/10.30905/rde.v6i1.556

Edição

Seção

Dossiê tematico 2 - Alfabetização e Formação de Professores: limites e perspectivas